Estudo sobre Romanos 12:11-13

Romanos 12:11-13

Os v. 11-13 enfocam o campo de atuação da igreja. No zelo, não sejais remissos. A exortação ao zelo se aproxima do v. 8, relacionada com a disposição de engajamento do que preside, mas aqui refere-se à disposição de cada um. Todos juntos devem ter o prazer de ser igreja que sabe o que é e o que deve fazer, fazendo-o com disposição. A igreja de Laodiceia havia chegado, com sua mornidão, ao limite extremo da zona de perigo. Chamados a cooperar no maior acontecimento que pode existir, a saber, no acontecimento da vontade de Deus sobre a terra, vale para eles: sede fervorosos de espírito. E: servindo ao Senhor. No nosso idioma, “senhor” pode ser usado para qualquer senhor da vizinhança, mas a igreja serve ao Senhor de todos os senhores e, não por último, Senhor do futuro. Isso é exatamente algo que somente se pode fazer de modo “ardente”, não com monotonia nem em fogo baixo. Antes, regozijai-vos na esperança. De acordo com Rm 5.2,3, as tribulações atuais nada podem senão incendiar ainda mais essa alegria. Sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes. Uma recapitulação dos textos que combinam “perseverar” e “oração” também no nosso texto, faz pensar sobre a participação constante em reuniões de oração. Orar em conjunto é característica de uma igreja que crê. Onde não se ora, não se crê mais. Não se pode crer apenas no pensamento. As citadas tribulações conduzem à exortação seguinte: compartilhai (ativamente) as necessidades dos santos. Às vezes o membro que passava a pertencer a uma igreja domiciliar facilmente perdia seu respaldo social anterior. P. ex., era possível que viúvas fossem excluídas da assistência pública aos pobres por causa por causa de sua fé. Com isso elas eram depositadas aos pés da igreja como uma tarefa (Tg 1.27). Os mestres da igreja também careciam de auxílio no primeiro cristianismo, porque seu serviço dedicado comprometia sua subsistência (Gl 6.6; 1Co 9.14). Para leitores de hoje a continuação praticai a hospitalidade (incansavelmente) salta à vista. Por que essa exortação aparece no NT com tanta insistência, e qual a causa do louvor e da gratidão justamente por essa tarefa? Na Antigüidade, os que viviam “sem cidadania”, “fora da aliança” (Ef 3.12,19; Gn 4.14) eram indefesos. Isso valia em dobro quando se tratava de um missionário que pertencia a uma igreja observada com suspeita, e valia o triplo quando a pessoa já estava sendo procurada judicialmente (At 9.23-25). Para tal pessoa, ocultar-se na casa de um companheiro de fé constituía o único refúgio, o que para este próprio não deixava de ser perigoso (P. ex.: At 17.6-8). Ou seja, a questão não é o comodismo da dona de casa, mas o medo que fazia retroceder na hora em que se devia exercer a hospitalidade. Mas de tais casas abertas dependia a expansão do cristianismo, ainda nos seus primeiros estágios.