Levítico 20 — Comentário Devocional

Levítico 20

Levítico 20 contém uma lista de leis e penalidades relacionadas a vários crimes na comunidade israelita. Embora estas leis fossem específicas do contexto cultural e religioso do antigo Israel, ainda existem valiosas lições de vida e princípios que podem ser derivados de Levítico 20:

1. Consequências das Ações: Levítico 20 destaca as consequências de certas ações e comportamentos. Nas nossas vidas, serve como um lembrete de que as nossas ações têm consequências, tanto para nós como para os outros, e encoraja-nos a fazer escolhas ponderadas e responsáveis.

2. Respeito pela Autoridade: O capítulo enfatiza a importância de respeitar as figuras de autoridade, particularmente em questões de fé e tradição. Nas nossas vidas, encoraja-nos a reconhecer e respeitar as estruturas de autoridade nas nossas comunidades, sejam elas religiosas, legais ou sociais.

3. Justiça e Equidade: Levítico 20 inclui leis relacionadas com a justiça e imparcialidade no tratamento de ofensas. Incentiva-nos a defender princípios de justiça e equidade nas nossas próprias vidas e nas nossas interações com os outros.

4. Proteção de Indivíduos Vulneráveis: O capítulo contém leis destinadas a proteger indivíduos vulneráveis, como crianças. Nas nossas vidas, lembra-nos a importância de salvaguardar o bem-estar dos membros vulneráveis da sociedade e de defender os seus direitos.

5. Responsabilidade: Levítico 20 reforça a ideia de responsabilidade pelas próprias ações. Incentiva-nos a assumir a responsabilidade pelo nosso comportamento e a prestar contas às nossas comunidades e à sociedade como um todo.

6. Respeito pela Santidade: O capítulo enfatiza a santidade de certos aspectos da vida, incluindo rituais religiosos e relações familiares. Nas nossas vidas, encoraja-nos a reconhecer e honrar a santidade de aspectos importantes das nossas próprias vidas, como a nossa fé e as nossas relações com os entes queridos.

7. Rejeição de Práticas Prejudiciais: Levítico 20 condena práticas prejudiciais, como idolatria e feitiçaria. Nas nossas vidas, encoraja-nos a rejeitar crenças e práticas prejudiciais que podem levar a danos pessoais ou sociais.

8. Consciência Cultural e Histórica: Compreender o contexto cultural e histórico de Levítico 20 pode promover a sensibilidade cultural e o respeito pelas diversas tradições e práticas. Incentiva-nos a abordar outras culturas e sistemas de crenças com uma atitude aberta e respeitosa.

9. Valor da Vida Humana: O capítulo sublinha o valor da vida humana ao prescrever penas severas para crimes como homicídio. Nas nossas vidas, lembra-nos de valorizar e proteger a vida humana e de trabalhar em prol de uma sociedade mais pacífica e justa.

10. Justiça Restaurativa: Embora algumas das penas em Levítico 20 possam parecer severas, elas refletem um antigo conceito de justiça. Nas nossas vidas, encoraja-nos a considerar conceitos modernos de justiça restaurativa, centrando-nos na reabilitação e na reconciliação, em vez de apenas em medidas punitivas.

11. Arrependimento e Redenção: Levítico 20 também oferece oportunidades de arrependimento e redenção para aqueles que cometeram ofensas. Nas nossas vidas, lembra-nos que as pessoas podem mudar e crescer, e encoraja-nos a apoiar esforços de reabilitação e transformação pessoal.

Embora Levítico 20 aborde leis e penas específicas dentro da comunidade israelita, os princípios mais amplos de responsabilização, justiça, proteção de indivíduos vulneráveis e sensibilidade cultural são universais e podem ser aplicados a vários aspectos das nossas vidas modernas. Estes princípios podem orientar o nosso comportamento, atitudes e esforços para criar uma sociedade mais justa e compassiva.

