Estudo sobre Romanos 4:13-15
Romanos 4:13-15
De acordo com o texto bíblico, na verdade não é errado combinar a promessa a Abraão, de ser herdeiro do mundo, com a legislação de Moisés. Não foi por intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo. Acresce que o judaísmo preencheu essa “herança” à sua maneira. De acordo com ela, um dia caberia a Israel exercer a soberania sobre as nações da terra. Porém Paulo diz, p. ex., em Gl 3.14 ou 29, no que ele via a realização dessa herança ou da bênção de Abraão: no derramamento do Espírito Santo no contexto do empreendimento missionário e do surgimento de comunidades de Cristo em todos os povos. Não há outra forma pela qual é concedida essa dádiva que não seja mediante a justiça da fé – inteiramente no seguimento de Abraão.Por um momento Paulo imagina como seria se a promessa dependesse de o ser humano cumprir prescrições legais. Pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e cancela-se a promessa. Nesse caso a promessa seria tão fraca quanto a força do ser humano, e quem se prenderia a ela ficaria suspenso no vazio.
Quais são, consequentemente, as possibilidades da lei? Pois a lei suscita a ira. A prática demonstra que uma floresta de parágrafos deixa o coração do pecador na mesma condição de antes. Por mais rigorosamente que sejam colocados em vigor, o resultado real jamais é a justiça, pelo contrário, evidencia-se com maior clareza que a pessoa está entregue à culpa. O pecado, existente apesar de tudo, modifica-se visivelmente, torna-se palpável e denunciável. Por outro lado vale: mas onde não há lei, também não há transgressão juridicamente enquadrável. Assim, a lei não conduz ao Pai, mas ao juiz furioso.
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Romanos 4:13-15