Adão — Estudo Bíblico
Biblicamente falando, é o primeiro homem e pai da raça humana. O termo deriva-se do hebraico adamak, “terra”, a substância da qual foi formado o corpo físico de Adão.
Adão representa, na teologia judaica, a fonte primária de toda a vida humana. Simbolicamente, ele é tratado nessa teologia como a unidade básica e a igualdade de toda a humanidade. Ele representa a propensão humana para a fraqueza e o pecado, embora originalmente o homem tivesse sido dotado de virtude. (Ver os artigos sobre a queda do homem e o pecado original).
O termo “adão” aparece por 560 vezes no Antigo Testamento, para indicar homem ou humanidade; mas no começo do livro de Gênesis indica o primeiro homem, e é um nome próprio. Vejamos algumas interpretações sobre o Adão:
1. Bíblico-literal. Adão foi um homem real, de fato, o primeiro homem, não somente da atual raça humana, mas em sentido absoluto. Ele veio à existência por um ato especial da criação, e não mediante algum processo evolutivo. A mulher foi literalmente formada de uma costela extraída do homem. A queda no pecado sucedeu tal como é historiado, mediante a tentação de uma serpente capaz de falar, acerca de um fruto proibido. Em suma, tudo quanto é dito no começo do livro de Gênesis deve ser compreendido literalmente, e não como parabólico ou simbólico em qualquer sentido. Mediante cálculos derivados de Gênesis, por meio das genealogias, a Terra deve ser vista como tendo menos de 7000 anos de idade, e todas as descobertas geológicas, embora pareçam antiquíssimas, de alguma maneira devem ser encaixadas dentro desse espaço de tempo. Embora não seja um livro científico, a Bíblia não incorre em erros científicos.
O Novo Testamento obviamente aceita que Adão foi um a personagem histórica, não devendo ser entendido como um símbolo da humanidade. Ver Luc. 3:38, onde a genealogia de Jesus retrocede até Adão. Falando sobre a queda, o trecho de I Tim . 2:13-14 não mostra indícios de que se tencionava uma alegoria. Judas 14 faz Enoque ser o sétimo depois de Adão, sem qualquer tentativa de afirmar qualquer coisa que não seja evidente fato histórico. Paulo estabelece o contraste entre o primeiro e o último Adão (Rom. 5:12-21; I Cor. 15:22-45, vinculando a origem do pecado ao primeiro Adão, e da redenção, ao último Adão). O último Adão é um a pessoa histórica indiscutível, ficando implícito que isso se dá também com o primeiro
2. Biblico-literário modificado. Adão foi um personagem histórico, literal, mas as genealogias dos hebreus com frequência são incompletas, tornando-se símbolos de descendência, e não de declarações exatas. Biblicamente, não há como reconstituir a cronologia. Outrossim, tendo sido Adão o primeiro homem da presente raça (homo sapiens), pode ter havido raças pré-adâmicas de criaturas similares ao homem . As descobertas científicas podem estar desenterrando tais raças, e longas eras podem ter-se escoado antes da criação, conforme as conhecemos atualmente. Ademais, há um grande hiato de tempo entre Gên. 1:1 e Gên. 1:2. Houve um a criação original que entrou em caos. E então houve uma recriação, quando apareceu a atual raça humana. Essa linhagem humana começou com a figura literal de Adão, pelo que ele é o primeiro homem da narrativa bíblica; mas pode ter havido numerosas outras eras e raças sobre as quais nada sabemos, por não serem espiritualmente importantes para nós. O hiato entre Gên. 1:1 e Gên. 1:2 abre espaço para todas as descobertas geológicas e paleontológicas que não possam ser racionalmente encaixadas dentro de menos de sete mil anos.
3. Libero-radical. As narrativas bíblicas sobre Adão, a criação, a queda, etc., não têm qualquer valor histórico, sendo frontalmente contraditas por tudo quanto a ciência tem sido capaz de produzir. Essas narrativas são meros mitos, e bastante crus. Para começar, o homem foi apenas uma estátua de argila, e a mulher foi formada de uma costela, mostrando quão destituído de imaginação foi o autor do livro de Gênesis, que expôs descrições das origens realmente cruas. Outrossim, temos em Gên. 1 a teoria astronômica da cúpula invertida. Segundo a teologia hebraica, o “firmamento” era uma tampa firme, sólida e semi-esférica, que tampava a Terra em seu interior. Em outras palavras, era um a espécie de cúpula que encobria a Terra. As estrelas não seriam corpos luminosos separados, mas apenas perfurações que permitiam que a luz celeste chegasse à Terra. Quem investigar a cosmologia dos hebreus descobrirá que eles não formavam ideias aceitáveis para a astronomia moderna.
