Significado de Lucas 24
Lucas 24
Lucas 24 apresenta a ressurreição de Jesus e suas aparições pós-ressurreição a seus discípulos. O capítulo começa com as mulheres que foram ao túmulo de Jesus descobrindo que ele está vazio e encontrando dois anjos que declaram que Jesus ressuscitou dos mortos. As mulheres compartilham essa notícia com os discípulos, que inicialmente são céticos, mas acabam tendo seus próprios encontros com Jesus ressuscitado.
Nos versículos seguintes, Jesus aparece a dois discípulos no caminho de Emaús, revelando-se a eles por meio do partir do pão. Mais tarde, ele aparece ao resto dos discípulos, mostrando-lhes as mãos e os pés e instruindo-os a sair e pregar as boas novas da salvação a todas as nações. Ele sobe ao céu, e os discípulos o adoram e voltam para Jerusalém cheios de alegria.
O capítulo termina com os discípulos continuando a adorar e louvar a Deus, e com Jesus prometendo enviar-lhes o Espírito Santo para capacitá-los para sua missão.
No geral, Lucas 24 apresenta o relato da ressurreição de Jesus e suas aparições pós-ressurreição a seus discípulos, enfatizando os temas de vitória, fé e missão. A ressurreição de Jesus representa a vitória final sobre a morte e o pecado, demonstrando o poder e a glória de Deus. O ceticismo inicial dos discípulos e a fé posterior destacam o poder transformador do encontro com Jesus ressuscitado. Finalmente, a comissão de Jesus a seus discípulos de pregar as boas novas a todas as nações enfatiza a importância de espalhar a mensagem da salvação e dar testemunho da ressurreição de Jesus.
I. Hebraísmos e o Texto Grego
Lucas 24, ainda que redigido em grego koiné, pensa e fala com gramática, léxico e imagens da Bíblia hebraica. A narração avança por parataxe cumulativa (“e… e…”, kai que espelha o waw consecutivo), com deíticos de foco do tipo “eis” (idou = hinneh), a fórmula responsiva “respondendo, disse” (apokritheis eipen ≈ ʿānâ wayyōmer), e o marcador de necessidade teológica dei (“é necessário”) que funciona como decreto profético. O vocabulário grego opera sobre trilhos semitas: metanoia (conversão) é ouvido como šûv (“voltar-se”), aphesis (remissão/libertação) como deror e yôbel (libertação/jubileu, Levítico 25; Isaías 61:1–2), psychē (“vida”) como nepeš (vida integral), eirēnē (“paz”) como shalom, e a tríade “Moisés, Profetas e Salmos” reproduz a autoconsciência canônica hebraica (Lei, Profetas, Escritos).
Na manhã do primeiro dia, a cena do túmulo vazio é montada com hebraísmos transparentes. As mulheres chegam “muito cedo”, cumprem o repouso sabático e trazem aromas (cadência cultual da Torá), quando “eis dois homens com vestes resplandecentes” — parelha que evoca o princípio de “duas testemunhas” (Deuteronômio 19:15) e a luminosidade teofânica dos mensageiros. A pergunta “Por que buscais o vivente entre os mortos?” desloca o eixo para o Deus dos vivos, e a lembrança do “terceiro dia” amarra a promessa de restauração ao padrão profético (Oseias 6:2) e aos sinais tipológicos do justo preservado da corrupção (Salmos 16:10). O verbo “lembrar” funciona como zākar: “lembrai-vos como vos falou” e “então se lembraram das palavras” reinscrevem o zikkārôn bíblico pelo qual a palavra de Deus é convocada na hora da crise (Êxodo 12:14; Salmos 105:5). A corrida de Pedro, o ver dos lençóis e o afastar-se “admirado” compõem, por cola breves, o mesmo andamento hebraico que progride a ação por justaposição de verbos.
