Estudo sobre Ezequiel 27
Ezequiel 27
b) O naufrágio
do bom navio, Tiro (27.1-36).
Nesse lamento, a ilha de Tiro é retratada como um garboso navio mercante que
vai a pique com a tripulação e o carregamento. Os v. 4-7 descrevem a
sua construção, e os v. 810, sua tripulação, seus artífices, marinheiros e
mercadores.
v. 3. entrada,
talvez uma referência aos dois ancoradouros de Tiro. Você diz [...] Minha beleza...: talvez seria melhor ler “você é um navio” (heb. ’oni, “navio”
no lugar de ’ani, ”eu”), v. 4. Seu domínio, aqui usado com
referência aos lados do navio. v. 5. Senir. nome amorreu para
Hermom (cf. Dt 3.9). v. 6. Chipre’, heb. Kittim
(originariamente o nome da cidade no sul de Chipre chamada
Kition). v. 7. Elisá’. Alashia, uma cidade na costa leste de
Chipre (a atual Enkomi). Tanto Elisá quanto Quitim são mencionados como
“filhos de Javã” em Gn 10.4. v. 8,9. Sidom [...] Arvade
[...] Gebal (Biblos): cidades fenícias que supriam a tripulação dos
navios, v. 10. persas [...] Itdios [...] homens de Fute:
os últimos dois parecem ter sido povos líbios (cf. Gn
10.6,13) e assim
provavelmente também era o primeiro; o texto da Elbe-felder (em alemão)
traz “Paras” (ou “Faras”) e é preferível à maioria das versões que traz
“Pérsia”, v. 11. Heleque: NEB: “Cilicia” (cf. assírio Hilakku). Gamadr.
de identificação incerta; talvez deva ser localizada no norte da Síria. A
NEB inclui os v. 10 e 11 na estrutura poética dos v. 3bss.
Os v. 12-25a constituem uma
inserção em prosa no cântico fúnebre; dão informação valiosa acerca do
comércio no Mediterrâneo no século VI a.C. v. 12. Társis: o porto
fenício de Tartesso no sul da Espanha, v. 13. Javã: originariamente,
Jônia, as colônias gregas no oeste da Ásia Menor. Tubal e Meseque
em geral andam juntos, no ATOS (cf. 32.26; 38.2) como nos registros
assírios (Tabali e Mushku) e em Heródoto (Moschoi e Tibarênoi).
Tubal era um termo abrangente para denotar os Estados neo-hititas
do leste da Ásia Menor; Meseque correspondia em termos gerais à
Frigia, escravos.: cf. Ap 18.13. v. 14. Bete-Togarma (cf. 38.6): o assírio Til-garimmu,
no nordeste da Ásia Menor (tradicionalmente identificado com a Armênia),
v. 15. Rodes: assim traz a LXX no lugar do termo do TM “Dedã”
(cf. a oscilaçãodas letras iniciais de Dodanim, Gn 10.4, e Rodanim,
lCr 1.7). Os habitantes de Rodes agiam como intermediários,
como também faziam os homens de Arã (v. 16; cf. ”Edom”, nota
de rodapé da NVI) com relação às mercadorias aqui associadas com o
seu nome. v. YJ.Judáe Israel: nos dias de Salomão (lRs 5.11)
como nos do velho rei Agripa (Atos 12.20), Tiro e outras cidades
fenícias dependiam da Galileia especialmente com relação ao trigo e
outros produtos agrícolas, de Minite: o significado do heb. minnith
(ARC: “azeite”) e pannag, confeitos (RSV: “primeiros figos”), é incerto,
v. 18. Helbom: a noroeste de Damasco, ainda um centro de cultivo de
uvas. lã de Zaar. uma região em que pastavam ovelhas, a noroeste de
Damasco, v. 19. Dã e Javã: (TM “Vedã e Javã [RV]) é ininteligível;
A. R. Millard (JSS 7, 1962, p. 201ss), seguido pela NEB,
sugeriu “e tonéis de vinho” (assim a NTLH). Uzal: Izalla (NEB),
entre Harã e o Tigre, região famosa por seu vinho. v. 20. Dedã:
no noroeste da Arábia (cf. 25.13; 38.13).
v. 21,22. Quedar
(“preto” — a terra das tendas pretas) ficava no norte da Arábia, e Sabá e
Raamá no sul da Arábia, por onde passavam as rotas comerciais de
especiarias da índia. v. 23. Cane: local não identificado. Eden: ao
sul de Harã (cf. Am 1.5, “Bete-Éden”). O TM acrescenta: “os comerciantes
de Sabá”, seguido aqui pela NVI. Quilmade: é melhor ler com a
NEB “toda a Média”, v. 25. navios de Társis: um termo genérico para
grandes navios mercantes, transportam os seus bens: TM: “são
suas caravanas”, com cordéis retorcidos e de nós firmes: (v. 24) ou “com
cordas franzidas e retorcidas”.
O cântico fúnebre é
retomado no v. 25b (a NVI já o retoma no v. 25a). v. 26. o
vento oriental: que soprando do continente é uma referência ao
ataque dos babilônios, v. 28. Aí praias tremerão: os barcos que se
afastavam do navio em apuros, após resgatar homens, balançavam e tremiam à
medida que os remadores se cansavam sob as ordens dos seus oficiais
(cf. S. Smith, “O navio Tiro”, PEQ 85, 1953, p. 108). v. 29. os
marinheiros ficarão na praia: talvez no Egito (cf. S. Smith, art.
cit., p. 109). v. 30. rolarão na cinza: “vão se aspergir com
cinzas”.
v. 32. Quando
estiverem [...] pranteando [...] erguerão este lamento: os v.
32b-34 formam um cântico fúnebre incluído no cântico
fúnebre principal dos v. 3b-ll,25bss. O cântico possivelmente é cantado
por aqueles que escaparam do naufrágio, v. 35. os seus rostos
estão desfigurados de medo: NEB: “o seu cabelo está em pé”.
Apesar da pontuação da NVI, o v. 36 pode ser o resumo feito pelo profeta;
o v. 36a antevê 28.19, enquanto o v. 36b repete 26.21.Índice: Ezequiel 1 Ezequiel 2 Ezequiel 3 Ezequiel 4 Ezequiel 5 Ezequiel 6 Ezequiel 7 Ezequiel 8 Ezequiel 9 Ezequiel 10 Ezequiel 11 Ezequiel 12 Ezequiel 13 Ezequiel 14 Ezequiel 15 Ezequiel 16 Ezequiel 17 Ezequiel 18 Ezequiel 19 Ezequiel 20 Ezequiel 21 Ezequiel 22 Ezequiel 23 Ezequiel 24 Ezequiel 25 Ezequiel 26 Ezequiel 27 Ezequiel 28 Ezequiel 29 Ezequiel 30 Ezequiel 31 Ezequiel 32 Ezequiel 33 Ezequiel 34 Ezequiel 35 Ezequiel 36 Ezequiel 37 Ezequiel 38 Ezequiel 39 Ezequiel 40 Ezequiel 41 Ezequiel 42 Ezequiel 43 Ezequiel 44 Ezequiel 45 Ezequiel 46 Ezequiel 47 Ezequiel 48