Lucas 10 — Comentário Devocional

Lucas 10

Lucas 10 transmite lições sobre missão colaborativa, confiança em Deus, urgência em compartilhar o Evangelho, compaixão pelos outros, equilíbrio entre serviço e crescimento espiritual, amor a Deus e ao próximo e priorização do tempo com Deus.

1. Enviando os Setenta e Dois: Jesus envia um grupo maior de discípulos para espalhar Sua mensagem. Isto enfatiza a importância dos esforços colaborativos na partilha do Evangelho e a responsabilidade de todos os crentes de participarem nesta missão.

2. Simplicidade e Dependência: Jesus instrui os discípulos a irem com provisões mínimas, ensinando-os sobre como confiar na provisão de Deus e a importância de confiar Nele para suas necessidades.

3. Colheita e Trabalhadores: Jesus enfatiza a necessidade de mais trabalhadores se envolverem na colheita espiritual. Isto nos ensina sobre a urgência de compartilhar o Evangelho e participar ativamente na obra de Deus.

4. O Bom Samaritano: A parábola ensina a importância de mostrar misericórdia e compaixão pelos outros, independentemente de sua origem ou circunstâncias. Desafia-nos a estender a bondade aos necessitados.

5. Maria e Marta: A interação de Jesus com Maria e Marta ensina sobre o equilíbrio entre servir e passar tempo com Ele. Ele destaca a importância de priorizar a nutrição espiritual em detrimento das distrações.

6. Amar a Deus e ao próximo: Jesus resume os mandamentos como amar a Deus de todo o coração e amar o próximo como a nós mesmos. Isto nos ensina sobre a centralidade do amor em nosso relacionamento com Deus e com os outros.

7. A Parábola do Bom Samaritano Revisitada: A interação com o especialista na lei leva à recontagem da parábola, ressaltando a importância de viver a mensagem de compaixão e amor ao próximo.

8. Escolher o que é melhor: Jesus elogia Maria por escolher sentar-se aos Seus pés e aprender. Isto nos ensina sobre o valor de passar tempo na presença de Deus e priorizar o crescimento espiritual.

Em resumo, Lucas 10 fornece lições sobre missão colaborativa, simplicidade e dependência de Deus, a urgência de compartilhar o Evangelho, mostrar compaixão pelos outros, equilibrar serviço e nutrição espiritual, a centralidade do amor e o valor de escolher o que é melhor em nossa vida. ande com Deus.

Devocional

10.1-2 Muito mais de doze pessoas seguiam Jesus. Nesta passagem, vemos que Ele designou um grupo de setenta segui dores para, de dois em dois, ir a várias cidades, a fim de preparar a visita do Messias. Esses discípulos não eram especiais em suas qualificações. Não eram mais educados, capazes ou tinham uma posição mais elevada em relação aos outros seguidores de Jesus. O que os preparou para essa missão foi terem sido equipados com o poder e a visão de Jesus para alcançar todas as pessoas. É importante dedicar nossas habilidades ao Rei no de Deus, mas também devemos estar revestidos do poder divino e ter uma visão clara daquilo que Deus quer que façamos.

10.2 Jesus enviou 36 grupos, com duas pessoas cada, para alcançar as multidões. Estes grupos não deveriam tentar fazer o trabalho sozinhos, antes, deveriam pedir a Deus que enviasse mais trabalhadores. Assim que algumas pessoas entendem as Boas Novas, querem começar a trabalhar, contatando imediata mente pessoas não salvas. Esta história sugere uma abordagem diferente: comece mobilizando um grupo para orar. Antes de orar pelas pessoas não salvas, ore para que outros discípulos, dispostos a alcançá-las, unam-se a você.

No serviço cristão não há desemprego. Deus tem trabalho suficiente para todos. Não fique apenas sentado, olhando os outros trabalharem, procure maneiras de ajudar na colheita:

10.3 Jesus disse que estava enviando os seus discípulos “como cordeiros ao meio de lobos”. Os discípulos teriam de ser cuidadosos, porque seguramente encontrariam oposição. Nós também somos enviados ao mundo como cordeiros ao meio de lobos. Esteja alerta e lembre-se de enfrentar seus inimigos não com agressões, mas com amor e mansidão. Uma missão perigosa exige um comprometimento sincero!