O caminho de Emaús é uma peça-prima de semitismo narrativo e teológico. Os dois “iam falando e discutindo”, Jesus “aproxima-se e caminha com eles”, mas “seus olhos estavam retidos” e depois “se abriram” — pares verbais que ecoam o campo hebraico de abrir/fechar (pāqaḥ, pātaḥ), como quando o profeta pede que o SENHOR “abra os olhos” (2 Reis 6:17) e como o salmista roga: “desvenda os meus olhos” (Salmos 119:18; 119:130). A repreensão “nécios e tardos de coração” é dicção sapiencial (Provérbios; Salmos 14:1), e a cláusula “não era necessário que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?” expõe o dei como “é determinado” dos profetas (Isaías 53; Daniel 9:26). “Começando por Moisés e por todos os Profetas, explicou-lhes o que a seu respeito constava” indica uma leitura canônica hebraica: semente da mulher que vencerá a serpente (Gênesis 3:15), o justo sofredor (Salmos 22; 69), o não abandonado ao Sheol (Salmos 16:10), o Servo ferido e vindicado (Isaías 52:13–53:12), o sinal de Jonas (Jônatas 2:1; cf. Jonas 1:17), a pedra rejeitada feita cabeça de esquina (Salmos 118:22). O testemunho interior — “não nos ardia o coração enquanto nos abria as Escrituras?” — traduz a experiência profética da Palavra como fogo no peito (Jeremias 20:9).
O gesto da mesa sela a revelação em chave covenantal. “Tomando o pão, abençoou, partiu e lhes dava” verte para o grego a beraká judaica (o “bendito és tu…” sobre o pão) e reencena, agora pascalmente, o padrão de bênção e partilha. “Abriram-se-lhes os olhos e o reconheceram” inverte a tragédia de Gênesis 3:7 (olhos abertos para a vergonha): aqui, a abertura é para o reconhecimento do Ungido; o conhecimento messiânico cura a antiga alienação. A hospitalidade que pede “fica conosco” e a súbita invisibilidade do hóspede seguem o ritmo de teofanias discretas que visitam, abençoam e se retiram, deixando a fé com o memorial da Palavra e do pão.
A aparição em Jerusalém continua a falar hebraico. O “Paz seja convosco” é shalom, saudação e bênção de aliança (Números 6:24–26), e a prova corpórea (“apalpai-me… carne e ossos”) responde ao realismo veterotestamentário da ressurreição que não anula a criação, antes a consola e restaura (Isaías 26:19). O ato de comer diante deles recorda os encontros de Deus e seus mensageiros à mesa (Gênesis 18:1–8) e serve de prova sensível. Em seguida, vem a chave hermenêutica: “era necessário cumprir tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”, e “abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras” — a mesma oração do salmista para que Deus desvende e ilumine (Salmos 119:18; 119:130). O querigma é formulado em hebraísmos conceituais: “assim está escrito: que o Cristo padecesse e ressuscitasse ao terceiro dia, e que em seu nome se proclamasse metanoia para aphesis dos pecados a todas as nações, começando de Jerusalém”. Aqui, metanoia é o šûv profético (Oséias 14:1–2), e aphesis é a libertação do jubileu (Levítico 25; Isaías 61:1–2). O “a todas as nações” começa em Sião segundo a visão profética (Isaías 2:2–3; Miqueias 4:1–2), estende a salvação até os confins (Isaías 49:6; 52:10; 66:18–21; Joel 2:32), e a designação “vós sois testemunhas destas coisas” atualiza a vocação israelita: “vós sois minhas testemunhas, diz o SENHOR” (Isaías 43:10–12).
A promessa do Espírito é igualmente de textura semita. “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei na cidade até que do alto sejais revestidos de poder” reúne Isaías 32:15 e 44:3 (o Espírito derramado), Joel 2:28–29 (o Espírito sobre toda carne) e até a imagem veterotestamentária do Espírito que “reveste” o servo de Deus (Juízes 6:34, literalmente “o Espírito vestiu Gideão”). O “do alto” (hypsous) soa o marom/šāmayim da habitação divina, e o “revestir-se” (endýsthai) conjuga a metáfora hebraica de vestir-se com vigor e justiça (Isaías 59:17).
A ascensão consuma o capítulo em moldura sacerdotal e régia. Conduzindo-os a Betânia, “erguendo as mãos, os abençoou”, gesto que ecoa a bênção aarônica com mãos erguidas (Levítico 9:22; Números 6:24–26) e sela uma liturgia de despedida sob o signo da graça. “Enquanto os abençoava, apartou-se deles e foi elevado ao céu” conjuga a exaltação do Salmo 110:1 (“assenta-te à minha direita”) com os paradigmas veterotestamentários de elevação celeste (Enoque em Gênesis 5:24; Elias em 2 Reis 2:11), transferindo ao Filho do Homem a entronização daniélica (Daniel 7:13–14). A resposta dos discípulos — “adorando-o, voltaram a Jerusalém com grande alegria e estavam continuamente no Templo bendizendo a Deus” — reúne hishtachavá (prostração), o júbilo escatológico prometido a Sião (Isaías 35:10; 51:11) e a fidelidade do culto no lugar que o Nome escolheu, enquanto aguardam a gĕʾullāh prometida.
