Lucas 6 — Comentário Devocional

Lucas 6

Lucas 6 inclui os ensinamentos de Jesus sobre compaixão pelas regras, amor pelos inimigos, não julgamento, escolhas sábias, a regra de ouro e a importância de construir uma base sólida para segui-Lo. Aqui estão algumas lições que podemos aprender deste capítulo:

1. O Senhor do Sábado: A resposta de Jesus aos fariseus sobre colher grãos no sábado enfatiza Sua autoridade sobre o sábado. Isto nos ensina que Jesus prioriza a compaixão e a necessidade humana em detrimento da rígida observância de regras.

2. Bênçãos e desgraças: O pronunciamento de Jesus sobre bênçãos e desgraças desafia as ideias convencionais de sucesso e felicidade. Isto nos ensina sobre os valores do reino de Deus, que muitas vezes vão contra as normas sociais.

3. Amor pelos Inimigos: Jesus instrui Seus seguidores a amar seus inimigos e fazer o bem àqueles que os maltratam. Este ensinamento radical demonstra o poder transformador do amor e reflete o amor incondicional de Deus por todos.

4. Atitude sem julgamento: Jesus desaconselha julgar os outros e destaca a importância do auto-exame antes de tentar ajudar os outros. Isso nos ensina humildade e empatia, enfatizando o crescimento pessoal antes de oferecer correção.

5. A árvore e seu fruto: A metáfora de Jesus sobre uma árvore e seu fruto nos ensina a discernir o caráter das pessoas por meio de suas ações. Isso nos incentiva a cultivar bom caráter e integridade.

6. Construir sobre um alicerce sólido: A parábola de Jesus sobre construir uma casa sobre a rocha ilustra a importância de um alicerce sólido para nossas vidas. Este alicerce é construído em ouvir e obedecer Seus ensinamentos.

7. Construtores Sábios e Tolos: A parábola de Jesus sobre os construtores sábios e tolos ressalta a necessidade de agir de acordo com Suas palavras. Ensina-nos que a verdadeira sabedoria vem de colocar em prática Seus ensinamentos.

8. Regra de Ouro: Jesus apresenta a regra de ouro: "Faça aos outros o que gostaria que fizessem a você." Este princípio fundamental orienta o comportamento e os relacionamentos éticos.

9. Discipulado e Frutificação: Jesus destaca que os verdadeiros discípulos dão bons frutos em suas vidas. Isso nos ensina sobre o impacto transformador de seguir Jesus e Seus ensinamentos.

Em resumo, Lucas 6 oferece lições sobre a autoridade de Jesus, os valores do reino de Deus, o amor pelos inimigos, as atitudes sem julgamento, o discernimento do caráter, a construção de uma base sólida, a regra de ouro e os resultados do discipulado.

Devocional

6.1, 2 Pela tradição legalista judaica, havia 39 categorias de atividades proibidas no sábado: a colheita era uma delas. Os doutores da lei foram mais longe, descreveram os diferentes métodos de colher. Um consistia em esfregar os grãos entre as mãos, como os discípulos fizeram neste episódio. A lei dizia que os lavradores não deveriam recolher os frutos nos cantos de seu campo, para que os viajantes e os pobres pudessem se beneficiar desta generosidade (Dt 23.25). Assim, os discípulos não poderiam ser acusados de roubar as espigas. Também não infringiram o sábado, porque não trabalharam neste dia. Embora pudessem ter violado as regras dos fariseus, não infringiram a lei de Deus.

6.2 Os fariseus pensavam que seu sistema religioso possuía todas as respostas todas as respostas. Não podiam aceitar Jesus, porque Ele não se ajustava àquela tradição religiosa. Podemos perder a Cristo pela mesma razão. Cuidado para não pensar que você ou sua igreja tem todas as respostas. Nenhum sistema religioso é grande o bastante para conter Cristo completamente ou cumprir perfeitamente toda a sua vontade em relação ao mundo.

6.3-5 Toda semana, doze pães consagrados, representando as doze tribos de Israel, eram colocados em uma mesa no Templo. Eram chamados de Pães da Proposição. Depois de serem substituídos os pães deveriam ser comidos apenas pelos sacerdotes. Jesus, acusado de infringir o sábado, referiu-se a uma história bem conhecida sobre Davi (1 Sm 21.1 -6). Em uma ocasião, quando fugia de Saul, Davi e seus soldados comeram esses pães especiais. A necessidade deles era mais importante do que os regulamentos cerimoniais. Jesus apelou para o mesmo princípio: a necessidade humana é mais importante do que regulamentos e regras humanas. Comparando a si mesmo e seus discípulos a Davi e seus soldados. Jesus estava dizendo: “Só vocês me condenam, deveriam também condenar Davi”. 6.5 Quando Jesus afirmou ser “senhor até do sábado”, referia-se a sua autoridade para revogar as tradições e os regula mentos estabelecidos pelos fariseus, porque, sendo Ele Deus. havia instituído o sábado. O Criador é sempre maior do que a criação.

