Significado de Ezequiel 17
Ezequiel 17
Em Ezequiel 17, Deus usa a metáfora de uma grande águia e uma videira para ilustrar Seu relacionamento com o povo de Israel.
Deus diz ao profeta para falar ao povo de Israel e contar-lhes uma parábola. Na parábola, uma grande águia pega um galho do topo de um cedro e o leva para uma terra de mercadores. A águia então pega uma semente da terra e a planta em solo fértil, onde ela cresce e se torna uma videira.
A videira cresce forte e produz frutos, mas acaba se afastando da águia e começa a buscar outras fontes de água e força. Deus então declara que a videira será arrancada e destruída por causa de sua infidelidade.
Deus explica que a águia na parábola O representa, e o cedro representa a linhagem real de Davi. O ramo levado pela águia representa o rei Joaquim, que foi levado cativo pelos babilônios. A semente plantada pela águia representa Zedequias, que foi nomeado rei pelos babilônios, mas depois se rebelou contra eles.
Deus declara que julgará Zedequias por sua rebelião e infidelidade. Ele também promete que restaurará a linhagem real de Davi e a fortalecerá novamente.
No geral, Ezequiel 17 enfatiza a infidelidade do povo de Israel e as consequências de sua rebelião contra Deus. O capítulo usa a metáfora de uma grande águia e uma videira para ilustrar o relacionamento de Deus com Seu povo e a importância da fidelidade. No entanto, o capítulo também contém uma mensagem de esperança, pois Deus promete restaurar a linhagem real de Davi e torná-la forte novamente.
Comentário de Ezequiel 17
Ezequiel 17.1, 2 Os vocábulos hebraicos traduzidos como enigma (ARA) e parábola podem ser utilizados para falar de uma alegoria. A parábola se refere basicamente a uma comparação entre duas coisas. O enigma às vezes era utilizado em disputas políticas e em competições de raciocínio entre reis, nas quais o perdedor se submetia ao vencedor e era morto. Alguns teólogos sugerem que a parábola mencionada nestes versículos consistiu numa disputa proposta por Deus a Zedequias, rei de Judá.
Ezequiel 17.3-10 Essa alegoria enfoca um ponto principal e vem seguida de uma explicação para direcionar o leitor (v. 11-21). Com base nos versículos 11-21, a grande águia é o rei da Babilônia (v. 12); o Líbano simboliza Canaã, da qual Jerusalém (v. 12) era a principal cidade; o mais alto ramo é o rei de Jerusalém e de Judá (v. 12); a ponta mais alta dos seus ramos representa os nobres de Judá (v. 12); a terra de mercancia é a Babilônia (v. 12); a semente é um membro da família real (v. 13); o campo de semente é a terra onde os descendentes reais governariam (v. 13, 14); a outra grande águia é o rei do Egito (v. 15); e a videira é o remanescente e o governante deixados em Judá. Esse remanescente não conseguiu prosperar, porque fez um acordo com o faraó egípcio. Como resultado, até o remanescente foi morto e dispersado pelo exército babilônico (v. 15-21).
Ezequiel 17.11-21 Como Ezequiel havia pregado a respeito das abominações de Jerusalém (cap. 16), provavelmente os israelitas estavam acusando Deus de agir de maneira injusta ao puni-los naqueles dias. Ezequiel demonstra que os pecados do presente e do passado confirmam que as ações de Deus são justas.
Nesta seção, o SENHOR explica os motivos por que usaria a Babilônia para castigar Judá. A profecia prediz que: (1) Nabucodonosor capturaria Joaquim e os príncipes de Jerusalém e os levaria para a Babilônia (v. 12); (2) Zedequias, tio de Joaquim, seria declarado governante do remanescente judeu como resultado de uma aliança política com Nabucodonosor, entretanto isso atrapalharia o desenvolvimento da nação (v. 13, 14); (3) Zedequias se rebelaria contra a Babilônia e contra Deus firmando um tratado com o Egito (588 а.C.), ocasionando derrota e morte inesperadas (v. 15, 16; Is 30.1-5); e (4) Zedequias não seria protegido pelo Egito, e sim punido por intermédio da Babilônia de acordo com as determinações da aliança mosaica: morte, destruição e dispersão (v. 17-21; 12.13, 14). O relato detalhado desses eventos históricos está em 2 Reis 24, 2 Crônicas 36 e Jeremias 37;52.
