Abraão no Novo Testamento

Este artigo apresenta um panorama integrado de Abraão como eixo de identidade teológica, histórica e literária de Israel e do cristianismo primitivo. Parte do retrato canônico de Gênesis — chamado, promessas de descendência e terra, aliança, obediência e bênção às nações — para mostrar como, no período pós-Êxílico e na literatura judaica do Segundo Templo, o patriarca é reinterpretado como monoteísta paradigmático, guardião da aliança, modelo de virtude, intercessor vivo e figura celeste. Em seguida, acompanha sua recepção nos Evangelhos Sinóticos: no debate sobre a ressurreição (onde Deus é “Deus de vivos”), nas Genealogias (que vinculam Jesus ao início da história de Israel), na pregação de João Batista (que desfaz a confiança na linhagem étnica) e na cena do banquete escatológico (que inclui Gentios e adverte Israel incrédulo). Em Lucas, os hinos da infância conectam a misericórdia atual às promessas a Abraão; a “filha de Abraão”, o “seio de Abraão” e a conversão de Zaqueu Êxemplificam a lógica de inclusão dos marginalizados e o juízo sobre a autossuficiência religiosa. Por fim, João 8 desloca o eixo de filiação: ser “de Abraão” não é mera descendência biológica, mas reproduzir sua fé obediente e reconhecer, com liberdade, o cumprimento das promessas no “dia” de Jesus. Assim, Abraão funciona como ponte hermenêutica entre a memória de Israel e a obra messiânica, regulando a relação entre eleição e fé, lei e graça, pertença étnica e adesão ao Reino.

I. Panorama: Abraão do pós-êxílio a Gênesis

A importância de Abraão cresce à medida que Israel regressa do Êxílio babilônico e precisa narrar, outra vez, quem é e por que Êxiste. Nesse novo esforço de autocompreensão, o patriarca deixa de ser apenas personagem de Gênesis e passa a operar como arquétipo nacional e espiritual, tanto nas Escrituras quanto na literatura judaica extra-bíblica e no Novo Testamento. O retrato canônico de sua vida é o eixo de que derivam as releituras posteriores: a narrativa se estende de sua aparição na Genealogia de Terá (Gn 11:27) até sua morte e sepultamento (Gn 25:7-10), e encadeia episódios programáticos — o chamado que o arranca de casa e parentela (Gn 12:1), as estadias no Egito e em Gerar (Gn 12:10-20; 20:1-18), a disputa bélica com os reis (Gn 14:1-16), o encontro com Melquisedeque (Gn 14:17-20), a aliança divina firmada e reafirmada (Gn 15:7-21; 17:2, 4), a união com Hagar e o nascimento de Ismael (Gn 16:1-15), a instituição da circuncisão para ele e sua descendência (Gn 17:9-14), a promessa e o cumprimento do nascimento de Isaque (Gn 17:15-21; 21:1-7), a oferta de Isaque (Gn 22:1-19) e, por fim, a morte de Sara e seu sepultamento (Gn 23:1-20). Na tessitura de Gênesis, quatro linhas temáticas atravessam tudo isso: a promessa de uma descendência numerosa (Gn 12:2; 13:16; 15:5; 17:2, 4; 22:17), a concessão de uma terra (Gn 12:7; 13:14-15; 15:7), a obediência de Abraão (Gn 12:1-4; 17:1; 22:16-18) e a benção que, por meio dele, alcança todas as nações (Gn 12:3; 22:18).

