Estudo sobre Apocalipse 7:16-17
Estudo sobre Apocalipse 7:16-17
Apocalipse 7:16-17
Três afirmações negativas fazem a abertura. Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum. João conhece Is 49.10. Uma comparação com Is 48.21 mostra claramente velhas reminiscências dos tempos iniciais de Israel, quando Deus cuidou do povo através de milagres de alimentação e água. Na Bíblia os tempos iniciais muitas vezes tornam-se parábola para os tempos finais. Ap 21.4 diz, sem metáforas: “e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor”.
Será que tudo isto está relacionado com a grande tribulação, da qual os salvos acabam de sair? Sofrer fome e sede aparece também em situações de perseguição (p. ex., Mt 10.42; 25.35,36). Também a estadia no deserto poderia ser explicada como decorrência de expulsão, e o calor poderia ser, como em Mc 4.6; Mt 13.6, uma ilustração para a perseguição. No entanto, no momento em que João, a partir do v. 16, passou a confiar-se a conceitos de proclamação do at, ele evidentemente abandonou seu tema mais restrito da comunidade e da grande tribulação. De forma alguma estão sendo consolados apenas mártires ou cristãos que se encontraram em perseguições especiais. A angústia específica foi dilatada a todas as tribulações e aflições. Em conseqüência, o consolo também é expandido para todos os que carecem de consolo. Certamente João não perdeu de vista as pessoas que estavam sob seus cuidados naquele tempo, mas atrás deles ele vê muitos outros. Por maior que seja sua relação com o seu tempo, ele não está preso a ele. Como num profeta verdadeiro forma-se nele uma relação para com a igreja de todos os lugares e de todos os tempos.
Às três afirmações negativas somam-se três afirmativas. Pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. Em coerência com a fórmula “Deus e o Cordeiro” (cf. o exposto sobre Ap 5.13), que não tolera nem uma proclamação genérica de Deus nem uma devoção puramente voltada a Jesus, João estabelece a conexão das palavras do AT sobre Deus com a mensagem do Cordeiro. O que “se compadece deles” passa a ser agora o Cordeiro. E novamente aparece um paradoxo ousado: o Cordeiro é Pastor. Os dois verbos “apascentar” e “guiar” não ocorrem exatamente em Is 49.10, mas sim no conhecido salmo do Pastor (Sl 23). Para onde guia o Cordeiro? Ele conduz para o próprio Deus (cf. Ap 22.1-5). Os seres humanos haviam abandonado a Ele, a fonte viva, não mais encontrando o caminho de volta. Somente o Cordeiro leva ao Pai (Jo 14.6) e traz de volta da vida e o paraíso (nota 195).
Uma assimilação de Is 25.8 forma o encerramento. E Deus lhes enxugará dos olhos toda (“cada”) lágrima. Uma vez que na carta aos Hebreus “fonte” e “olho” são expressos pela mesma palavra, seria possível que para um judeu o tópico “fontes” no v. 17a levasse aos “olhos” no v. 17b. As fontes da vida superam todas as fontes do sofrimento. Isto, no entanto, não é dito aqui de forma tão prosaica. Como em Is 66.13, Deus se transforma numa mãe que toma o filho no colo e lhe enxuga carinhosamente todas as lágrimas. Com cada lágrima desaparece uma parcela da mágoa, e no final tudo está bem.
Deste modo a Bíblia nos abastece com maravilhosas figuras para a capacidade de compreensão humanas. Cabe-nos ater-nos a elas, assim como João o fez.
O cap. 7 do Apocalipse representa, sob certo aspecto, uma explicação de Ap 1.5,6. De acordo com ambos os textos, a natureza da igreja consiste em saber que é amada por Cristo. Conforme Jo 3.16 naturalmente o mundo inteiro está sendo amado. No entanto, o que ele sabe disto? Onde este amor é enaltecido e onde se vive a partir dele, onde se serve e se agradece a ele? Onde tudo isto acontece, ali há igreja.
Será que tudo isto está relacionado com a grande tribulação, da qual os salvos acabam de sair? Sofrer fome e sede aparece também em situações de perseguição (p. ex., Mt 10.42; 25.35,36). Também a estadia no deserto poderia ser explicada como decorrência de expulsão, e o calor poderia ser, como em Mc 4.6; Mt 13.6, uma ilustração para a perseguição. No entanto, no momento em que João, a partir do v. 16, passou a confiar-se a conceitos de proclamação do at, ele evidentemente abandonou seu tema mais restrito da comunidade e da grande tribulação. De forma alguma estão sendo consolados apenas mártires ou cristãos que se encontraram em perseguições especiais. A angústia específica foi dilatada a todas as tribulações e aflições. Em conseqüência, o consolo também é expandido para todos os que carecem de consolo. Certamente João não perdeu de vista as pessoas que estavam sob seus cuidados naquele tempo, mas atrás deles ele vê muitos outros. Por maior que seja sua relação com o seu tempo, ele não está preso a ele. Como num profeta verdadeiro forma-se nele uma relação para com a igreja de todos os lugares e de todos os tempos.
Às três afirmações negativas somam-se três afirmativas. Pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. Em coerência com a fórmula “Deus e o Cordeiro” (cf. o exposto sobre Ap 5.13), que não tolera nem uma proclamação genérica de Deus nem uma devoção puramente voltada a Jesus, João estabelece a conexão das palavras do AT sobre Deus com a mensagem do Cordeiro. O que “se compadece deles” passa a ser agora o Cordeiro. E novamente aparece um paradoxo ousado: o Cordeiro é Pastor. Os dois verbos “apascentar” e “guiar” não ocorrem exatamente em Is 49.10, mas sim no conhecido salmo do Pastor (Sl 23). Para onde guia o Cordeiro? Ele conduz para o próprio Deus (cf. Ap 22.1-5). Os seres humanos haviam abandonado a Ele, a fonte viva, não mais encontrando o caminho de volta. Somente o Cordeiro leva ao Pai (Jo 14.6) e traz de volta da vida e o paraíso (nota 195).
Uma assimilação de Is 25.8 forma o encerramento. E Deus lhes enxugará dos olhos toda (“cada”) lágrima. Uma vez que na carta aos Hebreus “fonte” e “olho” são expressos pela mesma palavra, seria possível que para um judeu o tópico “fontes” no v. 17a levasse aos “olhos” no v. 17b. As fontes da vida superam todas as fontes do sofrimento. Isto, no entanto, não é dito aqui de forma tão prosaica. Como em Is 66.13, Deus se transforma numa mãe que toma o filho no colo e lhe enxuga carinhosamente todas as lágrimas. Com cada lágrima desaparece uma parcela da mágoa, e no final tudo está bem.
Deste modo a Bíblia nos abastece com maravilhosas figuras para a capacidade de compreensão humanas. Cabe-nos ater-nos a elas, assim como João o fez.
O cap. 7 do Apocalipse representa, sob certo aspecto, uma explicação de Ap 1.5,6. De acordo com ambos os textos, a natureza da igreja consiste em saber que é amada por Cristo. Conforme Jo 3.16 naturalmente o mundo inteiro está sendo amado. No entanto, o que ele sabe disto? Onde este amor é enaltecido e onde se vive a partir dele, onde se serve e se agradece a ele? Onde tudo isto acontece, ali há igreja.
Índice:
Apocalipse 7:3
Apocalipse 7:16-17