Visto por inteiro, Lucas 24 é grego que fala hebraico: a sintaxe paratática que imita o waw consecutivo, os deíticos proféticos (idou/hinneh), os pares de abertura/fechamento de olhos e Escrituras, a cadência do “era necessário” como decreto, e a tríade canônica Israelita estruturam o discurso. As escolhas lexicais mapeiam-se a matrizes veterotestamentárias: metanoia como šûv, aphesis como jubileu, eirēnē como shalom, psychē como nepeš, “testemunhas” como vocação de Isaías, “revestir-se do alto” como investidura do Espírito. As comparações com o Antigo Testamento não são ornamento, mas gramática: memória (zikkārôn) e “hoje” de salvação (Êxodo 12:14; Oséias 6:2), justo sofredor e não abandonado à cova (Salmos 22; 16:10; Isaías 53), Sião como ponto de partida para as nações (Isaías 2:2–3; 49:6; 52:10; 66:18–21; Joel 2:32), bênção sacerdotal com mãos erguidas (Números 6:24–26), entronização do Senhor à direita (Salmos 110:1; Daniel 7:13–14). Assim, embora escrito em grego, o capítulo final de Lucas compõe a Páscoa de Jesus com a sintaxe, a poética e a teologia da Escritura de Israel, encerrando a narrativa onde ela sempre esteve ancorada: na berît que se cumpre e se abre, de Jerusalém para todas as nações.
II. Comentário de Lucas 24
Lucas 24.1 Muito de madrugada. As mulheres chegaram bem cedo para ungir o corpo de Jesus. João 20.1 observa que ainda estava escuro, enquanto Mateus 28.1 fala da alvorada. Marcos 16.2 diz que era muito cedo. Alguns manuscritos mencionam apenas a ida das mulheres de Lucas 23.55.
Lucas 24.2 Mateus 28.2 diz que um terremoto moveu a pedra, que deve ter sido encaixada na frente da passagem da entrada do sepulcro. Mover a pedra seria possível, embora trabalhoso, para um grupo de pessoas. O terremoto determina como a rocha foi removida.
Lucas 24.3 Não acharam o corpo. A primeira menção ao sepulcro vazio indica que a ressurreição ocorreu.
Lucas 24.4, 5 Podemos admitir que os dois varões que apareceram eram anjos baseados na descrição de suas vestimentas como resplandecentes (v. 23). Por que buscais o vivente. Os anjos anunciaram que Jesus estava vivo. Ungi-lo não seria necessário.
Lucas 24.6 Ressuscitou... Lembrai-vos. Os anjos lembram as mulheres de que Jesus havia predito Sua ressurreição ainda na Galiléia (Lc 9.22).
Lucas 24.7 Entregue... crucificado... ressuscite. O teor das predições é mencionado novamente de forma reduzida (Lc 9.22; 18.32,33).
Lucas 24.8 E lembraram-se. As palavras que ouviram fizeram com que elas se lembrassem do que o Senhor Jesus havia dito.
Lucas 24.9 Anunciaram todas essas coisas. As primeiras testemunhas do sepulcro vazio dão o seu depoimento, que é resumido em Lucas 24-23.
Lucas 24.10 Três mulheres são nomeadas: Maria Madalena (Lc 8.2; Mt 28.1; Mc 16.1; Jo 20.1), Joana (Lc 8.3) e Maria, mãe de Tiago (Mc 15.40; 16.1). Outras mulheres também estavam com essas três durante o depoimento acerca da ressurreição de Jesus. Maria, a última ao pé da cruz e a primeira no sepulcro, teve o privilégio de transmitir a primeira mensagem da ressurreição.
Lucas 24.11 O ceticismo imperou entre os discípulos. É claro que eles não esperavam a ressurreição. E não as creram. As palavras das mulheres pareciam loucura ao ouvido dos homens.
Lucas 24.12 Levantando-se, correu. Pedro, já tendo passado pela experiência do cumprimento da palavra do Senhor (Lc 22.54-62), correu até o túmulo para checar a história das mulheres. Ê difícil dizer se ele acreditou na ressurreição após deixar o sepulcro. O fato de ter ficado admirado indica surpresa ou fé?
Lucas 24.13-35 A história dos dois discípulos no caminho de Emaús é registrada apenas em Lucas.