A serpente que andava e falava é outro elemento cru e sem imaginação da narrativa do autor. Precisamos lembrar que a teologia hebreia original não representava essa serpente como Satanás. Isso foi uma associação posterior. Além disso, é um toque estranho, dentro dessa narrativa, fazer com que algo tão crítico como a queda e o destino hum ano dependam do ato de comer certo fruto no jardim do Éden. Por certo, o caos da degradação humana deve ter tido um a origem bem diferente disso, que não passa de uma invenção simplista e sem sofisticação. Finalmente, devemos lembrar que as declarações de que a Bíblia não contém erro alicerçam-se sobre o dogma humano e levaram séculos para se desenvolver.
A própria Bíblia não reivindica isso para si mesma. Em consequência, ao negarmos elementos fantásticos da Bíblia, estamos meramente repelindo os dogmas humanos, e não o que a Bíblia diz por si mesma. O livro de Gênesis, pelo menos em suas porções iniciais, onde encontramos questões sobre origens remotas, foi composto para responder indagações que intrigavam mentes primitivas, e vários mitos foram compilados para dar essas respostas. O homem primitivo perguntava: “Por que o homem é tão pecaminoso? Por que ele sofre? Por que a mulher sofre dores durante o parto? Por que crescem as ervas daninhas? De onde vem tanto caos?” O primeiro capítulo de Gênesis sonda esses mistérios, embora de forma bastante primitiva e mal-informada.
4. Abordagem libero-neo-ortodoxa. Se não podemos afirmar que Gên. 1 seja um verdadeiro registro histórico dos primórdios humanos, podemos afirmar que é importante a teologia contida em seus símbolos. Não precisamos da história para formarmos teologia. A ciência demole as narrativas antigas do ponto de vista histórico. A pesar de que algum as coisas na história são importantes para o cristianismo, como a vida de Jesus, a Sua morte e ressurreição (coisas que podem ser aceitas como históricas e literais), outras coisas, como as que dizem respeito a origens absolutas, não são expostas em termos históricos literais nos documentos sagrados. De fato, simplesmente desconhecemos como as coisas começaram e como o homem caiu, ou como a mulher veio à existência, se seu começo diferiu do começo do homem. E nem é moral e espiritualmente importante que saibamos dessas coisas. Cremos que tudo teve origem em Deus, e que Ele efetuou um ato especial de criação p ara trazer o homem à existência; mas poderia ter instituído um processo evolutivo que envolvesse esse propósito. O que sabemos é que o homem está aqui, e é um ser decaído.
Mediante a narrativa de Gênesis, podemos obter discernimentos quanto à condição espiritual do homem. Os trechos neotestamentários que dão apoio ao Adão histórico fazem-no porque era nisso que os autores sagrados acreditavam. Mas, supor que eles tivessem de estar certos em tudo não passaria de dogmas humanos que precisavam de séculos para se desenvolver. Os próprios autores não reivindicaram inerrância; e mesmo que o tivessem feito, não poderiam comprová-la. Aquele que precisa apelar para o mito da inerrância é um infante espiritual que precisa de mamadeira adredemente preparada. A espiritualidade não se parece com isso. De fato, a espiritualidade (em seu aspecto de conhecimento) é um a aventura, um a inquirição. Existem grandes verdades subjacentes como Deus, a existência e a sobrevivência da alma, e muitos detalhes dotados de base histórica. Porém , é vão tentar encaixar historicamente e sem erros tudo quanto encontramos na Bíblia; Consideremos também este pequeno exemplar da teologia hebreia. O autor de Gên. 1 e 2 não tencionava descrever o começo da alma humana. O “sopro divino” no barro, que animou o homem, de acordo com o pensamento hebreu, não tinha a intenção de colocá-lo em um elemento imaterial e eterno. Embora o Pentateuco fale sobre Deus e os anjos, ali não há qualquer explicação sobre a alma humana.