Nesta seção, o SENHOR explica os motivos por que usaria a Babilônia para castigar Judá. A profecia prediz que: (1) Nabucodonosor capturaria Joaquim e os príncipes de Jerusalém e os levaria para a Babilônia (v. 12); (2) Zedequias, tio de Joaquim, seria declarado governante do remanescente judeu como resultado de uma aliança política com Nabucodonosor, entretanto isso atrapalharia o desenvolvimento da nação (v. 13, 14); (3) Zedequias se rebelaria contra a Babilônia e contra Deus firmando um tratado com o Egito (588 а.C.), ocasionando derrota e morte inesperadas (v. 15, 16; Is 30.1-5); e (4) Zedequias não seria protegido pelo Egito, e sim punido por intermédio da Babilônia de acordo com as determinações da aliança mosaica: morte, destruição e dispersão (v. 17-21; 12.13, 14). O relato detalhado desses eventos históricos está em 2 Reis 24, 2 Crônicas 36 e Jeremias 37;52.
Embora não sejam diretamente messiânicos em seu intento, os versículos 22-24 têm fortes implicações messiânicas. Portanto, com referência à humanidade de Cristo, descobrimos um novo título para o Salvador: Ele é o mais tenro.
Ezequiel 17.23, 24 A restauração realizada sob o comando de Zorobabel cumpriu essa promessa. Entretanto, como geralmente ocorre em profecias bíblicas, o cumprimento maior ainda estaria por vir no reinado do Rei Salvador. O estabelecimento do ramo de cedro, o Messias, sobre Israel tornaria a nação um cedro excelente, onde diversos povos viveriam em união e harmonia. Todas as árvores do campo aludem a todos os povos, que perceberiam que o SENHOR é o Deus soberano e que realiza o que afirmou anteriormente.
Ezequiel 17:1-10 (Devocional)
Parábola das Duas Águias
Este capítulo é um capítulo de transição. O capítulo anterior trata da responsabilidade comum de Jerusalém. O próximo capítulo é sobre responsabilidade pessoal. Este capítulo é sobre Zedequias, o rei de Judá. Ele é o representante do povo, ao mesmo tempo em que é pessoalmente responsável perante Deus.
Zedequias, o atual líder em Jerusalém, é contrastado com o futuro Filho de Davi, que liderará o povo de Deus. O primeiro é comparado a uma videira baixa (Ez 17:2-21), o último a um cedro imponente (Ez 17:22-24).
A palavra do SENHOR vem a Ezequiel (Ezequiel 17:1), onde o SENHOR se dirige a ele novamente como “filho do homem” (Ezequiel 17:2). Ezequiel deve propor um enigma e contar uma parábola para a casa de Israel. Um enigma é uma declaração obscura; é algo dito de forma indireta que requer uma explicação. Uma parábola é a apresentação de uma verdade espiritual por meio de imagens tangíveis. A parábola é um enigma explicado pelo próprio SENHOR (Ez 17:11-21). Parábolas e enigmas são usados para atrair a atenção e provocar reflexão nos ouvintes.
A grande e bela águia (Ez 17:3) representa Nabucodonosor (Ez 17:12), que é o rei dos reis, assim como a águia é o rei dos pássaros. Suas grandes asas e longos pinhões indicam grande poder e domínio sobre um vasto território. A natureza multicolorida remete à diversidade dos povos que lhe sujeitou. O Líbano, para onde vem a águia, representa Jerusalém porque o palácio e o templo são feitos de cedro do Líbano. Davi e Salomão usaram muita madeira de cedro para suas construções; Salomão fez cedros abundantes em Jerusalém (1Rs 10:27; 2Cr 1:15).