Lucas 24.13-16 Os olhos deles estavam como que fechados. Os discípulos não puderam reconhecer que Jesus estava entre eles (v. 15). Isso indica que Ele estava no mesmo corpo, embora glorificado, com o qual morreu. De outra forma, não haveria necessidade de impedir que eles o reconhecessem.
Lucas 24.17 Que palavras são essas. Jesus pergunta sobre o teor da conversa deles, que os deixava tão tristes.
Lucas 24.18 Não sabes as coisas. Cleofas fica admirado porque o homem não sabia o que havia acontecido em Jerusalém.
Lucas 24.19-21 Jesus Nazareno... um profeta. Esses discípulos na estrada de Emaús consideravam Jesus como o Revelador do caminho de Deus e Executor de Sua obra. Fosse Ele o que remisse Israel. Os discípulos esperavam que Deus mais uma vez salvasse Israel por intermédio de Jesus.
Lucas 24.22, 23 Visto uma visão de anjos... Ele vive. As mulheres falaram que o corpo não foi encontrado no sepulcro de Jesus e que os anjos anunciaram que Ele estava vivo. No entanto, esses homens ainda estarem tristes indicava que não acreditaram no depoimento das mulheres. Eles estavam entre os céticos do versículo 11.
Lucas 24.24 Até onde os discípulos sabiam, ainda não havia provas da ressurreição de Jesus. Eles quiseram ver o Cristo ressuscitado. Tomé não foi o único a ter dúvidas (Jo 20.25).
Lucas 24.25 Tardos de coração para crer. Jesus, que ainda não podia ser reconhecido pelos companheiros de trajeto, repreendeu os homens e lembrou-os das coisas que os profetas ensinaram.
Lucas 24.26 Os profetas ensinaram a respeito do sofrimento de Cristo e de Sua entrada na glória. As passagens mencionadas aqui incluíam Salmos 16; 100 e Isaías 53. Veja no livro de Atos a utilização dessas passagens pelos apóstolos, a fim de provar que Jesus é o Messias prometido (At 2.14-36; 8.32,33). Note como Jesus usou o título Cristo (Messias) para fazer referência a si próprio, enquanto os discípulos o chamavam meramente de profeta (v. 19).
Lucas 24.27 Começando por Moisés e passando por todos os profetas, Jesus explicou-lhes o plano de Deus nas Escrituras. Este desígnio está presente ao longo de todo o Antigo Testamento (At 3.22-26; 10.43).
Lucas 24.28, 29 Fica conosco. Esta é uma utilização cotidiana de um verbo essencial no Evangelho e na primeira epístola de João (Jo 15.1-8; 1 Jo 2.6). Significa permanecer ou aguardar em algum lugar. Eles desejavam compartilhar uma refeição com a Sua interessante companhia.
Lucas 24.30-32 Não ardia em nós o nosso coração. Os homens sentiram, durante os esclarecimentos na caminhada, que estavam vivendo um momento especial.
Lucas 24.33, 34 Antes que os dois viajantes pudessem expor sua experiência, os outros discípulos contaram que Simão também tinha visto Jesus ressuscitado.
Lucas 24.35 E como deles foi conhecido. O episódio de Emaús é reportado àqueles que sabiam que Pedro tinha visto o Senhor.
Lucas 24.36 O mesmo Jesus se apresentou no meio deles. Embora Jesus esteja com o Pai, Ele se faz presente e aparece novamente para os homens.
Lucas 24.37 Espírito. Os discípulos demoraram um pouco para compreender que quem estava no meio deles era Jesus, fisicamente ressuscitado. Os homens acharam, a princípio, que estavam tendo uma visão (v. 39).
Lucas 24.38 Por que sobem tais pensamentos. As aparições de Jesus foram designadas para garantir aos discípulos a realidade de Sua vindicação.
Lucas 24.39 Jesus mostra que um corpo ressuscitado não é um espírito sem matéria. O fato de Cristo estar presente em carne e ossos indica que Ele foi ressuscitado em Seu corpo, e não era uma alucinação. Jesus levantou dos mortos no mesmo corpo físico com que enfrentou a morte. Se não fosse dessa forma, seria um fenômeno de reencarnação, e não de ressurreição. A diferença é que Seu corpo ressuscitado não padece e não está sujeito à morte.
Algumas pessoas erroneamente ensinaram que o corpo ressuscitado tem como características o poder de atravessar paredes ou desmaterializar-se segundo sua vontade. Não há provas de que tais capacidades são inerentes ao corpo no referido estado. Lembre-se: Jesus andou sobre as águas, desafiando uma lei da física, antes de ressuscitar. Paulo fala sobre o corpo ressuscitado em 1 Coríntios 15.35-58.