Assim, a narrativa de Gênesis não pretende dizer-nos de onde veio a alma; e a alma é o homem real, e o seu corpo é apenas um veículo temporário. Portanto, desse ângulo, não temos qualquer relato sobre como começou o homem real. Som ente no tempo dos Salmos e dos Profetas é que a teologia hebreia incluiu a alma. Ela já fazia parte de outras antigas religiões e filosofias, por longo tempo, antes de entrar no pensamento dos hebreus. Em razão disso, devemos ser cautelosos quanto aos relatos antigos, porque, espiritualmente falando, há muita coisa a ser dita sobre o homem que não foi incluído ali, sem importar se consideram os essas narrativas historicamente verazes ou não. Não obstante, a teologia é um negócio sério, e a representação simbólica em Gênesis faz parte disso. Acima das controvérsias: — Ignorando por ora as controvérsias que cercam a história de Adão, devemos observar importantes ensinos contidos nessa narrativa:
1. Originalmente o homem era um ser elevado, de grande inteligência e de notáveis qualidades espirituais. A origem do homem, o verdadeiro homem, o espírito, não se encontra no reino animal. Ele traz a “imagem de Deus”. Inferiores são outros pontos de vista do homem, como o humanismo e o marxismo. O homem não é um produto natural, e nem apenas economicamente formado. Em sua origem há o toque divino.
2. Por ter a imagem de Deus, o homem, finalmente, através da redenção, terá a semelhança divina, a Sua natureza essencial, embora em escala finita (II Ped. 1:4).
3. Isso resulta da missão do último Adão (ver o artigo seguinte), que se identifica com toda a humanidade. (Rom. 5:12 ss ; I Cor. 15:45-47).
4. O que é físico serviu de veículo, mas o homem realmente não pertence ao terreno físico. Os pais alexandrinos, seguindo ideias platônicas, supunham que o verdadeiro homem pertencia a um a criação espiritual anterior e antiquíssima, e que a sua união eventual com o corpo físico, e sua história subsequente representam estágios da história humana, mas não a sua substância. Com ou sem esses ensinos, precisamos reconhecer que o homem é um ser espiritual cujo destino não está (finalmente) relacionado à esfera terrestre. Sua porção espiritual é transcendental. Quanto à origem da alma, ver o artigo sobre a alma.
5. A intervenção divina na história humana em contraste com o deísmo. O teísmo (ver o artigo) ensina que Deus se interessa pelo homem e intervém em sua história, recompensando ou punindo, guiando e cuidando. Neste mundo operam propósito e desígnio. O deísmo (ver o artigo) apesar de admitir alguma força criadora, pessoal ou impessoal, acredita que a mesma esteja divorciada da criação, deixando que as leis naturais a governassem . Portanto, essa força não faria qualquer intervenção, nem se importaria e nem castigaria ou puniria o homem. A narrativa bíblica põe-se inteiramente ao lado do teísmo.
6. Contra um Universo mecânico e materialista. Deus e o espirito estavam presentes desde o começo. Ver o artigo sobre o materialismo.
7. O conhecimento espiritual é oferecido ao homem, conforme é simbolicamente representado pela árvore do conhecimento. Deus transmite, e o homem pode aprender. Ver o artigo sobre o misticismo.
8. Pecaminosidade. O homem e a mulher viram que estavam nus, quando pecaram. Na humanidade há delito e desgraça, e isso requer redenção. Ver o artigo sobre esse assunto e sobre a salvação.
9. Há a vida eterna. Isso é representado pela árvore da vida. Ver o artigo sobre a vida eterna.
10. A confusão causada pelo pecado. Quanto caos foi provocado pelo pecado! Ver o artigo sobre o pecado.
11.O princípio maligno. O mal também é pessoal, e não apenas circunstancial. Existem seres malignos que impedem e destroem . Ver os artigos sobre Satanás e os demônios. A serpente (ver o artigo) representa essas forças negativas.
12. A penalidade. Adão e Eva foram expulsos por causa do pecado. Ver o artigo sobre o julgamento.
Mediante a narrativa de Gênesis, podemos obter discernimentos quanto à condição espiritual do homem. Os trechos neotestamentários que dão apoio ao Adão histórico fazem-no porque era nisso que os autores sagrados acreditavam. Mas, supor que eles tivessem de estar certos em tudo não passaria de dogmas humanos que precisavam de séculos para se desenvolver. Os próprios autores não reivindicaram inerrância; e mesmo que o tivessem feito, não poderiam comprová-la. Aquele que precisa apelar para o mito da inerrância é um infante espiritual que precisa de mamadeira adredemente preparada. A espiritualidade não se parece com isso. De fato, a espiritualidade (em seu aspecto de conhecimento) é um a aventura, um a inquirição. Existem grandes verdades subjacentes como Deus, a existência e a sobrevivência da alma, e muitos detalhes dotados de base histórica. Porém , é vão tentar encaixar historicamente e sem erros tudo quanto encontramos na Bíblia; Consideremos também este pequeno exemplar da teologia hebreia. O autor de Gên. 1 e 2 não tencionava descrever o começo da alma humana. O “sopro divino” no barro, que animou o homem, de acordo com o pensamento hebreu, não tinha a intenção de colocá-lo em um elemento imaterial e eterno. Embora o Pentateuco fale sobre Deus e os anjos, ali não há qualquer explicação sobre a alma humana.
