Salmo 2 — Comentário Católico

Salmo 2 —  Comentário Católico

Salmo 2 —  Comentário Católico




Salmo 2

O salmo 2 é um salmo real colocado no início do saltério para anunciar o tema messiâ­nico, este salmo tem um certo número de ligações verbais com o SI 1. Talvez originalmente um hino de coroação para o rei de Judá, sua linguagem contém a hipérbole do “estilo da corte”. Estrutura: vv. 1-3 (a desordem rebelde na terra); vv. 4-6 (a reação de Deus no céu): vv. 7-9 (o rei recita o oráculo divino); vv. 10-11 (o decreto divino aplicado aos vassalos rebeldes). vv. 1-3. As nações vassalas e seus governantes tramam rebelar-se (cf. Jr 27,1-11). Enquanto tal situação histórica foi real para Israel somente na era de Davi e Salomão (séc. X), seu uso para além deste período é parte do estilo da corte. Enfrentam lahweh e seu messias: a rebelião política contra o representante real de lahweh era o equivalente à rebelião contra o próprio lahweh. vv. 4-5. A cena muda para a corte do céu, onde lahweh responde com escárnio e ira (SI 59,9). v. 6. A escolha divina da monarquia davídica e de Sião como seu santuário (SI 132,11-14). v. 7. Neste ponto nós ouvimos a voz da monarquia que responde com as palavras da fórmula da ado­ção divina: “Tu és meu filho...”. 10-11. Com a revolta suprimida, a monarquia judaica se dirige aos reis subjugados. O verso 11 é difícil; muitos têm proposto que ele é uma alternativa à frase embaraçosa (lit., “beije o filho”). O salmo termina com dois ecos do SI 1: a destruição dos reis rebeldes e a fórmula congratulatória final - “feliz”.

O salmo 2 descreve a entronização de um rei humano pelo rei divino que está sentado no céu. O Salmo 2, que termina com um macarismo, é frequentemente vinculado ao Salmo 1, que abre com a mesma forma literária. Esse padrão cria um tipo de inclusio (quadro de suporte de livro). Juntos, eles fornecem uma lente dupla através da qual todo o Saltério é lido. A lente é de sabedoria e expectativa messiânica (da palavra hebraica māshîah, ou ungido). vv. 1-3. Os reis das nações se levantam A relação entre Deus e o rei é claramente traçada. Qualquer tipo de rebelião contra Deus ou contra o ungido de Deus está fadado ao fracasso, porque o poder de Deus sustenta o domínio de Deus e o domínio do rei escolhido por Deus. vv. 4-9 Oráculo Divino. Um oráculo divino confere a legitimidade de Deus à monarquia e identifica Jerusalém, também conhecida como Sião, depois da montanha em que foi construída, como o santuário divinamente escolhido. O decreto divino que estabelece a legitimidade do rei reflete o pacto real que Deus fez com a casa de Davi (cf. 2 Sm 7:14). A noção da aliança real é derivada da antiga crença do Oriente Próximo de que o rei era de alguma forma filho do deus. Daí a relação pai-filho. “Hoje” implica que o rei nem sempre foi filho de Deus, mas se tornou assim, provavelmente no momento da entronização. (Os cristãos aplicaram esse versículo a Jesus e o incorporaram à liturgia de Natal.) O decreto divino também endossa o domínio do rei sobre todas as outras nações. A metáfora do pastor era bastante comum no antigo Oriente Próximo. Os reis eram frequentemente caracterizados como pastores responsáveis pelo bem-estar do povo. vv. 10-11 Advertência de Deus. Finalmente, no estilo de uma advertência de sabedoria, as nações rebeldes são exortadas a ouvir e aprender, a servir ao Senhor para que não pereçam no caminho rebelde. O salmo termina com um macarismo (“Bem-aventurados todos”).

Continuação: Salmo 1 Salmo 2 Salmo 3 Salmo 4 Salmo 5 Salmo 6 Salmo 7 Salmo 8 Salmo 9 e 10 Salmo 11