Lucas 24.40, 41 Alegria... maravilhados. Os discípulos são convencidos quando Jesus pede para comer na presença deles.
Lucas 24.42, 43 A natureza física do corpo ressuscitado de Jesus foi confirmada quando Ele comeu um pedaço de peixe assado.
Lucas 24.44, 45 O plano de Deus, como foi delineado na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos, estava sendo cumprido em Jesus. Essa tripla categorização das antigas Escrituras sumariza o teor do Antigo Testamento. Abriu-lhes o entendimento. Os discípulos compreenderam como o plano de Deus, da forma que é delineado nas Escrituras, encaixa-se.
Lucas 24.46 Cristo padecesse.... ressuscitasse. Duas partes do plano de Deus foram cumpridas. Jesus foi crucificado e levantou dos mortos. Os textos do Antigo Testamento que predizem esses acontecimentos são: Salmos 118.22 (At 4.11) e Salmos 22.
Lucas 24.47 Jesus foi considerado fingidor e blasfemador. Depois da ressurreição, as pessoas teriam de mudar sua forma de pensar e servi-lo pelo que Ele realmente é, o Filho de Deus. Esta é a mensagem que Pedro pregaria no Pentecostes, uma prédica que faria com que milhares de pessoas declarassem jesus como seu Senhor e Salvador. Cristo sintetizou a missão dos discípulos como a pregação do arrependimento, chamando as pessoas a saírem de seus caminhos egoístas e se voltarem para Jesus, aquele que havia morrido por elas. Remissão dos pecados. O teor da pregação dos discípulos estaria centrado na benevolente oferta divina de perdão a todos os que acreditassem (At 2.38; 10.43). Em seu nome. Esta é uma referência à autoridade de Jesus. O perdão e a bênção vêm somente por meio da obra de Cristo ressuscitado (At 2.30-39). A mensagem da salvação de Jesus iria a todas as nações, e chegaria aos judeus e gentios da mesma forma.
A oferta seria feita a todos, pois todos a receberiam (At 10—15). A missão dos discípulos começaria em Jerusalém, onde Jesus morreu, e então se espalharia por todo o mundo (At 1.8).
Lucas 24.48 Testemunhas. Jesus diz que os discípulos foram chamados para testemunhar Sua obra (At 1.8,22; 3.15; 5.32; 10.39,41; 13.31; 22.15; 26.16).
Lucas 24.49 A promessa de meu Pai. Esta é uma referência ao batismo no Espírito Santo no dia de Pentecostes (At 2). Foi prometido em Joel 2.28 (At 2.14-18) e em Jeremias 31.31-33. Pedro chama esta vinda do Espírito de o começo (At 11.15), porque o real cumprimento da promessa de salvação se iniciaria nas pessoas unidas pelo Espírito para estabelecer a Igreja do Senhor. Ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. Os discípulos deveriam ficar em Jerusalém até que o Espírito os capacitasse no Dia de Pentecostes.
Lucas 24.50 Betânia ficava fora da cidade de Jerusalém (Lc 19.29).
Lucas 24.51 Foi elevado ao céu. Esta é a primeira das duas descrições da ascensão, em Lucas e Atos (At 1.9-11). Lucas pode estar sintetizando aqui o que aconteceu quarenta dias depois, a fim de estabelecer uma ligação com o livro de Atos.
Lucas 24.52 Adorando... grande júbilo. Esta é uma resposta adequada à realidade da ressurreição e ascensão de Jesus.
Lucas 24.53 E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus. A tristeza dos discípulos por causa da morte de Jesus chegara ao fim (v. 17). Agora, os seguidores de Cristo esperavam a promessa de Deus com alegria. A narrativa de Lucas continua no livro de Atos, onde ele registra a resposta inicial dos discípulos à ordem dada por Jesus de pregar o evangelho a todas as nações (v- 47)
Índice: Lucas 1 Lucas 2 Lucas 3 Lucas 4 Lucas 5 Lucas 6 Lucas 7 Lucas 8 Lucas 9 Lucas 10 Lucas 11 Lucas 12 Lucas 13 Lucas 14 Lucas 15 Lucas 16 Lucas 17 Lucas 18 Lucas 19 Lucas 20 Lucas 21 Lucas 22 Lucas 23 Lucas 24