Lucas 21 — Estudo Teológico das Escrituras

Lucas 21

Lucas 21 contém ensinamentos e profecias de Jesus, abordando diversos temas teológicos, especialmente a respeito do fim dos tempos e da vinda do reino de Deus. 

1. A oferta da viúva:
No início de Lucas 21 (Lucas 21:1-4), Jesus observa uma viúva pobre dando-lhe duas pequenas moedas de cobre como oferenda no templo. Esta história destaca o princípio teológico da doação sacrificial e o valor que Deus atribui ao coração por trás de uma oferta, e não ao seu valor monetário.

2. A Destruição do Templo:
Em Lucas 21:5-6, Jesus prediz a destruição do templo de Jerusalém. Este evento ocorreu em 70 DC, quando o exército romano destruiu o Segundo Templo. Destaca a verdade teológica de que estruturas e rituais religiosos externos não garantem a presença de Deus, e uma nova era estava nascendo com Jesus como ponto focal.

3. Sinais do Fim dos Tempos:
Jesus fornece sinais e avisos sobre o fim dos tempos e a vinda do Filho do Homem (Lucas 21:7-28). Estes incluem guerras, desastres naturais e a angústia das nações. Estes temas teológicos sublinham a importância da prontidão e da vigilância face aos acontecimentos futuros.

4. Perseverança na Fé:
Em Lucas 21:19, Jesus encoraja Seus discípulos a permanecerem firmes e perseverarem em sua fé, mesmo em meio à perseguição. Isto reforça o princípio teológico da perseverança diante de provações e desafios.

5. A Segunda Vinda de Cristo:
Jesus fala sobre Seu retorno em glória (Lucas 21:27) e a redenção do povo de Deus. Este é um tema teológico central no Cristianismo – a antecipação da segunda vinda de Cristo e o cumprimento do reino de Deus na terra.

6. Vigilância e Oração:
Ao longo de Lucas 21, Jesus enfatiza a importância da vigilância e da oração, especialmente em tempos de incerteza e tribulação. Isto está alinhado com a compreensão teológica da necessidade de vigilância e dependência da orientação e proteção de Deus.

7. A Certeza da Palavra de Deus:
Jesus afirma a certeza de Suas palavras e o cumprimento da profecia (Lucas 21:33). Isto destaca o princípio teológico de que a Palavra de Deus é confiável e que Suas promessas serão cumpridas, inclusive aquelas relacionadas ao fim dos tempos.

8. A Vinda do Reino de Deus:
Embora Lucas 21 aborde sinais angustiantes do fim dos tempos, também aponta para o cumprimento final do reino de Deus. Jesus fala da redenção que se aproxima (Lucas 21:28) e encoraja Seus seguidores a aguardarem ansiosamente a restauração de todas as coisas.

Lucas 21 trata de vários temas teológicos, incluindo doações sacrificiais, a destruição do templo, sinais do fim dos tempos, perseverança na fé, a segunda vinda de Cristo, vigilância e oração, a certeza da Palavra de Deus e a antecipação do reino de Deus. Esses ensinamentos fornecem informações valiosas sobre a teologia cristã, a escatologia e a natureza da fé e da preparação diante de eventos futuros.

Estudo Teológico

21:1 havia vários lugares ao redor do templo onde as pessoas podiam deixar contribuições. Treze dessas localizações estavam no pátio. Os recipientes eram feitos em forma de trombetas. Cada um representava um tipo diferente de oferta. Havia também uma sala do tesouro perto do tribunal das mulheres.

21:2 A viúva pobre contribuiu com duas moedas, pequenas moedas de cobre que eram a menor moeda disponível.

21:3 colocou mais do que tudo: Jesus contrastou a oferta dos ricos (v. 1) com o sacrifício da viúva pobre.

21:4 colocava todo o sustento que tinha: a viúva não se recusava a dar, mesmo quando precisava de mais para viver. Sua devoção a Deus por meio de suas contribuições era sua prioridade (ver 2 Coríntios 8:1–5; 9:6–9).

21:5 como foi adornado: o templo foi restaurado sob Herodes, o Grande, com novas paredes de fundação e áreas ampliadas fora do templo. Grandes pedras de 12 a 60 pés de comprimento foram usadas. Todo o esforço durou a partir de 20 a.C. para cerca de 64 d.C. Assim, a reforma estava em andamento durante a visita de Jesus, por volta de 30 d.C. As doações eram ofertas de presentes para a decoração do templo e incluíam portões folheados a ouro e prata, cachos de videiras e tapeçarias de linho babilônico que pendiam do véu do templo. Até mesmo Tácito, o historiador romano, o chamou de “templo imensamente opulento”.

21:6 nem uma pedra: Jesus observou que o belo local de adoração era temporário e seria destruído. Ele estava se referindo à queda de Jerusalém em 70 d.C, que por si só era uma imagem da destruição dos últimos dias.

21:8 Cuidado:
o primeiro século e o início do segundo século foram tempos de grande fervor messiânico no judaísmo, quando os israelitas buscavam a liberdade do domínio romano. Muitas pessoas afirmaram ser o messias. Jesus advertiu Seus discípulos para não se deixarem enganar por tais afirmações.

21:11 Uma grande variedade de eventos cósmicos e naturais ocorrerão antes do fim dos tempos. Os versículos 8-11 dão sinais antes do fim, enquanto os vv. 12–19 falam de eventos que acontecerão antes dos sinais dos vv. 8-11.