Devocional

20.1-3 O sacrifício de crianças aos deuses era uma prática comum das religiões antigas. Os amonitas, vizinhos de Israel, faziam deste tipo de sacrifício (ofereciam crianças a seu deus, Moloque) uma parte vital de sua religião. Para eles, esta era a maior oferta que poderiam fazer a fim de afastar o mal ou acalmar os deuses furiosos. Deus deixou bem claro que esta prática era abominável e estritamente proibida. No AT e NT, seu caráter sustentou que o sacrifício humano é algo inconcebível. (1) Diferentemente dos deuses pagãos, Deus é um Deus de amor, e não necessita ser acalmado (Êx 34.6). (2) Ele é o Deus da vida, que proíbe o assassinato e encoraja práticas que conduzem à felicidade e ao bem-estar (Dt 30.15.16). (3) Ele é o Deus dos necessitados e demonstra especial preocupação com as crianças (Sl 72.4). (4) Ele e um Deus generoso que, ao invés de pedir sangue, dá a própria vida pelas pessoas (Is 53.4,5).

20:2–5 sacrifica qualquer um de seus filhos a Moloque... condenado à morte... apedrejá-lo. A pena para o sacrifício de crianças, seja por um estrangeiro ou por um cidadão de Israel, era a morte, seja pela justiça ou pelo próprio Deus. As crianças são uma confiança e uma bênção de Deus, e matá-las em um ritual pagão é uma maldade que Deus não vai ignorar.

20.6 Qualquer pessoa se interessa pelo futuro e frequentemente confia em outros para obter orientação. Entretanto, Deus alertou contra buscar direção no ocultismo. Os médiuns e videntes foram banidos porque Deus não era a fonte de suas informações. Todos que praticam o ocultismo são impostores em cujas predições não se deve confiar. Eles mantém contato com demônios e são extremamente perigosos. Nenhum de nos precisa buscar no ocultismo informações sobre o futuro, pois Deus nos concedeu a Bíblia com todas as informações necessárias — e totalmente confiáveis.

20:8 que te santifica. Ser santificado é ser “separado”. O adorador foi separado para Deus de todas as outras lealdades.

20:9 seu sangue cairá sobre sua própria cabeça. Esta declaração assegurou aos carrascos que eles não eram culpados de derramar o sangue do ofensor.

20.10-21 Esta lista de mandamentos contra pecados sexuais inclui punições extremamente duras. Por quê? Deus não deixaria tais atos pelos seguintes motivos: (1) eles destroem o compromisso mútuo do casal; (2) destroem a santidade da família; (3) torcem o bem-estar mental das pessoas; e (4) espalham doenças. O pecado sexual entre pessoas não casadas entre si costuma esconder tragédias e dores profundas. Quando a sociedade apresenta o pecado sexual de modo atrativo, é fácil esquecer o lado obscuro. Deus teve bons motivos para proibir os pecados sexuais: Ele nos ama e deseja o melhor para nós.

20.10-21 Os atos abomináveis aqui listados eram muito comuns na terra de Canaã. As religiões daqueles povos pagãos incluíam extravagâncias com deidades do sexo, prostituição no templo e outros graves pecados. Tais práticas imorais refletiam uma cultura decadente que corrompia qualquer que com ela mantivesse contato. Em contraste, Deus construíra uma nação para influenciar positivamente o mundo. Como não queria que os israelitas adotassem as práticas cananeias nem aderissem à libertinagem, Deus preparou o seu povo para o que enfrentariam na Terra Prometida proibindo-os de cometer pecados sexuais.

20:21 casa-se com a mulher de seu irmão. Pode-se presumir que esta passagem se refere ao casamento com a esposa de seu irmão enquanto seu irmão ainda está vivo. Deuteronômio 25:5–10 dá uma diretriz bastante detalhada para um irmão se casar com a viúva sem filhos de seu irmão e dar ao primogênito o nome do irmão morto, para que sua linhagem familiar seja mantida.