Abraão no Novo Testamento

II. Funções de Abraão no Antigo Testamento

Dentro do próprio Antigo Testamento, Abraão Êxerce funções recorrentes que se entrelaçam. Ele é, antes de tudo, pai do povo (Gn 25:19; 26:15, 24; 28:13; 32:9; 48:15-16; Êx 3:6; Deut 1:8; 6:10; 9:5; 30:20; Js 24:3; 1 Cr 1:27-28, 34; 16:13; Sl 105:6; Is 41:8; Jr 33:26; Mic 7:20); é também a origem histórica da benção que sustenta Israel ao longo das gerações e crises (Gn 26:3-5, 24; 28:4; 35:12; 50:24; Êx 2:24; 6:3-8; 32:13; 33:1; Nm 32:11; Dt 1:8; 6:10; 9:5, 27; 29:13; 30:20; 34:4; 2 Reis 13:23; 1 Cr 16:15-16; 2 Cr 20:7; Ne 9:7-8; Sl 105:7-11, 42; Is 51:2; Mic 7:20); e seu nome funciona, por assim dizer, como epiclese teológica para designar o próprio Deus — “o Deus de Abraão” (Gn 28:13; 31:42, 53; 32:9; Êx 3:6, 15-16; 4:5; 1 Rs 18:36; 1 Cr 29:18; 2 Cr 30:6; Sl 47:9). Outras três linhas reforçam o papel do patriarca: a obediência de Abraão às leis de Deus (Gn 26:4-5; cf. Ne 9:7-8) aparece como fundamento da benção aos seus; a compaixão divina é invocada com base na aliança feita com ele (Dt 9:27; 2 Rs 13:23; Mq 7:18-20); e sua própria vocação é narrada como uma Êxtração da idolatria (Js 24:2-3), movimento inaugural de fidelidade monoteísta. (Veja meu artigo completo sobre Abraão: Abraão — Enciclopédia da Bíblia Online)

III. Abraão na literatura judaica (200 a.C.–200 d.C.)

Quando a pena judaica, entre 200 a.C. e 200 d.C., retorna a Abraão, reaproveita os fios veterotestamentários para tecer respostas a contextos distintos. Autores da Diáspora, como Josefo e Fílon, o descrevem ora como alguém que dialoga e assimila traços da cultura pagã, especialmente helenística (Josefo, Ant. 1.154-157, 161, 166-168; Fílon, Ahr. 88; Quis her. 88), ora como quem se afasta de influências Gentílicas (Jub. 22:16; Bib. Ant. 6.4). Há motivações apologéticas nesse esforço — notório em Fílon e Josefo —, mas também didáticas: o comportamento do patriarca legitima e orienta a conduta judaica “em cada situação e tempo”. Quatro eixos dominam essas obras. Primeiro, o acento na tenacidade monoteísta de Abraão, frequentemente como “primeiro” monoteísta (Jub. 11:16-17; 12:1-5, 16-21; 20:6-9; Pseudo-Fílon, Bib. Ant. 6.4; Josefo, Ant. 1.154-157; Fílon, Abr. 68-71, 88; Praem. 27, 57-58; Virt. 212-216; Ebr. 107-110; Ap. Ab. 1-8). Segundo, a aliança mediante a qual Deus abençoa sua descendência (Jub. 15:9-10; Pseudo-Fílon, Bib. Ant. 7.4; 1 QapGn 21.8-14; m. B. Qam. 8.6; m. B. Meş. 7.1) e lhe demonstra compaixão (Sleudo-Fílon, Bib. Ant. 30.7; Sls. Sol. 9:8-11; T. Levi 15:4; As. Mos. 3:8-9), embora a permanência sob essa aliança costume pressupor obediência às suas estipulações (Jub. 15:26-27) e, ao final, abarcar outras nações (Sir 44:21). Terceiro, o caráter do patriarca é celebrado: justo (T. Ab. 1:1A), hospitaleiro (T. Ab. 1:1-3A; Fílon, Abr. 107-110; Josefo, Ant. 1.196), virtuoso (Josefo, Ant. 1.154, 165, 256; Fílon, Abr. 68, 269; Quis her. 88; Mig. 166-167), fiel (Sir 44:20; 1 Macc 2:52; Jub. 17:17-18), amante de Deus (Jub. 17:18) e “amigo de Deus” (CD 3.2-4), de modo que sua virtude e piedade redundam em recompensa para ele e sua semente (Josefo, Ant. 1.234). Quarto, ele é retratado como observante da Lei de Moisés (Jub. 15:1-2; 16:20; Sir 44:20; m. Quid. 4:14) ou da lei natural/filosófica (Fílon, Abr. 3-6). Nessa moldura, Abraão está vivo (4 Macc 7:19; 16:25; T. Levi 18:14; T. Jud. 25:1; T. Benj. 10:6), encoraja os que morrem pela Lei (4 Macc 13:13-18), selou a aliança pela circuncisão (Sir 44:20), intercede (T. Ab. 18:10-11 A) e ascende aos céus para receber revelação (Pseudo-Fílon, Bib. Ant. 18.5; T. Ab. 10-14; Ap. Ab. 15:4-30; 4 Ezra 3:14-15).