21:12 perseguem você... por causa do meu nome: Jesus previu as prisões e o sofrimento que os discípulos enfrentariam como resultado da identificação com ele. Alguns desses eventos são detalhados em Atos 3–5; 7.

21–28 A referência a sinagogas, reis e governantes indica que todas as nações compartilhariam a responsabilidade pelo massacre dos discípulos.

21:13 uma ocasião para testemunho:
O sofrimento pode ser uma oportunidade para o avanço do reino de Deus. É por isso que aqueles que suportam sofrimento e perseguição são chamados de bem-aventurados (Mateus 5:10-12).

21:15 Vou dar-lhe uma boca e sabedoria: Jesus promete aos discípulos que o Espírito Santo os ajudará a dar testemunho (12:11, 12). O cumprimento inicial dessa promessa é encontrado em Atos 4:8–14; 7:54; 26:24–32.

21:16 Você será traído: a perseguição aos discípulos seria dolorosa e severa. Identificar-se com Jesus frequentemente significa arriscar a rejeição e denúncia da família e, em alguns casos, o martírio.

21:19 possua sua alma: a lealdade paciente a Jesus leva à vida eterna (9:24).

21:20 Um cerco seria o sinal de que o fim estava próximo para Jerusalém e o templo. Os outros Evangelhos sinópticos (ver Mateus 24:15; Marcos 13:14) aludem à abominação da desolação em Daniel 9:25–27; 11:31. Essa passagem compara a profanação do templo ao que ocorreu em 167 a.C., quando Antíoco Epifânio ergueu um altar para Zeus no templo. Uma profanação semelhante do local do templo ocorreu durante a destruição de Jerusalém em 70.

21:22 dias de vingança: Jerusalém se tornou um objeto de julgamento divino por causa de sua infidelidade. Jesus alertou sobre essa consequência em todo o Seu ministério (13:9, 34, 35; 19:41–44). A premissa para tal julgamento remonta às maldições do pacto em mosaico e às advertências dos profetas sobre o julgamento vindouro (ver Deuteronômio 28:49-57; 32:35; Jer. 6:1-8; 26:1-9 ; Os. 9:7).

21:24 outono... ser levado cativo: este versículo elabora sobre a queda de Jerusalém. Haveria morte e cativeiro, assim como a nação experimentou sob os assírios e babilônios. Tempos dos gentios: haveria um período no plano de salvação de Deus em que os gentios seriam dominantes, do qual a queda de Jerusalém seria um sinal claro. O fato de que o tempo dos gentios seguirá seu curso também sugere que Israel mais uma vez desempenhará um papel significativo no plano de Deus (ver Rom. 9-11).

21:25, 26 sinais: Jesus muda Seu foco para o fim dos tempos com Sua segunda menção da turbulência cósmica (ver v. 11; Is. 24:18–20; 34:4; Eze. 32:7, 8; Joel 2:30, 31). Os corações dos homens falhando: o terror do caos cósmico causará apreensão sobre o que está por vir.

21:27 o Filho do Homem vindo em uma nuvem: a referência aqui é para o retorno autorizado de Jesus. A alusão à nuvem e à figura vem de Dan. 7:13, 14, com sua imagem de quem recebe autoridade do Ancião de dias. Jesus viu este texto em termos de uma libertação apocalíptica. A imagem da nuvem é importante, visto que Deus é identificado como cavalgando as nuvens no AT (veja Êxodo 34:5; Salmos 104:3). Com poder e grande glória: o Filho do homem tem autoridade divina para julgar o mundo.

21:28 levantem suas cabeças... a redenção se aproxima: este é o sinal da libertação dos seguidores de Jesus. O Filho do homem age em nome daqueles que sofreram em Seu nome.

21:29, 30 Os tenros botões que aparecem a cada primavera nas árvores mostram que o verão se aproxima; o aparecimento dos sinais que Jesus descreve alertará sobre a vinda do fim dos tempos.

21:31 quando você vê... sabe: os sinais cósmicos e o caos terrestre são indicações de que o governo decisivo e consumado de Deus está se aproximando.

21:32 O significado mais provável deste versículo é que quando o fim chegar, ele virá rapidamente. Os eventos do fim dos tempos cairão dentro de uma geração do início ao fim (17:22-24). A palavra geração também pode se referir a uma raça. Portanto, pode significar que os judeus continuarão a existir como um povo até o fim.

21:33 de forma alguma passam: os discípulos tinham a garantia de que as promessas de Jesus sobre o fim dos tempos eram mais certas do que a própria criação. Deus fez um convênio incondicional e unilateral e Ele o guardará (ver Gênesis 12:1-3; 15:18-21; Salmos 89).

21:34
embora os eventos do fim dos tempos possam não acontecer por um longo tempo, os crentes devem continuar esperando por sua chegada. O dia da volta de Jesus não deve nos pegar de surpresa. Devemos viver como se fosse iminente.

21:36 Observe... ore: Jesus encorajou Seus discípulos a serem persistentes na oração e na fé, esperando o dia em que o Filho do Homem exoneraria os fiéis no julgamento, para que pudessem comparecer diante Dele (ver 1 João 2:28).

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Fonte: The NKJV Study Bible, 2° ed., Full-Color Edition, Thomas Nelson, Inc., 2014