Significado de Cantares 1
Significado de Cantares
Cantares 1
1.1 — Como as expressões superlativas santo dos santos ou rei dos reis, cântico de cânticos significa o mais agradável dos cânticos. Que é de Salomão. Há dois principais falantes nesse livro: a mulher (a sulamita) e o homem (Salomão). Embora este filho de Davi tenha escrito esse livro, o ponto de vista é, em grande parte, de sua noiva.
1.2 — Este prólogo do livro prepara o ambiente emocional para tudo o que se segue. O substantivo amor aqui utilizado significa amor eros, como claramente também significa em Ezequiel 16.8 (Pv 7.18; Ez 23.17). É a palavra hebraica que mais se aproxima da grega eros. Em Cantares de Salomão, esse termo no plural (indicação de intensidade) significa fazer amor abençoado por Deus (empregado também no v. 4; Ct 4-10; 7.12; compare a Ct 5.1).
1.3 — Unguento. Nos tempos bíblicos, era costume, após o banho, massagear o corpo com unguentos (óleos) perfumados durante a preparação para alguma ocasião festiva (Rt 3.3). O teu nome. A sulamita fala da reputação de seu amado como semelhante a um aroma agradável; ele era objeto de desejo das jovens de toda parte. O termo virgens — o mesmo empregado em Isaías 7.14 — significa mulheres em idade de casar (as mesmas identificadas como filhas de Jerusalém em Cantares 1.5). Amam. Aqui, é utilizado o verbo hebraico comum para amor, referindo-se a sentimentos românticos (como em Gênesis 24-67); em outros trechos, este verbo significa escolher alguém (uma determinação do livre-arbítrio; Dt 6.5). Assim sendo, este verbo hebraico compartilha alguns, mas não todos, os sentidos do verbo grego agapao.
1.4 — A complexidade dos diálogos no livro de Cantares está patente nesse versículo, cujos cabeçalhos nos ajudam a identificar quem está falando. O rei. Trata-se de Salomão; ainda assim, à exceção do título (v.l), ele só é identificado nominalmente como protagonista em Cantares 3.7,9,11 (seu nome no v. 5 faz parte de uma expressão de descrição). Câmaras. Significam as câmaras nupciais. Este versículo termina com os pensamentos da moça enquanto fita o seu amado. Os retos te amam emprega o verbo amar com o sentido encontrado no versículo 3, o qual indica sentimentos românticos.
1.5 — A sulamita compara sua pele morena, adquirida após longas horas de trabalho nos vinhedos (v.6), à tez mais clara das donzelas da cidade. Aqui se transmite sua classe e situação social. Diferente das moças de Jerusalém, que haviam crescido em condições confortáveis e sem problemas, esta jovem trabalhara como guarda de vinhas sob o sol escaldante. E agradável. Ela sabe que sua beleza não é desqualificada pelo fato de ter vivido de modo mais rústico. Seu noivo garante-lhe que o caso é mesmo esse (v.8). O raro termo agradável é emprega do para descrever a beleza física neste livro (v.10; C t 2.14; 6.4; compare à palavra em Cantares 1.8); nos Salmos, esta palavra trata da beleza da verdadeira adoração ao Deus vivo (SI 33.1; 147.1). Os filhas de Jerusalém. Essas são as mulheres que atuam como servas da noiva, as mesmas virgens mencionadas no versículo 3. Elas também entram como o coro do livro.
1.6 — A vinha que me pertence se refere à própria aparência da sulamita, que, ao contrário das belas mulheres da corte real, não tivera o estilo de vida nem os recursos para se desvelar em sua aparência. Ainda assim, foi ela quem arrebatou o coração do rei. A sulamita usa mais uma vez a palavra vinha, só que com outro propósito, em Cantares 8.12.