O “cedro” é uma figura da casa de Davi. A “coroa de cedro” representa Joaquim, neto de Josias, último descendente da linhagem real. Ele é “o mais alto” (Ez 17:4). Junto com “seus rebentos novos”, isto é, com mais alguns dos consideráveis, Joaquim é levado para “uma terra de mercadores” – isto é, a terra dos caldeus – e para “uma cidade de comerciantes” – que isto é, Babilônia (Ez 16:29; 2Rs 24:8-16).
Então a águia pega “um pouco da semente da terra” e planta em “solo fértil”, ou seja, nomeia Zedequias como rei sobre a fértil Judá (Ez 17:5; 2Rs 24:17). Pela bondade do rei da Babilônia, o reino consegue se desenvolver bem por algum tempo sob Zedequias (Ez 17:5-6). Ele cresce, mas permanece “sob ele”, isto é, subordinado.
Em vez de se submeter ao governo da Babilônia, Zedequias quer sacudir o jugo da Babilônia (2Rs 24:20). Para isso recorre a “outra grande águia”, que é o Egito (Ez 17:7; Ez 17:15). Dele espera a sua ajuda, por meio dele quer tornar-se grande e forte e não por meio do rei da Babilônia, por quem afinal se tornou “uma videira esplêndida” (Ez 17,8).
O SENHOR pronuncia Seu julgamento sobre ela (Ezequiel 17:9). Os esforços de Zedequias para usar suas raízes para extrair sua força vital da outra grande águia não trarão nada. Pelo contrário, dele serão arrancadas as suas raízes, ou seja, perderá a sua independência e a sua posteridade. Também tudo o que ainda é belo, todos os seus príncipes, murchará com Zedequias. Não será preciso muita força ou um povo numeroso para despojá-lo de toda a sua glória. O vento leste (Ez 17:10), isto é, o rei da Babilônia, o julgará, enquanto o Egito não poderá ajudá-lo (Jr 37:5-10). Jerusalém será destruída e Zedequias destronado.
Ezequiel 17:11-21 (Devocional)
Explicação da Parábola
A palavra do SENHOR vem novamente a Ezequiel (Ezequiel 17:11). Talvez algum tempo tenha se passado após o relato da parábola. Eles tiveram tempo para pensar sobre isso. Ezequiel recebe a ordem de dar a conhecer a solução do enigma à “casa rebelde”, ou seja, seus companheiros de exílio (Ez 17:12). Sem referência às imagens usadas, o SENHOR diz que o rei da Babilônia veio a Jerusalém e capturou seu rei e príncipes e os trouxe a ele na Babilônia (Ezequiel 17:3-4). Então ele pegou alguém da família real, que é Zedequias, e o fez rei (Ez 17:13; Ez 17:5-6). Ele fez uma aliança com ele que o fez ratificar com juramento (2Cr 36:13).
Nabucodonosor remove todos os que possam ter alguma influência para iniciar uma revolta. Isso deixa um reino insignificante e impotente (Ez 17:14). É fácil, por assim dizer, para Zedequias guardar a aliança que fez com Nabucodonosor. Ao permanecer fiel à aliança, Judá ainda pode continuar a existir.
No entanto, Zedequias se rebela, pois se recusa a se curvar à disciplina de Deus (Ez 17:15). Ele busca contato com o Egito para ajudá-lo a se livrar do jugo da Babilônia, enviando-lhe cavalos e muitos soldados. O SENHOR responde, como que com o maior espanto diante de tamanha audácia, com três perguntas: “Será que vai conseguir? Aquele que faz tais coisas escapará? Ele pode realmente quebrar a aliança e escapar?” A resposta está nas perguntas. Ele não terá sucesso em seu propósito. Ele não escapará do julgamento por fazer tais coisas. Ele não escapará do castigo, castigo que ele merece por ter quebrado a aliança que fez com o rei da Babilônia.