V. Abraão nos Sinóticos: visão geral

Essa figura matricial transborda para os Sinóticos, onde aparece em todos os três (Mt 1:1-2, 17; 3:9; 8:11; 22:32; Mc 12:26; Lc 1:55, 73; 3:8, 34; 13:16, 28; 16:22-30; 19:9; 20:37). Em Marcos, seu nome emerge na controvérsia com os saduceus sobre a ressurreição e o estatuto matrimonial da mulher que sucessivamente desposou sete irmãos (Mc 12:18-27; cf. Mt 22:23-33; Lc 20:27-40). A resposta de Jesus, em Marcos e Mateus, desarma o absurdo aparente lembrando que os saduceus desconhecem as “Escrituras e o poder de Deus” (Mc 12:24; Mt 22:29): no poder de Deus, os ressuscitados não se casam, pois são como anjos; e o próprio modo como Deus se apresentou a Moisés na sarça (Êx 3:6) prova que Ele é Deus de vivos, fiel às promessas de ser Deus dos patriarcas (Gn 17:7) e, por Êxtensão, de seu povo. Lucas distingue com nitidez os dois séculos — o presente e o porvir (Lc 20:34-35) — e acrescenta: “pois todos vivem para ele” (Lc 20:38), em harmonia com 4 Macabeus, que declara que os patriarcas “não morrem para Deus, mas vivem em (ou ‘para’) Deus” (4 Macc 7:19; 16:25).

V. Genealogias em Mateus e Lucas

Mateus e Lucas também fazem avançar o dossiê Genealógico. Abraão figura nas Genealogias de ambos (Mt 1:1-2, 17; Lc 3:34), mas em Mateus ele ocupa o proêmio: “Livro da Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1:1). O elenco flui a partir de “Abraão gerou a Isaque” (Mt 1:2; cf. 1 Cr 1:34), e o Evangelista ainda demarca três viragens históricas com séries de quatorze gerações — de Abraão a Davi, de Davi ao Êxílio babilônico e do Êxílio ao Cristo (Mt 1:17). Ser “filho de Abraão” importa, aqui, por três razões: (1) firma a judaicidade de Jesus; (2) ainda que o título não seja messiânico (Davies/Allison, 158), o Messias precisa descender de Abraão para canalizar as bênçãos inauguradas nele; (3) como Abraão inaugura a história de Israel, Jesus é apresentado como seu culminador (Mt 1:17). Em Lucas, embora o nome do patriarca apareça apenas em Lc 3:34, a Genealogia retrocede até Adão e Deus, insinuando o alcance universal da salvação e a relação do Filho de Deus com toda a humanidade (Fitzmyer, 1:190).

VI. João Batista: “filhos de Abraão” das pedras

No Jordão, outro ajuste decisivo: João Batista subtrai de Abraão o status de escudo étnico contra a ira divina (Mt 3:1-17; Lc 3:1-9; cf. Jo 8:33, 39). A advertência — dirigida, em Mateus, a fariseus e saduceus (Mt 3:7), e, em Lucas, a uma “multidão” (Lc 3:7) — afirma que Deus é capaz de suscitar “filhos” de Abraão das pedras (Mt 3:9; Lc 3:8), ecoando Is 51:1-2, Sleudo-Fílon (Bib. Ant. 23.4-5) e as narrativas que sublinham o riso incrédulo ante a promessa (Gn 17:17; 18:10-14). A própria “árvore Genealógica” do patriarca (Is 11:1; ver Wallace-Hadrill) está sob juízo. O que preserva do castigo não é a linhagem abraâmica, mas um comportamento “consonant with an inner reform of life” (Fitzmyer, 1:468; cf. Jo 8:39).