1.7 — O tu, a quem ama a minha alma. Uma tradução mais literal dessa frase seria: quem meu eu interior ama. Aqui, a mulher dirige-se mental mente a Salomão, seu amado, imaginando-o como o pastor de Israel. A que erra. Como Salomão era rei, vivia ocupado com os assuntos do reino. A jovem noiva não deseja velar-se, à maneira de uma prostituta, para chamar a sua atenção, mas também não quer ser deixada de lado. Ela deseja ser sua verdadeira companheira.
1.8 — Se tu o não sabes... apascenta as tuas cabras. Seria melhor retomar à fronteira com os contas de ouro, joias estas que devem substituir os ornamentos humildes que, anteriormente, eram usados.
1.11 — Enfeites. São palavras amáveis das mulheres da corte (Ct 1.4), cuja doçura é notável, até porque cada uma delas pode ter querido ser a escolhida do rei (conforme indicado no v. 3).
1.12 — A sua mesa. A mesa posta para o banquete de casamento.
1.13,14 — Esses versículos se referem ao costume oriental de, à noite, as mulheres usarem um saquinho de mirra, um unguento perfumado, pendurado em seu pescoço. Por todo o dia seguinte, uma deliciosa fragrância pairaria a seu redor. A moça dizia que, a partir daquela noite, seria seu marido quem dormiria junto a ela. O meu amado. Aqui, o substantivo amado relaciona-se à palavra traduzida como amor no v. 2, referindo-se ao amor sexual. En-Gedi. Davi, pai de Salomão, havia encontrado refrigério e abrigo da perseguição do rei Saul neste oásis da margem oriental do mar Morto (1 Sm 24).
1.15 — Eis que és formosa. A palavra formosa significa o mesmo que no v. 8. A amiga minha. Este termo é usado pela primeira vez no livro, e foi traduzido literalmente. Teus olhos são como os das pombas. A ideia é de pureza, inocência e beleza (Ct 4-1; 5.12; compare com Ct 2.14; 5.2).
1.16 — A palavra gentil, aqui empregada, é o correspondente masculino do termo traduzido como formosa no v. 15.
1.17 — As traves da nossa casa são de cedro. Casa pode significar casa grandiosa ou mansão. Deitada no leito nupcial (v. 16), a sulamita observa as belas vigas de cedro sobre sua cabeça. A opulência das edificações de uso pessoal e público de Salomão em Jerusalém está bem documentada (1 Rs 7.1-12).
1.2 — Este prólogo do livro prepara o ambiente emocional para tudo o que se segue. O substantivo amor aqui utilizado significa amor eros, como claramente também significa em Ezequiel 16.8 (Pv 7.18; Ez 23.17). É a palavra hebraica que mais se aproxima da grega eros. Em Cantares de Salomão, esse termo no plural (indicação de intensidade) significa fazer amor abençoado por Deus (empregado também no v. 4; Ct 4-10; 7.12; compare a Ct 5.1).
1.3 — Unguento. Nos tempos bíblicos, era costume, após o banho, massagear o corpo com unguentos (óleos) perfumados durante a preparação para alguma ocasião festiva (Rt 3.3). O teu nome. A sulamita fala da reputação de seu amado como semelhante a um aroma agradável; ele era objeto de desejo das jovens de toda parte. O termo virgens — o mesmo empregado em Isaías 7.14 — significa mulheres em idade de casar (as mesmas identificadas como filhas de Jerusalém em Cantares 1.5). Amam. Aqui, é utilizado o verbo hebraico comum para amor, referindo-se a sentimentos românticos (como em Gênesis 24-67); em outros trechos, este verbo significa escolher alguém (uma determinação do livre-arbítrio; Dt 6.5). Assim sendo, este verbo hebraico compartilha alguns, mas não todos, os sentidos do verbo grego agapao.
1.4 — A complexidade dos diálogos no livro de Cantares está patente nesse versículo, cujos cabeçalhos nos ajudam a identificar quem está falando. O rei. Trata-se de Salomão; ainda assim, à exceção do título (v.l), ele só é identificado nominalmente como protagonista em Cantares 3.7,9,11 (seu nome no v. 5 faz parte de uma expressão de descrição). Câmaras. Significam as câmaras nupciais. Este versículo termina com os pensamentos da moça enquanto fita o seu amado. Os retos te amam emprega o verbo amar com o sentido encontrado no versículo 3, o qual indica sentimentos românticos.
