Estudo sobre Ezequiel 18
Ezequiel 18
18:1–4. Através do seu profeta, o Senhor refuta um provérbio popular de que Deus responsabiliza a geração seguinte pelos pecados da geração anterior (18:2). Se os dentes dos filhos (os exilados?) estão embotados, é porque comeram uvas verdes, e não os pais.18:5–20. Depois de se livrar deste equívoco, Ezequiel constrói um argumento teológico/jurídico em apoio à tese da responsabilidade individual. Para estabelecer o seu caso, ele usa um modelo de três gerações. A primeira geração é representada pelo pai justo (18.5-9). Ele é caracterizado por nada menos que doze virtudes. Ele está livre de pecados cultuais, sexuais e sociomorais.
Ezequiel 18:10–13 trata da segunda geração, o filho. Ao contrário de seu pai, ele é um renegado. Ele desafiadoramente quebra as leis do Senhor. Nesse caso, o filho não poderá seguir os passos de seu pai exemplar. Em vez disso, ele será morto por causa das suas transgressões.
Uma discussão sobre a terceira geração (18.14-17) é absolutamente necessária. Esta seção trata do filho do pecador (de acordo com o provérbio de 18:3). Assim como o pecador rejeitou (pelas razões erradas) o exemplo do seu pai, o neto rejeita (pelas razões certas) o exemplo do seu próprio pai. Ele é como seu avô. Ele não compartilha da culpa de seu pai; ele não é condenado por causa dos pecados de seu pai (18:19–20). Ele é salvo por causa de sua própria justiça.
Ezequiel não está criando uma nova doutrina. Na verdade, ele está repetindo Moisés, que disse: “Os pais não devem ser mortos pelos seus filhos, e os filhos não devem ser mortos pelos seus pais; cada um será morto pelo seu próprio pecado” (Dt 24,16).
18:21–32. Nos versículos 21–32 o argumento volta-se para o princípio do arrependimento. Assim como nos versículos 5–20, uma série de exemplos é fornecida. A primeira é a do pecador que se arrepende e é salvo (18:21–23). A segunda é a de uma pessoa justa que peca e é condenada (18:24-26). O primeiro caso afirma que o arrependimento expurga os pecados passados; o segundo caso afirma que a reversão expurga o mérito. Ezequiel 18:27–28 retorna à ênfase do primeiro exemplo (18:21–23), mostrando preocupação com o arrependimento e não com o retrocesso.
Ezequiel 18:30–32 é um chamado ao arrependimento, pois Deus não se alegra com a morte de ninguém. Dada a ênfase de Israel no comunal, eles acreditavam que nada podiam fazer sobre o seu destino individual. O que Ezequiel espera conseguir é que as pessoas no exílio aceitem a responsabilidade pelas suas circunstâncias. Como o seu relacionamento com Deus não é um destino intratável ou herdado, eles podem retornar ao Senhor. E isso é uma boa notícia. O ensino de Ezequiel no capítulo 14 (sem salvação vicária) precisa ser colocado ao lado do seu ensino aqui (sem punição vicária).
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