Assim, a narrativa de Gênesis não pretende dizer-nos de onde veio a alma; e a alma é o homem real, e o seu corpo é apenas um veículo temporário. Portanto, desse ângulo, não temos qualquer relato sobre como começou o homem real. Som ente no tempo dos Salmos e dos Profetas é que a teologia hebreia incluiu a alma. Ela já fazia parte de outras antigas religiões e filosofias, por longo tempo, antes de entrar no pensamento dos hebreus. Em razão disso, devemos ser cautelosos quanto aos relatos antigos, porque, espiritualmente falando, há muita coisa a ser dita sobre o homem que não foi incluído ali, sem importar se consideram os essas narrativas historicamente verazes ou não. Não obstante, a teologia é um negócio sério, e a representação simbólica em Gênesis faz parte disso. Acima das controvérsias: — Ignorando por ora as controvérsias que cercam a história de Adão, devemos observar importantes ensinos contidos nessa narrativa:
1. Originalmente o homem era um ser elevado, de grande inteligência e de notáveis qualidades espirituais. A origem do homem, o verdadeiro homem, o espírito, não se encontra no reino animal. Ele traz a “imagem de Deus”. Inferiores são outros pontos de vista do homem, como o humanismo e o marxismo. O homem não é um produto natural, e nem apenas economicamente formado. Em sua origem há o toque divino.
2. Por ter a imagem de Deus, o homem, finalmente, através da redenção, terá a semelhança divina, a Sua natureza essencial, embora em escala finita (II Ped. 1:4).
3. Isso resulta da missão do último Adão (ver o artigo seguinte), que se identifica com toda a humanidade. (Rom. 5:12 ss ; I Cor. 15:45-47).
4. O que é físico serviu de veículo, mas o homem realmente não pertence ao terreno físico. Os pais alexandrinos, seguindo ideias platônicas, supunham que o verdadeiro homem pertencia a um a criação espiritual anterior e antiquíssima, e que a sua união eventual com o corpo físico, e sua história subsequente representam estágios da história humana, mas não a sua substância. Com ou sem esses ensinos, precisamos reconhecer que o homem é um ser espiritual cujo destino não está (finalmente) relacionado à esfera terrestre. Sua porção espiritual é transcendental. Quanto à origem da alma, ver o artigo sobre a alma.
5. A intervenção divina na história humana em contraste com o deísmo. O teísmo (ver o artigo) ensina que Deus se interessa pelo homem e intervém em sua história, recompensando ou punindo, guiando e cuidando. Neste mundo operam propósito e desígnio. O deísmo (ver o artigo) apesar de admitir alguma força criadora, pessoal ou impessoal, acredita que a mesma esteja divorciada da criação, deixando que as leis naturais a governassem . Portanto, essa força não faria qualquer intervenção, nem se importaria e nem castigaria ou puniria o homem. A narrativa bíblica põe-se inteiramente ao lado do teísmo.
6. Contra um Universo mecânico e materialista. Deus e o espirito estavam presentes desde o começo. Ver o artigo sobre o materialismo.
7. O conhecimento espiritual é oferecido ao homem, conforme é simbolicamente representado pela árvore do conhecimento. Deus transmite, e o homem pode aprender. Ver o artigo sobre o misticismo.
8. Pecaminosidade. O homem e a mulher viram que estavam nus, quando pecaram. Na humanidade há delito e desgraça, e isso requer redenção. Ver o artigo sobre esse assunto e sobre a salvação.
9. Há a vida eterna. Isso é representado pela árvore da vida. Ver o artigo sobre a vida eterna.
10. A confusão causada pelo pecado. Quanto caos foi provocado pelo pecado! Ver o artigo sobre o pecado.
11.O princípio maligno. O mal também é pessoal, e não apenas circunstancial. Existem seres malignos que impedem e destroem . Ver os artigos sobre Satanás e os demônios. A serpente (ver o artigo) representa essas forças negativas.
12. A penalidade. Adão e Eva foram expulsos por causa do pecado. Ver o artigo sobre o julgamento.