10.7 A instrução de Jesus para ficarem em uma só casa evitava certos problemas. Mudar de moradia constantemente pode ria ofender a família que os hospedou primeiro. Algumas famílias poderiam competir pela presença dos discípulos, e alguém poderia pensar que não era bom o bastante para ouvir a mensagem. Se os discípulos parecessem não apreciar a hospitalidade que lhes foi oferecida, a cidade poderia não aceitar Jesus quando Ele chegasse lá. Além disso, ficando hospedados em um só lugar, os discípulos não teriam que se preocupar continuamente com conseguir boas acomodações. Poderiam concentrar-se no desempenho da tarefa que lhes fora designada.

Jesus disse a seus discípulos para aceitarem a hospitalidade de bom grado, porque seu trabalho os autorizava a isto. Os ministros das Boas Novas merecem ser sustentados, e é nossa responsabilidade ter a certeza de que eles têm o que precisam. Há várias maneiras de encorajar aqueles que servem a Deus na igreja: (1) garantir que tenham um salário adequado; (2) garantir que contem com apoio emocional (é importante planejar ocasiões especiais para expressar apreço por eles e por algo que tenham feito); (3) levantar-lhes o ânimo por meio de surpresas especiais, em certos momentos. Nossos ministros merecem saber e sentir que são recompensados com alegria e generosidade.

10.8-9 Jesus fez duas recomendações aos discípulos quanto à viagem: deveriam comer o que fosse colocado diante deles, isto é. deveriam aceitar a hospitalidade sem serem seletivos, e deveriam curar os enfermos. Por causa das curas, as pessoas se disporiam a ouvir as Boas Novas.

10.12 Sodoma foi uma cidade ímpia que Deus destruiu por causa da grande pecaminosidade (Gn 19). O nome desta cidade é frequentemente usado para aludir a maldade e a imoralidade. Sodoma sofrerá no dia do Juízo, mas as cidades que viram o Messias e rejeitaram-no sofrerão ainda mais.

10.13 Corazim era uma cidade próxima ao mar da Galileia, provavelmente situada cerca de três quilômetros ao norte de Cafarnaum. Tiro e Sidom foram cidades destruídas por Deus em castigo pela impiedade (ver Ez 26-28).

10.15 Cafarnaum era a base do ministério de Jesus na Galileia. A cidade estava localizada em uma importante estrada, usada por comerciantes e pelo exército romano, de forma que uma mensagem proclamada em Cafarnaum provavelmente alcança ria terras longínquas. Mas muitas pessoas em Cafarnaum não entenderam os milagres de Jesus e/ou não creram em seus ensinamentos, por isto a cidade foi incluída entre aquelas que seriam julgadas por rejeitá-lo.

10.17-20 Os discípulos tiveram resultados tremendos ao ministrarem em nome de Jesus e com a autoridade dEle. Estavam eufóricos pelas vitórias que haviam testemunhado, e Jesus compartilhava o entusiasmo deles. O Mestre os ajudou a entenderem corretamente a prioridade, porém lembrou-os da vitória mais importante que haviam alcançado: o nome deles estava registrado no livro da vida. Esta honra era mais importante do que qualquer outra realização. Quando virmos as maravilhas de Deus em ação em nós e através de nós, não devemos perder de vista a maior maravilha de todas: nossa cidadania celestial!

10.18, 19 Ao proferir essas palavras, talvez Jesus tenha olhando adiante, para a sua vitória sobre Satanás na cruz. O texto em João 12.31,32 indica que Satanás seria julgado e expulso no momento da morte de Jesus. Ou, quem sabe. Jesus tenha advertido seus discípulos contra o orgulho. Talvez se referisse ao texto em Isaías 14.12-17, que começa com as seguintes palavras: "Como caíste do céu, é estrela da manhã, filho da alva!”. Alguns relacionam este versículo a Satanás e explicam que o orgulho deste ser gerou todo o mal que vemos hoje. Para os discípulos de Jesus, emocionados com a autoridade sobre os espíritos malignos (serpentes e escorpiões), as palavras do Mestre devem ser trazido uma severa advertência: este tipo de orgulho foi o que levou Satanás à queda. Tomem cuidado!