VII. Banquete escatológico com Abraão

Ainda em Mateus e Lucas, a imagem do banquete escatológico reúne Abraão, Isaque e Jacó — em Lucas, “todos os profetas” também (Lc 13:28) — como anfitriões da comunhão dos justos (ver Justice, Righteousness; cf. 4 Macc 13:17; T. Levi 18:14; T. Judah 25:1; T. Benj. 10:6; e, ainda, At 3:13; 7:32). Em Mateus, a cena fecha a narrativa do centurião gentio cuja fé ultrapassa a de Israel (Mt 8:1-13; cf. Lc 7:1-10; Mt 8:10-11); em Lucas, é incrustada na parábola da porta estreita (Lc 13:22-30). Em ambos, o quadro é duplo: inclusão de gentios no reino de Deus (Mt 8:11; Lc 13:29; cf. Sl 107:3; Is 49:12) e Êxclusão de alguns judeus (Mt 8:12; Lc 13:27-28). Abraão, aqui, é figura celeste coerente com a tradição (ver acima 1.2.), e sua fama de hospitalidade — inclusive a gentios — não é estranha (ver T. Ab Rec. A 1:1-2).

VIII. Lucas: hinos (Magnificat e Benedictus)

No terceiro Evangelho, referências próprias ampliam o retrato. Os hinos da infância, ainda que possivelmente alimentados por fontes, foram “retrabalhados” por Lucas “ao seu modo” (Fitzmyer, 1:309). O Magnificat (Lc 1:46-55; cf. 1 Sm 2:1-10) canta o Deus que, fiel ao “semente” de Abraão (ver também At 3:25; 7:1-5), derruba poderosos, socorre pobres (Êx 2:24) e cumpre promessas (Mic 7:20); Maria é inserida nessa lógica da memória misericordiosa, “não um caso isolado”, mas parte do fio de salvação (Zorrilla, 233; cf. Lc 1:47-48; Gn 17:7-8; 18:18; 22:17-18). O Benedictus (Lc 1:67-79) profetiza que João preparará o caminho (Lc 1:76) para o Senhor que resgata seu povo (Lc 1:68-69), libertando-o do medo dos inimigos (Lc 1:71, 73), em cumprimento do juramento feito a Abraão (Gn 22:16-17; 26:3; Lc 1:72-73; Sl 105:7-11). Dahl (146-147) lê a redenção messiânica com cores do Êxodo (Sl 106:10; Gn 15:13-14; At 7:2-8, 17).

IX. Lucas: “filha de Abraão” e Zacqueu

A cura da “mulher encurvada” no sábado (Lc 13:10-17) a nomeia “filha de Abraão” (Lc 13:16) — fórmula única na Bíblia grega, e que, em Lucas, reserva a filiação abrahâmica a judeus (Dahl, 151). A cena desenha como o sábado e a sinagoga podem, paradoxalmente, apartar alguém do socorro divino (Green, 649). Jesus a reconhece como herdeira das promessas (Lc 1:46-55) e, no dia que rememora a libertação do cativeiro (Deut 5:15; cf. Lc 13:16), solta-lhe a prisão. Ao repreender a enfermidade, também fustiga Satanás (Lc 13:16; Green, 653). É plausível que ela figure, ao fim, entre os convivas do banquete presidido por Abraão (Lc 13:28-30). O mesmo duplo movimento — inclusão de Êxcluídos e Êxclusão de autoconfiantes — reaparece em Zacqueu: desprezado, mas “filho de Abraão”, ele recebe salvação ao demonstrar arrependimento (Lc 19:2, 8-10; ver Taxes; cf. Lv 6:1-7; Lc 18:18-25; Ez 34:16), cumprindo nas margens a promessa feita ao patriarca (Gn 17:7; ver Dahl, 149-54); já o rico da parábola que segue colhendo privilégios terrenos, embora também “filho”, não atravessa o abismo até o “seio de Abraão”.

