Adão na Teologia
(Enciclopédia Bíblica Online)
O lugar do homem é
cuidadosamente detalhado e salvaguardado na narrativa de Gênesis. Ele não é
divino, não tem descendência física direta do Ser Supremo ou de alguma
divindade inferior. Também é claramente destacado de todos os demais aspectos
da criação, sendo o único ser no qual Deus “soprou nas narinas o fôlego de
vida” (Gn 2.7). Cada estágio da criação é aprovado com as palavras “viu Deus
que era bom” (1.10,12,18,21,25, cp. 31); a inferência é que a criação do homem
foi a consumação e o apogeu. Portanto, o homem permanece no limiar entre Deus e
o resto da Criação. Ele pertence à terra, mas foi criado à imagem de Deus e recebeu
domínio sobre a terra. A criação à imagem e semelhança de Deus tem sido
interpretada de diferentes formas, sendo que a mais aceita é que o homem foi
criado como um ser independente e espiritual, com capacidade de ter comunhão
com o Criador, o que fica subentendido e encontra expressão no encontro
vespertino (3.8). Assim, o homem recebe um lugar de honra na criação de Deus,
um conceito que levou o salmista a se maravilhar (Sl 8), embora a majestade
seja toda de Deus e não do homem (Sl 8.1,9). A desobediência de Adão significa
que o pecado interferiu nesse relacionamento e o maculou. Entretanto, o pecado
é mostrado como totalmente estranho ao homem, destruindo o que é fundamentalmente
bom, não somente no homem, mas em toda a criação. O uso do termo genérico “o
homem” implica que tais incidentes envolveram ou tipificaram toda a humanidade.