Interpretação de 2 Coríntios 2
2 Coríntios 2
2:1. A “determinação” de Paulo emanava do fato
da tristeza poder vir a caracterizar a sua visita, se o seu plano
original (cons. 1:15,16) fosse executado. Debates sem fim têm se formado à
volta das palavras não voltar a encontrar-me convosco. A questão fica
extremamente complexa por causa do fato de apenas uma única visita a Corinto estar
registrada em Atos (18:1-18) antes desta epístola. Entretanto, em II Co. 12:14;
13:1 parece que a próxima visita do apóstolo seria a terceira. Alguns mestres
afirmam que Paulo fez uma segunda visita (não registrada).
2. O se presume que o fato seja verdadeiro
(como em 2:5, 9; 3:7, 9, 11; 5:14). Paulo não sente nenhum deleite sádico na
dor que causa aos seus convertidos: sua tristeza e alegria são dependentes do
estado espiritual deles.
3. Que carta deve se entender no escrevi?
Comentadores mais antigos geralmente assumem que a nossa I Coríntios seja
mencionada aqui; comentadores mais modernos acham que Paulo se referia à “carta
severa” (atualmente perdida ou talvez contida nos capítulos 10-13 de nossa
presente epístola) que ele escreveu depois de I Coríntios. Esses mesmos
comentadores também assumem que uma visita não registrada aconteceu antes da “carta
severa”. Ninguém pode ser dogmático sobre as circunstâncias que rodeiam o
relacionamento de Paulo com a igreja de Corinto.
4. A vida emocional de Paulo foi aqui
resumida em 1) profundidade muitos sofrimentos e angústia de coração; 2)
sua expressão visível – com muitas lágrimas; 3) seu propósito negativo –
não para que ficásseis entristecidos; 4) seu propósito positivo – para
que conhecêsseis o amor que vos consagro em grande medida. A última
cláusula dá a razão positiva de Paulo (veja 1:23) para a mudança do seu plano
(cons. 1:15, 16).
5) O Plano é Atenuado. 2:5-11.
5. A referência feita a alguém depende
da opinião que se tem das visitas e das cartas de Paulo a Corinto. De acordo
com o ponto de vista mais antigo, a pessoa incestuosa de I Co. 5:1-8 é a que
foi mencionada aqui. Comentadores mais modernos defendem que uma pessoa ou
partido (cons. II Co. 10:7; I Co. 1:12) tinha recentemente se levantado para
desafiar a autoridade apostólica de Paulo. A questão provavelmente nunca será
harmonizada até que tenhamos mais pistas que os fatos escassos que temos
anualmente. Em sobrecarregar, E.R.C. (epibareo, “tornar mais
pesado, onerar” – Arndt) temos talvez uma atenuante delicada da preocupação de
Paulo (cons. a mesma palavra em I Ts. 2:9; II Ts. 3:8).
6. Basta-lhe a
punição. “O castigo foi suficientemente severo”
(Arndt). Mas o silêncio foi educado (lhe) e sinistro (maioria) –
dando a entender que uma minoria recalcitrante ainda se rebelava contra Paulo.
7. Nem o verbo deveis nem o
subjuntivo seja é exigido pelo grego. Plummer diz assim: “De maneira que
pelo contrário vocês possam, antes, perdoá-lo” (A Critical and Exegetical
Commentary of the Second Epistle of St. Paul to the Corinthians). O verbo perdoar
(karizomai; veja o seu uso em lI Co. 1:10; 12:13; Rm. 8:32; Gl.
3:18; Ef. 4:31; Cl. 2:13; 3:13 ) significa fazer um favor livremente ou de
graça” (Arndt). Deve-se notar que foi a atitude de toda i igreja. O uso da
expressão para que não seja, que traduz me pos (cons. seu uso em
II Co. 9:4; 11:3; 12:20; I Co. 8:9; 9:27) indica que a mencionada ação estava
dentro das possibilidades.
5. Confirmeis (kyrao; em outra parte no N.T. só
em Gl. 3:15) significa “reafirmar” ou “ratificar” (Plummer). A aceitação dele
como irmão restaurado à comunhão cristã seria a prova pública da “reafirmação”
deles.
9. Paulo indica os três motivos da sua
carta: 1) prepará-los para sua visita (2:3); 2) manifestar-lhes o seu amor
(2:4); 3) testar a obediência deles (2:9). A palavra prova (dokime)
encontra-se quatro vezes nesta epístola (2:9; 8:2; 9:13; 13:3 ); em outra parte
do N.T. só em Rm. 5:4 e Fp. 2:22. Com em tudo Paulo mostra que obediência
incompleta é intolerável.