6.6, 7 De acordo com a tradição religiosa, ninguém poderia ser curado no sábado. Os líderes religiosos argumentavam que ministrar cura era praticar a Medicina, e pessoa alguma poderia exercer a sua profissão no sábado. Para eles. era mais importante proteger suas leis do que livrar alguém do sofrimento.

6.11 Os inimigos de Jesus estavam furiosos. O Mestre não só tinha lido seus pensamentos, como também escarneceu de suas leis, expondo o ódio no coração deles. É irônico que a ira, combinada com o zelo pela lei, tenha levado aqueles homens a conspirarem para matar Jesus; um ato claramente contrário à lei de Deus.

6.12 Os escritores dos Evangelhos observaram que, antes de todos os episódios importantes na vida de Cristo. E e havia se parado um tempo para ficar a sós e orar. Jesus se preparava para escolher seus doze apóstolos. Certifique-se de que todas as suas decisões importantes tenham sido apresentadas a Deus em oração!

6.13 Jesus teve muitos discípulos (alunos), mas escolheu apenas doze apóstolos (mensageiros). Os doze fizeram parte do círculo íntimo; foram homens aos quais Jesus deu um treinamento especial e autoridade, antes de envia-los em missão. Eles foram os que começaram a igreja cristã. Nos evangelhos, esses doze seguidores são normalmente chamados de discípulos, mas, no livro de Atos, são chamados de apóstolos.

6.13-16 Jesus selecionou homens comuns, com experiências e personalidades diversas, para serem seus discípulos. Hoje. Deus continua chamando pessoas comuns, para que, juntas, edifiquem a sua Igreja, preguem e ensinem a mensagem da salvação e sirvam aos outros por amor. Sozinhos, podemos sentir-nos desqualificados para servir a Cristo eficazmente, mas, unidos, formamos um grupo forte o bastante para fazer a obra de Deus da forma que Ele determinar. Peça ao Senhor paciência para aceitar a diversidade de pessoas em sua igreja e para edificar com a variedade de forças representadas em seu grupo!

6.14-16 Os discípulos nem sempre foram referidos no texto bíblico com apenas um nome. Por exemplo. Simão às vezes foi chamado de Pedro ou Cefas; Mateus também era conhecido como Levi Acredita-se que Bartolomeu fosse um outro nome para Natanael (Jo 1.45). Judas, filho de Tiago, também era chamado de Tadeu.

6.19 Divulgado o poder de cura de Jesus, multidões se reuniram na tentativa de ver o Mestre e tocá-lo. Para muitos, Ele era um mágico ou um símbolo de sorte. Alguns, em vez de desejarem o perdão e o amor de Deus, queriam somente a cura para as doenças no corpo ou a chance de ver milagres. Algumas pessoas ainda veem Deus como um mágico e consideram a oração uma maneira de conseguir que Deus faça seus truques. Mas Deus não é um mago; Ele é o Mestre. A oração não é uma maneira de controlarmos a Deus; é uma forma de nos colocarmos sob seu controle.

6.20ss Este pode ser o relato de Lucas sobre o sermão registrado em Mateus 5—7 ou pode ser um outro sermão semelhante àquele, proferido por Jesus em ocasião diferente. Alguns acreditam que este não foi outro sermão, e sim um compêndio, baseado nos ensinamentos habituais de Jesus.

6.20-23 Estes versículos foram chamados de “Bem-aventuranças’' ou “Beatitudes” [lat. Beatitudine], este último termo deriva da palavra latina benedictione, que significa “bênçãos” As bem-aventuranças descrevem o que significa ser um seguidor de Cristo; são padrões de conduta que contrastam valores do Reino com os valores do mundo, mostrando o que aqueles que seguem a Cristo podem esperar do mundo e de Deus; contrastam a falsa piedade com a verdadeira humildade e mostram como as expectativas descritas no AT serão cumpridas no Reino de Deus.

6.21 Alguns acreditam que a fome sobre a qual Jesus falou seja a de justiça (Mt 5.6); outros dizem tratar-se da fome física. Qualquer que seja o caso, em uma nação onde a riqueza era vista como um sinal do favor de Deus. Jesus surpreendeu seus ou vintes ao decretar bênçãos sobre os famintos. Porém, estas palavras estavam de acordo com uma antiga tradição. O AT está repleto de textos que proclamam a preocupação de Deus com os pobres e necessitados. Veja, por exemplo, os textos em 1 Samuel 2.5; Salmos 146.7; Isaías 58.6.7; Lucas 1.53.

6.24 Se você procura alcançar a realização pessoal somente por meio da riqueza, lembre-se de que ela pode ser a única recompensa que você conseguira e que não é uma benção durável. Não devemos buscar o conforto momentâneo à custa da vida eterna!

