Lucas 5 — Comentário Devocional

Lucas 5

Lucas 5 mostra Jesus chamando discípulos, realizando milagres e enfatizando a humildade. Destaca a obediência, a compaixão, o perdão e o poder da presença transformadora de Jesus.

1. Obediência e Fé: Neste capítulo, Jesus chama Pedro, Tiago e João para segui-Lo, e eles respondem imediatamente deixando tudo para trás. A sua disponibilidade para obedecer e ter fé no chamado de Jesus ensina-nos sobre a importância de dar um passo de fé e render-se ao plano de Deus.

2. Humildade: Quando Jesus realiza uma pesca milagrosa, a reação inicial de Pedro é uma sensação de indignidade. Jesus aproveita esse momento para enfatizar que Seus seguidores deveriam se aproximar Dele com humildade. Isto nos ensina a reconhecer nossa necessidade da graça e misericórdia de Deus.

3. Milagres e Sinais: A pesca milagrosa de peixes e a cura de um leproso por Jesus demonstram Seu poder sobre a natureza e as doenças. Estes milagres lembram-nos da divindade de Jesus e da Sua capacidade de provocar transformação nas nossas vidas.

4. Amizade e Compaixão: A história do paralítico baixado do telhado por seus amigos ilustra a importância de amizades solidárias e compaixão. A determinação dos amigos em trazer seus amigos a Jesus nos ensina como fazer grandes esforços para ajudar outros a encontrarem Cristo.

5. Autoridade para perdoar pecados: A capacidade de Jesus de perdoar pecados é um tema-chave na história do paralítico. Isto sublinha a Sua autoridade divina e a cura espiritual que Ele oferece através do perdão.

6. Comer com pecadores: As críticas que Jesus recebe por comer com cobradores de impostos e pecadores nos ensina sobre Sua aceitação e amor por todas as pessoas, independentemente de sua origem ou erros.

7. Vinho Novo e Odres Velhos: A metáfora de Jesus sobre o vinho novo necessitando de odres novos enfatiza a necessidade de flexibilidade e abertura aos Seus ensinamentos e novas formas de pensar. Isso nos lembra que uma mentalidade rígida e legalista pode dificultar a nossa compreensão dos planos evolutivos de Deus.

8. Sábado e Cura: A cura de Jesus no sábado gera controvérsia. Isto nos ensina sobre a tensão entre legalismo e compaixão, bem como sobre o compromisso de Jesus em restaurar e renovar vidas.

9. Oração e Solidão: Jesus frequentemente se retira para orar e encontrar solidão. Isto nos ensina sobre a importância de buscar a Deus em momentos tranquilos e de manter uma forte vida de oração.

Em resumo, Lucas 5 oferece lições sobre obediência e fé, humildade, o significado dos milagres, compaixão e amizade, a autoridade para perdoar pecados, aceitação de todas as pessoas, adaptabilidade aos ensinamentos de Deus, o equilíbrio entre tradição e renovação, e o valor de oração e solidão.

Devocional

5.2 Os pescadores do mar da Galileia usavam redes, frequentemente em forma de sino, com pesos de chumbo nas extremidades. A rede era lançada sobre a superfície da água, e os pesos do chumbo faziam-na afundar e capturar os peixes. Então, os pescadores puxavam-na com uma corda, arrastando os peixes. As redes precisavam ser mantidas em boas condições; por esta razão, eram lavadas a fim de remover os pedaços de vegetação que se apegavam a elas, e eram feitos os reparos necessários. 

5.8 Simão Pedro ficou maravilhado com esse milagre; sua primeira reação foi sentir sua insignificância em comparação com a grandeza de Jesus. Pedro sabia que Ele havia curado enfermos e expulsado demônios, mas estava impressionado por Jesus importar-se com a rotina dele e entender as necessidades de um simples pescador. Deus está interessado não apenas em nossa salvação, mas também em ajudar-nos em nossas atividades diárias. 

5.11 Existem dois requisitos para irmos a Deus; como Pedro, devemos reconhecer nossa pecaminosidade; como esses três pescadores, devemos perceber que não podemos salvar a nós mesmos, precisamos de ajuda. Quando soubermos que Jesus é o único que pode ajudar-nos. estaremos prontos para deixar tudo e segui-lo.

Esta foi a segunda vez que Jesus chamou os discípulos para o seguirem. Depois do primeiro chamado (Mt 4.8-22; Mc 1.16-20). Pedro, André. Tiago e João tinham voltado para a pesca. Continuaram a observar Jesus, enquanto Ele exercia sua autoridade nas sinagogas, curava os doentes e expulsava demônios. Nesse versículo, está registrado o momento em que Jesus estabeleceu sua autoridade na vida daqueles discípulos. Ele foi até onde trabalhavam e ajudou-os nas suas atividades. A partir de então, os pescadores deixaram suas redes e permaneceram com Jesus. Para nós, seguir a Jesus significa mais do que reconhecê-lo como Salvador. Devemos deixar o nosso passado para trás e confiar-lhe o nosso futuro, comprometendo-nos com Ele. 

5.12 A lepra era uma doença temida porque além de não ter cura, alguns tipos eram altamente contagiosos. Naquela época, a lepra trazia consigo grande rejeição social e abalo emocional para o doente, semelhante ao que a AIDS provoca hoje. Os sacerdotes monitoravam a doença, banindo os leprosos na fase contagiosa da doença, para prevenir a expansão da infecção, e readmitindo aqueles em que a lepra regredisse. Pelo fato de a doença destruir as terminações nervosas, os leprosos frequentemente feriam os dedos das mãos, dos pês, o nariz e as orelhas sem perceber. Esse homem acometido de lepra encontrava-se em um estágio avançado da doença, então, sem dúvida, havia perdido grande parte do tecido de seu corpo. Ainda assim, ele creu que Jesus poderia curá-lo completamente, e foi abençoado. (A lepra ou hanseniase ainda existe hoje em uma forma menos contagiosa que pode ser tratada pela Medicina.) 