1.5 — A sulamita compara sua pele morena, adquirida após longas horas de trabalho nos vinhedos (v.6), à tez mais clara das donzelas da cidade. Aqui se transmite sua classe e situação social. Diferente das moças de Jerusalém, que haviam crescido em condições confortáveis e sem problemas, esta jovem trabalhara como guarda de vinhas sob o sol escaldante. E agradável. Ela sabe que sua beleza não é desqualificada pelo fato de ter vivido de modo mais rústico. Seu noivo garante-lhe que o caso é mesmo esse (v.8). O raro termo agradável é emprega do para descrever a beleza física neste livro (v.10; C t 2.14; 6.4; compare à palavra em Cantares 1.8); nos Salmos, esta palavra trata da beleza da verdadeira adoração ao Deus vivo (SI 33.1; 147.1). Os filhas de Jerusalém. Essas são as mulheres que atuam como servas da noiva, as mesmas virgens mencionadas no versículo 3. Elas também entram como o coro do livro.
1.6 — A vinha que me pertence se refere à própria aparência da sulamita, que, ao contrário das belas mulheres da corte real, não tivera o estilo de vida nem os recursos para se desvelar em sua aparência. Ainda assim, foi ela quem arrebatou o coração do rei. A sulamita usa mais uma vez a palavra vinha, só que com outro propósito, em Cantares 8.12.
1.7 — O tu, a quem ama a minha alma. Uma tradução mais literal dessa frase seria: quem meu eu interior ama. Aqui, a mulher dirige-se mental mente a Salomão, seu amado, imaginando-o como o pastor de Israel. A que erra. Como Salomão era rei, vivia ocupado com os assuntos do reino. A jovem noiva não deseja velar-se, à maneira de uma prostituta, para chamar a sua atenção, mas também não quer ser deixada de lado. Ela deseja ser sua verdadeira companheira.
1.8 — Se tu o não sabes... apascenta as tuas cabras. Seria melhor retomar à fronteira com os contas de ouro, joias estas que devem substituir os ornamentos humildes que, anteriormente, eram usados.
1.11 — Enfeites. São palavras amáveis das mulheres da corte (Ct 1.4), cuja doçura é notável, até porque cada uma delas pode ter querido ser a escolhida do rei (conforme indicado no v. 3).
1.12 — A sua mesa. A mesa posta para o banquete de casamento.
1.13,14 — Esses versículos se referem ao costume oriental de, à noite, as mulheres usarem um saquinho de mirra, um unguento perfumado, pendurado em seu pescoço. Por todo o dia seguinte, uma deliciosa fragrância pairaria a seu redor. A moça dizia que, a partir daquela noite, seria seu marido quem dormiria junto a ela. O meu amado. Aqui, o substantivo amado relaciona-se à palavra traduzida como amor no v. 2, referindo-se ao amor sexual. En-Gedi. Davi, pai de Salomão, havia encontrado refrigério e abrigo da perseguição do rei Saul neste oásis da margem oriental do mar Morto (1 Sm 24).
1.15 — Eis que és formosa. A palavra formosa significa o mesmo que no v. 8. A amiga minha. Este termo é usado pela primeira vez no livro, e foi traduzido literalmente. Teus olhos são como os das pombas. A ideia é de pureza, inocência e beleza (Ct 4-1; 5.12; compare com Ct 2.14; 5.2).
1.16 — A palavra gentil, aqui empregada, é o correspondente masculino do termo traduzido como formosa no v. 15.
1.17 — As traves da nossa casa são de cedro. Casa pode significar casa grandiosa ou mansão. Deitada no leito nupcial (v. 16), a sulamita observa as belas vigas de cedro sobre sua cabeça. A opulência das edificações de uso pessoal e público de Salomão em Jerusalém está bem documentada (1 Rs 7.1-12).