Interpretação de Números 4
Números 4
Números 4 continua a fornecer instruções específicas relacionadas aos deveres e responsabilidades dos levitas no contexto do seu serviço no Tabernáculo. Este capítulo enfoca a organização e os procedimentos para o transporte dos móveis sagrados do Tabernáculo durante a jornada dos israelitas pelo deserto. Aqui está uma interpretação de Números 4:
1. Purificação e Consagração: O Capítulo 4 começa enfatizando a importância da purificação e consagração para os levitas que irão manusear os objetos sagrados. Antes de poderem exercer as suas funções, devem passar por um processo de purificação, destacando a necessidade de santidade e pureza no serviço a Deus.
2. Idade do Serviço Levítico: Este capítulo reitera os requisitos de idade para o serviço Levítico, enfatizando que os levitas com idades entre 30 e 50 anos devem realizar as tarefas específicas relacionadas ao Tabernáculo. Essa faixa etária garante o equilíbrio entre a força juvenil e a experiência dos responsáveis pelo transporte e cuidado dos itens sagrados.
3. Responsabilidades dos coatitas: O capítulo concentra-se principalmente nas responsabilidades do ramo coatita dos levitas. Os coatitas têm a tarefa de manusear e transportar os itens mais sagrados do Tabernáculo, incluindo a Arca da Aliança, a Mesa dos Pães da Proposição, o Candelabro, os Altares e outros vasos sagrados. Esses itens não devem ser tocados por mais ninguém, pois são considerados extremamente sagrados.
4. Procedimento para Transporte do Tabernáculo: Procedimentos específicos são descritos sobre como os coatitas devem manusear e transportar estes objetos sagrados. Os itens devem ser cobertos com coberturas específicas, e os coatitas não estão autorizados a ver os objetos sagrados diretamente. Estas precauções destacam a reverência e admiração com que os israelitas tratavam os itens sagrados associados à presença de Deus.
5. Gersonitas e Meraritas: Enquanto os coatitas são responsáveis pelos itens mais sagrados, outros ramos dos levitas, os gersonitas e os meraritas, recebem diferentes responsabilidades relacionadas ao transporte dos vários componentes do Tabernáculo, como cortinas, tábuas, colunas. e soquetes. Cada grupo tem funções específicas para garantir o movimento eficiente e ordenado do Tabernáculo.
6. Importância da Ordem e Precisão: Ao longo do capítulo, há ênfase na organização e execução precisas dos deveres dos levitas. Isto sublinha a ideia de que os itens sagrados de Deus devem ser manuseados com o máximo cuidado e respeito, e que não deve haver desvio dos procedimentos prescritos.
Números 4 fornece instruções detalhadas sobre os papéis e responsabilidades dos levitas, particularmente dos coatitas, no transporte e cuidado dos itens sagrados dentro do Tabernáculo. Destaca a importância da pureza, reverência e execução precisa dos deveres ao lidar com objetos sagrados associados à presença de Deus. Este capítulo reforça a ideia de que a adoração e o serviço dos israelitas a Deus devem ser caracterizados pela ordem, disciplina e reverência.
Interpretação
Recenseamento da Força do Trabalho dos Levitas e Suas obrigações. 4:1-49.Sob pena de morte, ninguém a não ser Arão e seus filhos tinham permissão de ver ou tocar os utensílios sagrados dentro do santuário (vs. 15, 19, 20). Instruções para o devido manejo dessas coisas santíssimas e para sua cobertura (v. 4) são explicadas aqui. A família de Moisés e Arão (26:58, 59), os coatitas, estava encarregada do seu transporte, sob a direção de Eleazar, filho de Arão (v. 16). As demais famílias levíticas receberam o trabalho menos honroso de carregar as cortinas (gersonitas) e os varais e colunas (meraritas). Este trabalho estava sob a supervisão sacerdotal de Itamar, outro filho de Arão. Os levitas de trinta a cinquenta anos de idade, que constituíam a força do trabalho (v.3), foram contados e achou-se um total de 8.580.
4:4. As coisas santíssimas (qodesh haqqeideishim). A frase foi usada para descrever o Santíssimo Lugar (Êx. 26:34) por trás do “véu da separação” (peiroket hammeiseik), mas também tem sido usado com referência às coisas de todo o santuário.
4:5. Arão e seus filhos... tirarão o véu de cobrir. Este é o “véu da separação” entre as duas partes do Tabernáculo – o Santo Lugar e o Lugar Santíssimo, onde se mantinha a arca da aliança (Êx. 26: 31, 34).
4:6. E, por cima, lhe porão uma cobertura de peles de animais marinhos. A ASV usa peles de focas, seguindo a raiz árabe semelhante ao hebraico tahash. Uma raiz egípcia cognata dá a ideia de que isto se refere a um processo de curtimento e não a peles de determinados animais. Para proteção das intempéries, essas cobertas costumavam ser usadas sobre todas as coisas. Contudo, deve-se notar que a arca tinha de ser coberta com um pano todo azul (“violeta”) por cima das peles, e não sob como no caso das outras coisas sagradas (vs. 7-10). Desse modo a arca se destacava no meio do desfile (cons. 10:33). E lhe meterão os varais. Lateralmente, seus seguradores (baddeiyw). Ficaria melhor, “colocarão suas alças”, ou “varais”.
4:7. A mesa da proposição. A mesa da Presença, isto é, a presença do Senhor. E as galhetas. Estas qesot hanneisek eram recipientes usados no sacrifício, dos quais se entornava o líquido das libações. O pão contínuo. Também chamado de o pão da Presença (“pão da proposição”; Êx. 25:30), uma vez que ficava continuamente exposto diante do Senhor sobre a mesa.
4:8. Um pano de carmesim. O termo tola 'at sheini indica o inseto ou gorgulho do qual essa tintura era extraída. Outra tintura, como no pano azul (tekelet, “violeta”; v. 9) era extraída de uma espécie de molusco que era encontrado nas praias ao redor da península do Sinai. A tinturaria era prática conhecida dos cananeus no século dezesseis A.C. (W.F. Albright, Archaeology of Palestine, pág. 96).
4:20. Não entrarão... para ver... para que não morram. No versículo 15 os carregadores levitas foram advertidos a não tocarem em coisa alguma sagrada sob pena de morte. Nos versículos 17-20 o Senhor torna a advertir que os coatitas seriam eliminados “do meio dos levitas” se fossem descuidados no manejo das coisas santíssimas. Caso se atrevessem a olhar por um momento que fosse (kebala' – o tempo que se leva para engolir), morreriam.
4:23. Para algum encargo. A raiz hebraica seihei' geralmente se reserva para uso militar, como em 1:3, 30. Deus geralmente é chamado de Senhor de Sabaoth (“exércitos”). Este exército religioso (veja também 1:3) faz-nos relembrar o trabalho espiritual da Igreja Militante.
4:37, 45, 49. Segundo o mandado do Senhor por Moisés. A palavra mandado literalmente é boca (peh). Este e o uso da palavra mão (yad) ajudam-nos a penetrar no espírito da lição. A boca revela a sede da autoridade e a mão o meio de se exercer a autoridade. Portanto, as leis foram dados de acordo com a boca de Deus e a mão de Moisés. Com autoridade delegada (v. 27) Itamar recebeu a responsabilidade de administrar (sob a sua mão, vs. 28, 33) o serviço dos filhos de Gérson e Merari. Novamente nos lembramos de que a expressão idiomática hebraica para “consagrar” é encher a mão de alguém (3:3).
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