Estudo sobre Romanos 12:7-8

Romanos 12:7-8

Tentaremos inicialmente definir mais de perto as demais atividades. Ao lado da profecia aparece o ministério (“servir” [nvi, blh, vfl]). Assim como a atuação de Jesus foi subdividida em palavras e ações, assim também acontece com o agir da comunidade de seguidores: seu serviço da palavra está rodeado de um corolário de serviços de amor. No v. 8b seguem-se exemplos. No começo, a função do que ensina era peculiarmente importante. Durante os encontros, homens com memória confiável e formação esmerada tinham de gravar as tradições essenciais para a vida da igreja. Conforme At 13.1 eles formavam um oposto especial diante dos profetas. Enquanto os profetas representavam a interpelação viva de Deus, esses professores representavam a Escritura Sagrada, a tradição de Jesus e as máximas da fé apostólica. Preservavam um tesouro e, por isso, eram um tesouro. Outros membros da igreja, por sua vez, o(s) que exorta(m), dirigiam-se aos indivíduos, revelando-se aptos para o apoio fraternal, paternal e maternal. Eles colaboravam para que a pregação genérica não apenas pairasse por sobre a platéia, mas penetrasse em cada ouvido e fosse compreendida e aplicada à vida cotidiana de cada um. As três últimas definições levam ao âmbito da tarefa diaconal. O que contribui (“dar” [vfl], “repartir” [blh]) dos seus bens poderia ser, p. ex., aquele que abria sua casa para a igreja: “Venham ficar na minha casa” (At 16.15 [blh]) – condição para o surgimento e a continuidade de uma igreja domiciliar. Tenhamos consciência do que isso representava para o espaço de moradia, a cozinha, a vida privada e também para o bolso. É fácil de explicar porque o proprietário da casa também acabava assumindo uma certa função diretiva. Talvez seja por isso que agora se diga uma palavra ao que preside. Ele não está sendo enfocado por seu cargo de honra, mas por sua carga, uma vez que sua posição ainda está totalmente inserida entre outros serviços. Ele não se sobressai na igreja, mas atua para dentro dela. Ele coordena e organiza com uma visão pelo todo. Uma igreja em que a função diretiva é negligenciada é equivalente a um rio sem leito. Muitas coisas se dispersam e não produzem resultado. Finalmente: assim como o Jesus terreno, também sua igreja se torna um ímã para um número enorme de fracos, doentes e pobres. Por isso, há diversos membros que recebem com clareza especial o carisma de Jesus de compadecer-se, quem exerce misericórdia.

O estilo telegráfico das frases consecutivas revela a energia com que Paulo profere suas instruções para a “renovação da mente” segundo o v. 2. Já explicamos a exortação aos profetas. Nos três exemplos seguintes ele tão somente duplica: ministrar em ministério, ensinar no ensino, exortar na exortação! Tão simples, portanto, é o que ele diz: proceda orientando-se pela causa e pela dádiva! As intermitentes transgressões de limites dão lugar a uma viva concentração naquilo pelo que realmente somos competentes a partir de Deus. Deixamos que sua graça seja o suficiente para nós, aproveitamo-la plenamente e trazemos muito fruto. Isso evita uma série de distúrbios, bem como equívocos, atritos, rivalidades e inveja. Os últimos três exemplos alertam para que o serviço que nos foi confiado seja executado com liberalidade, diligência e alegria. Quando isso ocorrer, acontecerá a renovação do servo insatisfeito, o terceiro da parábola dos talentos (Lc 19.20,21). Finalmente ele está satisfeito. Reconhece a bondade de seu Senhor e considera bela justamente a sua própria tarefa. Encontra-se no “culto racional”.

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Romanos 12:7-8