20.22, 23 Deus estabeleceu muitas regras para o seu povo, porém nenhuma delas sem razão. Ele não os privou do bem; apenas proibiu os atos que os conduziriam à ruína. Todos nós compreendemos as leis de Deus relacionadas à natureza física. Por exemplo, pular de um prédio de dez andares leva à morte em razão da lei da gravidade. Mas, quando se trata do funcionamento das leis espirituais, alguns de nós encontram dificuldades para compreender que Deus nos proíbe fazer determinadas coisas porque seu desejo é impedir nossa autodestruição. Por isso, quando você se sentir tentado a fazer algo proibido que lhe cause prazer físico ou emocional, lembre que as consequências podem fazê-lo sofrer e afastá-lo de Deus, que apenas quer ajudá-lo.

Por que a adivinhação é errada?

(Lv 20:6, 27)

Os israelitas foram instruídos a amar, confiar e depender somente de Javé. A prática da magia em todas as suas formas – consultar adivinhos, adivinhos, encantadores, feiticeiros, encantadores, médiuns, fantasmas, necromantes e mágicos – era estritamente proibida por lei (ver Lv 19:31; Dt 18:10–11). Os indivíduos que praticaram tal magia foram condenados à morte (ver Levítico 20:27), e aqueles que buscaram seu conselho foram cortados da comunidade (ver Levítico 20:6).

Depender da magia implicava falta de confiança na capacidade de Deus de guiar, instruir, proteger e prover para seu povo da aliança. O rei Saul pagou com sua vida quando consultou a feiticeira de Endor e procurou se comunicar com o espírito de Samuel para descobrir como lidar com os exércitos filisteus em Gilboa (ver 1Sa 28:3–20; 31:1–6).

A proibição da magia em todas as suas formas visava distinguir a comunidade israelita de seus vizinhos estrangeiros, que dependiam de tais práticas para determinar seu futuro e tomar importantes decisões políticas e militares.

Há algo de errado com as relações entre pessoas do mesmo sexo?

(Lv 20:13)

A queda da humanidade no pecado nos afastou de Deus e de seus bons propósitos para nossas vidas. Como resultado, nossos desejos e paixões tornaram-se distorcidos e desorientados de várias maneiras. O início da Bíblia apresenta a visão de Deus para as relações sexuais humanas e descreve essa relação como sendo entre um homem e uma mulher na aliança do casamento (ver Gn 2:24). Embora a Bíblia contenha apenas um punhado de referências a relações entre pessoas do mesmo sexo, todas elas são negativas. Em outras palavras, envolver-se em relações entre pessoas do mesmo sexo é uma maneira de nos afastarmos da boa visão de Deus para a humanidade.
Talvez a referência mais clara às relações entre pessoas do mesmo sexo seja encontrada em Romanos 1:18–32, que começa descrevendo a pecaminosidade universal da humanidade ao se recusar a reconhecer Deus como o bom criador e legítimo governante de nossas vidas (ver Romanos 1:18–20). Esta passagem continua listando numerosos sintomas de nossa pecaminosidade. O envolvimento em relações homossexuais é considerado um sintoma de nossa natureza decaída; mas, para não sermos tentados a julgar tal comportamento, a lista também inclui pecados como fofocar, cobiçar e desrespeitar os pais. Todos esses pecados são sinais de que somos criaturas quebradas que precisam da cura de Cristo.

Além disso, a Bíblia reconhece abertamente que alguns dos primeiros seguidores de Jesus eram homossexuais praticantes (ver 1Co 6:9-11). Mas em Cristo eles foram abraçados por Deus Pai e seu povo. Como todos os outros na igreja, eles foram purificados por Jesus. Então, esses queridos irmãos e irmãs começaram uma jornada em direção à transformação em Cristo – aquele que reorienta nossa fragilidade e cura nossas almas.

Índice: Levítico 1 Levítico 2 Levítico 3 Levítico 4 Levítico 5 Levítico 6 Levítico 7 Levítico 8 Levítico 9 Levítico 10 Levítico 11 Levítico 12 Levítico 13 Levítico 14 Levítico 15 Levítico 16 Levítico 17 Levítico 18 Levítico 19 Levítico 20 Levítico 21 Levítico 22 Levítico 23 Levítico 24 Levítico 25 Levítico 26 Levítico 27