5.13 Os leprosos eram considerados intocáveis, porque as pessoas temiam contrair a doença. Contudo, Jesus estendeu a mão e tocou esse leproso para curá-lo. Podemos considerai intocáveis ou repulsivas certas pessoas doentes ou inválidas. Mas não devemos ter medo de estender a mão e tocá-las com o amor de Deus. Você conhece alguém que precisa desse toque? 

5.16 As pessoas afluíam para ouvir Jesus e para serem curadas das doenças que as afligiam, mas Jesus fazia questão de frequentemente retirar-se para lugares solitários a fim de orar. Muitas coisas reivindicam nossa atenção; frequentemente nos cansamos ao procurar atender a demanda. Porém, como Jesus, devemos separar um tempo, retirarmo-nos para um lugar quieto e solitário, a fim de orar. A força vem de Deus; só podemos ser fortalecidos se dedicarmos tempo na presença dEle. 

5.17 Os líderes religiosos passavam muitas horas definindo e discutindo a enorme relação de tradições religiosas que haviam acumulado por mais de quatrocentos anos, desde o retorno rios judeus do exílio babilônico. Estavam tão preocupados com estas tradições humanas, que frequentemente perdiam as Escrituras de vista. Ao 'ermos esse versículo, percebemos que esses líderes se sentiram ameaçados porque Jesus colocava em dúvida a sinceridade deles e porque as pessoas afluíam para Jesus. 

5.18, 19 Naquela época, as casas eram construídas com pedra: os telhados planos eram feitos barro misturado com palha. Do lado de fora de muitas casas, havia escadas que levavam ao telhado. Esses homens provavelmente devem ter subido com o amigo pelo telhado, usando uma escada; em seguida, removeram parte do telhado e baixaram o paralítico até a presença de Jesus. 

5.18-20 Não foi a fé do paralitico que impressionou Jesus, mas a dos amigos dele. Jesus correspondeu ã fé deles ao curar o homem de paralisia. Nossa fé influencia outros para melhor ou pior. Não podemos fazer com que outra pessoa se torne cristã, mas podemos, por meio de nossas palavras, ações e de nosso amor, dar-lhe uma chance de conhecer a Jesus. Procure oportunidades para levar seus amigos a conhecer o Cristo vivo. 

5.21 Quando Jesus disse ao paralítico que seus pecados estavam perdoados, os lideres judeus acusaram-no de blasfemar, de reivindicar ser Deus, por tentar fazer o que compete só a Ele. Na lei judaica, o castigo para a blasfêmia era a morte (Lv 24.16). Ao rotular a atitude de Jesus de perdoar pecados como blasfêmia, os líderes religiosos demonstraram que não entenderam que Jesus é Deus, e como tal tem o poder para curar o corpo e a alma. O perdão de pecados era um sinal de que a era messiânica havia chegado (Is 40.2; Jl 2.32: Mq 7.18, 19; Zc 13.1). 

5.27 Para mais informações sobre Levi (também conhecido como Mateus), o discípulo que escreveu o Evangelho que tem o seu nome, veja seu perfil em Mateus. 5.28,29 Levt deixou o lucrativo, e provavelmente desonesto, ofício de cobrar impostos para seguir a Jesus. Ele respondeu como Jesus gostaria que todos os seus seguidores o fizessem. Deu uma festa: convidou os companheiros publicanos e outros notórios pecadores, para que também pudessem conhecer Jesus. Levi, que deixou para trás a riqueza material a fim de ganhar a espiritual, mostrou-se alegre per associar-se a Jesus. 

5.30-32 Os fariseus encobriam seus pecados com a respeitabilidade social. Passavam-se por bons praticando boas ações em público e apontando os pecados dos outros. Jesus dedicou seu tempo não a esses líderes religiosos orgulhosos e hipócritas, mas as pessoas que reconheciam seus pecados e sabiam que não eram suficientemente boas para Deus. Para irmos a Deus, devemos nos arrepender; mas para renunciarmos a nossos pecados, devemos primeiramente reconhecê-los. 

5.35 Jesus sabia que a sua morte estava próxima. Depois disso, o jejum seria adequado. Embora também fosse humano. Jesus sabia que era Deus e estava plenamente consciente da razão pela qual veio a este mundo: morrer pela expiação dos Pecados da humanidade. 

5.36-39 Os odres eram bolsas de peles de cabra, costuradas nas extremidades, para ficar impermeáveis. Pelo fato de o vinho novo fermentar, deveria ser colocado em um odre novo e maleável. pois tendo se tornado inflexível, a pele do odre antigo estouraria e derramaria o vinho novo. Como odres velhos, os fariseus eram muito rígidos para aceitar a Jesus, que não poderia ser contido pelas tradições e regras humanas. O cristianismo exigia novas abordagens, tradições e estruturas. Igualmente, nossos programas e ministérios na igreja não devem ser tão rígidos a ponto de não terem espaço para um novo método ou uma nova ideia inspirados pelo Espírito. Também devemos ser cuidadosos para que o nosso coração não se torne tão duro e nos impeça de aceitar novos modos de pensar que Cristo nos traz. Precisamos manter nosso coração maleável para que possamos aceitar a mensagem de mudança de vida trazida por Jesus!

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