Interpretação de Neemias 4

Neemias 4 retrata os desafios e a oposição que Neemias e sua equipe encontram durante a reconstrução dos muros de Jerusalém. À medida que a construção avança, adversários como Sambalate e Tobias zombam dos esforços e expressam dúvidas sobre seu sucesso. Neemias e o povo respondem por meio de orações e medidas práticas, posicionando guardas para proteger contra possíveis ataques. Apesar das ameaças, o povo segue determinado, trabalhando com ferramentas em uma das mãos e armas na outra. A liderança de Neemias brilha quando ele os encoraja a perseverar. O capítulo destaca o poder do esforço coletivo, da fé e do planejamento estratégico diante da adversidade, demonstrando como o compromisso da comunidade e a confiança em Deus ajudam a superar os desafios e continuar o processo de reconstrução.

A Oposição dos Inimigos

Neemias 4

4:1-23 Quando Sambalá e seus afiados descobriram que o ridículo não bastava para interromper a obra, conspiraram ativamente contra os trabalhadores de Neemias. Muitos dos judeus ficaram desanimados e outros temeram por seus lares e famílias. Mas Neemias estabeleceu uma guarda continua de modo que o trabalho pôde prosseguir sem delongas.

 4:2. Permitir-se-lhes-á isso? Sacrificarão? Em outras palavras: “Com o material e mão de obra completamente inadequados, será que eles realmente acham que poderão terminar este projeto? E para que serve oferecer sacrifícios? Deus não pode ajudá-los de qualquer maneral” (cons. Is. 36:7, 15). Nascerão, acaso... as pedras que foram queimadas? Pedras calcárias são amolecidas pelo fogo e perdem a sua durabilidade (Keil, The Books of Ezra, Nehemiah and Esther, in loc. ).

4:5. Não lhes encubras a iniquidade. Não permita que prossigam sem castigo (cons. Sl. 85:2, 3). Na presença dos que edificavam. Esses inimigos blasfemavam contra Deus diante dos construtores para desencorajá-los (cons. Ne. 6:5; II Reis 18:26, 27).

4:7. Os arábios, os amonitas e os asdoditas. Os árabes eram liderados por Gesém e os amonitas por Tobias (2:19). Os asdoditas, que pertenciam ao povo filisteu, foram provavelmente facilmente incitados por Sambalá a que lutassem contra seus velhos inimigos, os judeus.

4:8. Ajuntaram-se todos de comum acordo para virem atacar Jerusalém. Tornava-se óbvio agora que seria necessário mais que o ridículo (v. 2) e as raposas (v. 3) para interromper o trabalho! Por isso planejaram atacar, como em Esdras 4:23, “de mão armada”. Mas o ataque tinha de ser secreto por 'causa do decreto favorável de Artaxerxes.

4:9. Nós oramos... e... pusemos guarda. Naquelas circunstâncias, oração e vigilância foram uma excelente combinação, ligando fé e responsabilidade.

4:10, 11. Não podemos. A combinação do desânimo por causa do excesso de trabalho e o medo dos planos invasores foram quase demais para o povo de Deus.

4:12. A ASV tem a melhor tradução aqui: Dez vezes nos disseram de todos os lugares: Deveis retomar a nós. Judeus em cidades distantes (3:2, 5, 7) queriam que seus homens acabassem com o projeto da construção dos muros e ajudassem a defender suas famílias contra as ameaças dos inimigos.

4:13, 14. Não os temais. Aparentemente Neemias introduziu esses judeus e suas famílias dentro da cidade. Ele os colocou em espaços abertos por trás do muro e os supriu de armas para que protegessem suas famílias e também a cidade.

4:15. Ouvindo os nossos inimigos que já o sabíamos. Os inimigos deviam ter abandonado seus planos de atacar quando viram os guardas judeus de prontidão sobre os muros. A crise passou, o trabalho do muro pôde continuar.

4:16. Metade dos meus moços trabalhava na obra. Eram provavelmente servos oficiais que trabalhavam para Neemias na qualidade de governador (4:23; 5:10, 16). Couraças. Casacos de couro cobertos com finas escamas de metal. Os chefes estavam por detrás de toda a casa de Judá. Em caso de ataque, cada chefe estava preparado a liderar a sua gente contra o inimigo.

4:17, 18. O significado parece ser que cada um dos que transportavam o material levava uma arma em uma das mãos, enquanto que cada construtor usava ambas as mãos no trabalho mas mantinha uma espada à cinta. O que tocava a trombeta. Para dar o alume em caso de perigo (cons. v. 20).

4:21. Metade empunhava as lanças. Metade daqueles que foram mencionados em 4:16.

4:22. Cada um... fique em Jerusalém. Ao que parece, nem todos os trabalhadores ficavam na cidade à noite. Voltar para suas aldeias, além de tomar tempo valioso, deixava também a cidade exposta aos ataques noturnos.

4:23. Não largávamos as nossas vestes. Os servos do próprio Neemias e a guarda pessoal persa dava o exemplo de vigilância. A última frase do hebraico é obscura. Keil a traduz: cada um deixava a sua arma à direita; isto é, quando dormia, sua arma ficava pronta à mão.

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