10.21 Jesus agradeceu a Deus pelo fato de a verdade espiritual estar disponível a todos, não só para as elites. Muitas recompensas da vida parecem ser direcionadas aos inteligentes, aos ricos, aos de boa aparência e/ou aos poderosos, mas o Reino de Deus está disponível a todos, independentemente de posições ou habilidades. Não nos aproximamos de Jesus por meio da força ou da inteligência, mas de uma confiança singela, praticamente infantil. Jesus não se opõe à busca da erudição, opõe-se ao orgulho espiritual (ser sábio aos próprios olhos). Una-se a Jesus, agradecido a Deus por todos nós termos um acesso igual a Ele! Confie na graça de Deus e em sua cidadania no Reino, não em suas qualificações pessoais!

10.22 A missão de Cristo era revelar o Deus Pai às pessoas. As palavras de Jesus trouxeram a nós ideias de difícil compreensão. Ele explicou o amor de Deus por meio de histórias, ensinamentos e, acima de tudo, de sua vida. Examinando as ações, os princípios e as atitudes de Jesus, podemos entender melhor Deus.

10.23, 24 Os discípulos tiveram uma oportunidade fantástica: foram testemunhas oculares de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Mas, por muitos meses, eles não deram a Jesus o devido valor, não o ouviram bem nem lhe obedeceram realmente. Também temos uma posição privilegiada: o legado de dois mil anos de história da Igreja, a Bíblia em centenas de idiomas, acesso a muitos pastores e oradores excelentes. Contudo, frequentemente talhamos em dar o devido valor a estas bênçãos. Lembre-se: com o privilégio vem a responsabilidade! Por sermos privilegia dos por saber tanto a respeito de Cristo, devemos ser cuidadosos para segui-lo.

10.24 Na época do AT, homens de Deus, como o rei Davi e o profeta Isaías, fizeram muitas predições inspiradas por Deus, as quais tiveram o cumprimento em Jesus. Como Pedro mais tarde escreveu, os profetas se perguntaram o que aquelas predições significavam e quando se daria o cumprimento (1 Pe 1.10-13). Como disse Jesus: “muitos reis e profetas desejaram ver o que vós vedes”: a vinda do Reino de Deus.

10.27 Esse especialista na lei religiosa citou Deuteronômio 6.5 e Levítico 19.18. Ele entendia corretamente que a lei exigia total devoção a Deus e amor para com o próximo. Jesus falou mais sobre essas leis em outras passagens (ver Mt 19.16-22 e Mc 10.17-22).

10.27-37 O doutor da lei via o homem ferido como um tópico para discussão; os salteadores, como alguém a explorar; o sacerdote, como um problema a evitar; e o assistente do Templo (o levita), como um objeto de curiosidade. Somente o bom samaritano o tratou como uma pessoa que deveria ser amada.

Com essa ilustração, aprendemos três princípios sobre o amor ao nosso próximo: (1) a falta de amor é frequentemente fácil de ser justificada, embora nunca seja correta; (2) nosso próximo é qualquer pessoa, de qualquer povo, credo ou posição social que esteja em necessidade; e (3) amar significa querer bem e atender à necessidade de uma pessoa. Onde quer que você viva, certamente existem pessoas necessitadas por perto. Não há uma boa razão para você recusar-se a ajudar!

10.33 Havia um profundo ódio entre judeus e samaritanos. Os judeus viam-se como descendentes “puros” de Abraão, enquanto os samaritanos eram mestiços, fruto do casamento entre judeus do Reino do Norte e famílias de outros povos, que foram para lá durante o exílio babilônico de Israel. Para o doutor da lei, os samaritanos eram os menos propensos a agir correta mente. De fato, o escriba não suportava ter de reconhecer que na parábola de Jesus o samaritano agiu como o próximo do homem necessitado, enquanto a atitude do sacerdote e do levita fez com que eles se traíssem, pois revelava a falta do cumpri mento da lei em sua vida, visto que não praticavam o amor.

10.38-42 Maria e Marta amavam Jesus. Nessa ocasião ambas o serviam. Porém Marta pensou que o estilo de serviço de Maria fosse inferior ao dela. Não percebeu que, em seu desejo de ser vir bem, na verdade, negligenciou atenção a seu convidado. Você está tão ocupado fazendo algo para Jesus, que deixa de passar momentos de comunhão com Ele? Não deixe que seu serviço se transforme em algo que vise a seu próprio interesse.

10.41, 42 Jesus não culpou Marta por estar preocupada com as tarefas domésticas. Ele só pediu que ela estabelecesse corretamente as prioridades. É possível um serviço a Cristo perder a essência, tornando-se um mero trabalho cheio rio tarefas, total mente desprovido de devoção a Deus.

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