O SENHOR jura que Zedequias morrerá na Babilônia, a morada de Nabucodonosor (Ez 17:16). Ele menciona como a razão pela qual Zedequias quebrou o juramento que fez a Nabucodonosor para ratificar a aliança feita com ele. A ajuda que Zedequias obteve do Egito não surtirá efeito (Ezequiel 17:17). Nabucodonosor realizará seu cerco a Jerusalém sem nenhuma oposição do Egito. Mais uma vez, o SENHOR diz que Zedequias e Jerusalém sofrem este julgamento porque descaradamente quebraram a aliança com Nabucodonosor que foi ratificada por juramento (Ez 17:18; 2Cr 36:13). Zedequias jurou lealdade, mas não manteve seu juramento. Portanto, ele não escapará do justo julgamento do SENHOR.
O Senhor fará cair sobre a sua cabeça as infidelidades de Zedequias (Ez 17:19). Ele fala disso como a quebra de Sua aliança. Zedequias havia feito a aliança como representante do Senhor. Ao quebrá-lo, ele lançou opróbrio sobre o Nome do Senhor. Portanto, o Senhor estenderá sua rede sobre ele e o levará cativo para a Babilônia (Ezequiel 17:20). O SENHOR usa Nabucodonosor como Sua “rede” para executar Seu julgamento sobre Zedequias. Mais uma vez, Ele aponta que o ato infiel de Zedequias, sua quebra de palavra, não foi cometido principalmente contra Nabucodonosor, mas contra Ele, o SENHOR Deus.
Ao enviar embaixadores ao Egito, ele desprezou o juramento e quebrou a aliança. O SENHOR diz sobre isso “Meu juramento” e “Minha aliança”. Tal rebelião traz não apenas o desagrado da Babilônia sobre ele, mas também o castigo do SENHOR. Indica que os acordos e compromissos feitos pelos professantes do Nome de Deus são tão obrigatórios como se fossem feitos com Deus pessoalmente. O que se aplica aqui às nações, devemos também aplicar às relações sociais e pessoais. Quebrar um tratado, um contrato, uma promessa ou qualquer outro tipo de aliança envolve prejudicar tanto a Deus quanto a pessoa.
O julgamento atingirá não apenas Zedequias, mas também todos aqueles que o apoiaram em sua infidelidade (Ez 17:21). Suas tropas podem ter fugido, mas não escaparão do julgamento de Deus, que Ele executará pela espada dos inimigos. Os seguidores capturados de Zedequias serão removidos da terra e espalhados por todos os cantos da terra. Assim ficará claro que o próprio SENHOR disse isso. O que é dito aqui foi cumprido ao pé da letra (2Rs 25:3-7).
Ezequiel 17:22-24 (Devocional)
O Tenro Rebento do Senhor
Depois de remover o galho infiel da casa de Davi, o SENHOR vai trabalhar em nome de Suas promessas. Ele mesmo pegará um galho (Ezequiel 17:22). Que Ele plantará como um rebento em uma montanha alta e exaltada, que é Sião. Sião é alta e exaltada aos olhos do Senhor porque Ele a escolheu para Sua morada (Sl 48:2; Sl 68:16; Sl 87:1-2; Is 2:2; Is 11:9). O broto jovem e tenro é o Messias, Cristo, da casa de Davi (cf. Is 11:1; Jr 23:5; Zc 6:12). Ele será o novo Rei de Seu povo.
Este galho será tenro e pequeno no início, mas crescerá e se tornará um cedro real (Ezequiel 17:23). Assim, o Messias virá como “um rebento tenro”, como “raiz de uma terra ressequida”, sem “forma [majestosa] ou majestade” (Is 53,2). Mas “Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e reinará eternamente sobre a casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lc 1:32-33). Ele dará proteção a todos os tipos de pássaros, ou seja, aqui, a todos aqueles que estão ligados ao céu, que se curvam à Sua autoridade.
Todas as outras nações, “todas as árvores do campo”, saberão então que Ele é o SENHOR (Ez 17:24). Eles saberão disso em primeiro lugar porque Ele humilhou a árvore alta – isto é, o orgulhoso e altivo Israel. Em segundo lugar, eles saberão porque Ele exaltará a grande altura a árvore baixa - isto é, o Israel humilhado, aqueles que confessaram sua culpa, o remanescente e, acima de tudo, o Messias. Tudo isso encontrará sua plena realização no reino da paz. Um prenúncio disso é visto na exaltação de Joaquim (2Rs 25:27-30).
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