10. Paulo ratifica a ação da igreja de
Corinto na obrigação unida do “perdão “ (cons. Jo. 20:23). Sobre perdoar,
veja II Co. 2:7. Podemos ler a última declaração assim: na pessoa de Cristo,
isto é, agindo como seu representante; ou na presença de Cristo, isto é,
agindo com Ele por testemunha.
11. Temos 1) um inimigo comum – Satanás ;
2) um perigo comum – que não alcance vantagem sobre nós; 3) uma proteção
comum – não lhe ignoramos os desígnios. O verbo pleonekteo (em
outra parte do N.T. só em 7:2; 12:17,18; I Ts. 4:6) significa “aproveitar-se
de, sobrepujar em astúcia, defraudar, enganar pela astúcia” (Arndt). Podemos
ler aqui: “que Satanás não nos sobrepuje em astúcia” (Arndt).
6) O Plano é Consumado. 2:12-17.
12. Daqui até o final do capítulo Paulo nos
conta como o seu plano modificado foi consumado na provação (vs. 12, 13), na
vitória (vs. 14-16) e no testemunho (v. 17). Que oportunidade – uma porta! Que
privilégio – me! Que responsabilidade – abriu! Que comunhão – no
Senhor! As viagens de Paulo eram sempre com propósito e evangelísticas – para
pregar o Evangelho de Cristo.
13. O espírito perturbado de Paulo exigiu que partisse
rapidamente de Trôade. Sua imediata obsessão era obter notícias da igreja de
Corinto; tudo o mais – incluindo a evangelização de Trôade era secundário. Quem
ou o que levou esses dois homens – Paulo e Tito – a interromper seus planos,
não nos foi revelado. Diremos que almas se perderam em Trôade por causa do
fracasso de alguém? Deus garantiu a Paulo um ministério ali quando retornou de
Corinto (Atos 20:6).
14. A ordem no grego é enfática: “Mas sejam
dadas graças a Deus” (cons. 8:16; 9:15). Este versículo ilustra Rm. 8:28. O
verbo thriambeuo deveria ser traduzido para nos conduz em triunfo. Este
verbo não foi usado em outra parte do N.T, só em Cl. 2:15. Paulo se considera
como um escravo (cons. Rm. 1:1) sendo triunfantemente levado pelo exército
conquistador do Messias (cons. Ef. 4:8; depois de uma vitoriosa campanha
militar era costume os imperadores romanos encenarem um “triunfo”, durante a
qual desfilavam os prisioneiros pelas ruas de Roma). Observe o sempre (pantote;
cons. II Co. 4:10; 5:6; 9:8) e em todo o lugar (cons. Atos 1:8; Rm.
10:18; Cl. 1:6, 23). O verbo (faneroo) traduzido para manifesta é
bastante comum nesta epístola (3:3; 4:10,11; 5:10; 7:12; 11:6). O uso de fragrância
mostra que Paulo continua apresentando o quadro do desfile triunfal. A
palavra conhecimento (gnosis) foi usada vinte e nove vezes no
N.T.; Paulo a usa vinte e três vezes. Nesta epístola, em 4:6; 6:6; 8:7; 10:5;
11:6.
15. No N.T., a salvação está descrita como 1)
passada (tempo aoristo: II Tm. 1:9; Tt. 3:5); 2) presente (tempo presente: aqui
e em I Co. 1:18; 15:2); 3) futura (tempo futuro: Rm. 5:9, 10; I Co. 3:5; lI Tm.
4:18); 4) consumada (tempo perfeito: Ef. 2:5, 8). O verbo perdem (apollumi;
cons. seu uso em II Co. 4:3; Jo. 3:16; 10:28; 17:17; 18:9; lI Ts. 2:10) indica
destruição e mina e não aniquilação.
16. A mesma fragrância (bom perfume) é
espargida entre todos pelos mensageiros do Evangelho. A alguns ela é fatal; para
outros confere vida (cons. Jo. 3:19; 9:39; 15:22; 16:8 e segs.; Atos 13:46 e
segs.; 28:25-28). A transição da morte espiritual (cons. Ef. 2:1) para a morte
eterna (cons. Ap. 2:11; 20:14; 21:8) é provavelmente indicada por de morte
para morte.
17.
O testemunho de Paulo é que ele não faz, como
tantos outros (os falsos mestres mencionados em 11:4, 12-15), mercadejando
(kapeleuo, significando “trocar, vendedor ambulante; mascatear” –
Arndt) a palavra de Deus. A sinceridade de Paulo está evidente em sua 1)
origem – de Deus; 2) manifestação – na presença de Deus; 3)
esfera de ação – falamos de Cristo (cons. 13:3 ).
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