6.26 Havia muitos falsos profetas na época do AT. Eles eram louvados por reis e multidões, porque suas predições de prosperidade e vitória na guerra eram exatamente o que as pessoas queriam ouvir. Mas a popularidade não é garantia da verdade, e a lisonja humana não traz a aprovação de Deus. Aqueles que buscarem o elogio da multidão, em vez da verdade de Deus, padecerão tristezas.

6.27 Os judeus desprezavam os romanos porque estes oprimiam o povo de Deus, mas Jesus disse a seus seguidores que amassem os inimigos. Tais palavras afastaram muitos de Cristo. Mas Jesus não estava falando sobre ter afeição pelos inimigos, e sim sobre operar um ato de vontade. Não se pode sentir natural mente este tipo de amor, é necessário um esforço consciente. Amar nossos inimigos significa agir a favor de seus melhores interesses. Podemos orar por eles e pensar em maneiras de ajudá-los. Jesus amou o mundo inteiro, embora o homem estivesse em rebelião contra Deus. Jesus nos pede para seguirmos seu exemplo, amando nossos inimigos. Dê a eles os mesmos direitos que você deseja para si mesmo.

6.35 Amar implica atitude. Uma maneira de colocar o amor em ação é tomar a iniciativa de atender necessidades específicas. É fácil agir deste modo com as pessoas que nos amam e nas quais confiamos, porém o amor cristão implica ajudar até aqueles que não gostam de nós ou nos magoam. O dinheiro que damos aos outros deve ser um presente, não um empréstimo a juros altos que colocará um fardo sobre eles. Dê aos outros como se você estivesse dando algo a Deus.

6.37-38 O espírito perdoador demonstra que uma pessoa recebeu o perdão de Deus. Jesus usou a imagem dos grãos transbordando em um cesto, para nos ensinar que Deus nos dá em abundância. Se formos críticos, em vez de compassivos, também receberemos críticas, porém, se tratarmos os outros de forma generosa, graciosa e compassiva, estas qualidades serão totalmente observadas no trato para conosco. Devemos amar os outros, não julgá-los.

6.39-40 Certifique-se de estar seguindo os professores e líderes corretos, porque você será como eles. Procure líderes que lhe ensinem mais sobre a fé, e em cujo direcionamento você possa confiar.

6.41 Jesus não disse que devemos ignorar o mal, mas que não devemos ficar tão preocupados em notar os pecados dos outros a ponto de descuidarmos de nossa vida, incidindo nos mesmos erros. Frequentemente, racionalizamos nossos pecados e apontamos os mesmos erros nos outros. Que tipos de “argueiros” nos olhos dos outros são mais fáceis para você censurar? Quando sentir vontade de criticar, lembre-se das “traves” em seus olhos: você concluirá que tem menos a dizer.

6.42 Não devemos temer ser rotulados de hipócritas a ponto de ficarmos estáticos em nossa vida crista, escondendo a nossa fé e não fazendo esforço algum para crescer. Uma pessoa que frequentemente tenta acertar, porém falha, não é um hipócrita. Este também não é o caso daqueles que cumprem os seus deveres, mesmo quando não sentem vontade de fazê-lo. É frequentemente necessário e bom colocarmos de lado os nossos desejos, a fim de fazermos aquilo que precisa ser feito. Não é hipocrisia ser fraco na fé; hipócrita é a pessoa que tem um comportamento, a fim de ganhar atenção, aprovação e/ou admiração dos outros.

6.45 Jesus nos lembrou que o nosso falar e nossas ações revelam as verdadeiras convicções e motivações de nossa vida. As boas impressões que tentamos deixar não poderão ser duradouras se o nosso coração for enganoso. O que está em seu coração será revelado por meio de seu falar e de seu comportamento.

6.46-49 Obedecer a Deus é como construir uma casa sobre um alicerce forte e sólido, que resiste firmemente às tempestades. Nas ocasiões em que a vida está tranquila, pode parecer que as bases não são importantes, mas quando as crises chegam, os alicerces são testados. Certifique-se de que a sua vida esteja fundamentada sobre um sólido conhecimento e confiança em Jesus Cristo.

6.49 Por que as pessoas construiriam uma casa sem um alicerce? Talvez para economizar tempo e evitar o trabalho árduo de preparar uma fundação sobre a pedra. Possivelmente, a paisagem ã margem da água seja mais atraente. As casas de praia podem trazer um status maior do que as casas nas montanhas. Talvez as pessoas queiram unir-se a seus amigos, que se estabeleceram em áreas arenosas: talvez não tenham ouvido falar sobre as tempestades violentas ou desconsideraram os relatos que ou viram; por alguma razão, pensam que um desastre não poderá atingi-las. Qualquer que seja o caso, aqueles que não possuem um bom alicerce têm pouca visão, e depois se lamentarão muito. Quais são as razões para você ouvir, mas não obedecer?

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