Estudo sobre Romanos 4:23-24
Romanos 4:23-24
O verdadeiro grupo-alvo daquilo que está escrito sobre o patriarca Abraão é a comunidade cristã. Porém não somente por causa dele está escrito que lhe foi levado em conta, mas também por nossa causa. Já em 1.2 soubemos que o AT é literatura da promessa. O que o AT testemunha é, no fundo, “aquele que havia de vir” (5.14). Isso lhe proporciona, durante milênios, uma proximidade imediata com aqueles sobre os quais “os fins dos séculos têm chegado” (1Co 10.11). Poderíamos falar de uma parede finíssima entre aquele começo e a comunidade do tempo final. Olhando para a justiça de Abraão mediante a fé, a igreja compreende o chão em que ela própria foi plantada e do qual ela vive. A consciência dessa profundidade histórico-salvífica a torna forte e firme contra as crises. Aquela palavra da Escritura refere-se, portanto, aos cristãos, aos quais futuramente será imputado (como justiça), a saber, a nós que cremos. Gramaticalmente Paulo está falando na forma futura, porque ele se imagina na época em que foi proferida a promessa. Porém essa justificação já faz parte do “agora”.Na verdade existe não apenas uma concordância entre Abraão e os cristãos que creem, mas também um crescendo. Cristãos creem como Abraão naquele que ressuscita mortos (v. 17b)39, mas – isso vai muito além do que aconteceu a Abraão – naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus, nosso Senhor. No diálogo judaico-cristão, a verdadeira contribuição por parte dos cristãos reside no testemunho de que Deus não apenas vivificou a Jesus de Nazaré crucificado, mas também o tornou Senhor (cf exposição sobre 1.4). De acordo com 14.9 esse senhorio de Jesus constitui a síntese de tudo aquilo que Sexta-Feira da Paixão e Páscoa podem significar.
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Romanos 4:23-24