X. Lucas: “seio de Abraão” (rico e Lázaro)

Na parábola do rico e Lázaro (Lc 16:19-31), a tradição do “Abraão celeste” (ver 1.2.) aparece densamente. Lázaro, ao morrer, é levado por anjos ao “seio de Abraão”, Êxpressão que não se confunde com Paraíso, mas remete à intimidade com o patriarca (Marshall, 636), quiçá lembrando Jubileus 23:1-3 (cf. Lc 13:29). O rico, em Hades, chama “Pai” (Lc 16:24, 27, 30) e é chamado “filho” (Lc 16:25), mas a filiação não lhe serve de ponte: o “Pai Abraão” recusa auxílio (Lc 16:25-26; ver T. Ab. 10:6-16A sobre Abraão juiz) e sequer autoriza Lázaro a advertir seus irmãos, pois “têm Moisés e os Profetas” (Lc 16:31). Lucas sublinha que a salvação requer uma “reação de fé” (Fitzmyer, 2:1129), ausente no rico. A figura de Abraão, aqui, é apropriada: a tradição o descreve como fiel à Lei (ver 1.2.), uma observância que “não é penosa” (Fílon, Abr. 5; cf. Deut 30:11-14).

XI. João 8: paternidade, liberdade e o “dia” de Jesus

No Quarto Evangelho, o nome de Abraão concentra-se em Jo 8:31-59, e dali irradia uma polêmica sobre identidade, liberdade e paternidade. Jesus reconhece que seus interlocutores são descendentes físicos de Abraão (Jo 8:37), mas desmascara a incoerência das obras: quem maquina matar o “enviado” de Deus (Jo 8:40, 42; cf. Gn 18:1-15) não procede como o patriarca; quem Êxibe caráter oposto ao de Abraão (ver 1.2.) revela afinidade com o diabo (Jo 8:44); e quem não discerne a presença divina em Jesus (Jo 8:58-59) distancia-se do primeiro monoteísta (ver 1.2.). O capítulo também alude à morte de Abraão (Gn 25:8, onde não há testamento; T. Ab. supre a lacuna) e a uma misteriosa alegria do patriarca ao “ver o dia” de Jesus (Jo 8:56). Como o viu? Brown sugere Jubileus 16:17-19, quando Abraão e Sara se alegram ao ouvir que por Isaque virá o povo santo (Brown, 360; cf. Gn 17:17; 21:6) — alegria que, lida retrospectivamente, antecipa o advento messiânico. Outra hipótese é uma revelação do futuro, como em Apocalipse de Abraão, que fala do “escolhido” de Deus (31:1). Em qualquer caso, a tradição joanina harmoniza-se com o retrato de Abraão como alguém dotado de conhecimento de Deus (ver 1.2.; cf. Jo 8:32), o que, na linguagem judaica coeva, significava fugir da idolatria (Ap. Ab. 6—8; Jub. 12) e, portanto, da escravidão do pecado (Jub. 20:6-10). A oposição entre liberdade (Jo 8:32) e escravidão (Jo 8:34-35) funciona, então, como chave para ler Abraão: quem é verdadeiramente seu filho reproduz sua fé obediente e acolhe, com alegria, o dia em que as promessas feitas ao patriarca se cumprem.

Bibliografia

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GALVÃO, Eduardo. Abraão no Novo Testamento. In: Enciclopédia da Bíblia Online. [S. l.], set. 2025. Disponível em: [Cole o link sem colchetes]. Acesso em: [Coloque a data que você acessou este estudo, com dia, mês abreviado, e ano. Ex.: 22 ago. 2025].