Estudo sobre Romanos 10:1-2
Romanos 10:1-2
Como em Rm 11.25, Paulo se volta enfaticamente aos cristãos gentílicos por meio da interpelação irmãos. Devem acolher agora o seu “testemunho” (v. 2) em favor de Israel. Na verdade, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos. Como já vimos em Rm 9.2,3, combinam-se “coração” e “oração”, de modo que Paulo reitera a insistência de sua súplica. Novamente ela vem coligada também com rendição irrestrita à vontade de Deus. O “na verdade” [inclusão do autor], ao que não se segue um “mas”, como se esperaria, tem o sentido de: “quanto depende do meu desejo”. O conteúdo é o grande tema “salvação” de Rm 1.16. Paulo o coloca no começo do capítulo.
Em primeiro lugar, é possível afirmar, e Paulo o faz, a respeito de Israel que: Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus. Com essa declaração aprofunda-se a expressão de Rm 9.31 “buscava a lei”. “Zelo”, nesses contextos, sempre é termo técnico para “zelo pela lei”. O zelo por Deus é transformado no zelo de observar a lei de Moisés até nas ramificações todas do cotidiano e até o último suspiro. O termo, portanto, caracteriza a linha severa dos fariseus, um dos grandes movimentos de penitência da história das religiões.
Toda essa atividade febril, no entanto, está mal-encaminhada: porém não com entendimento (correto). Será que lhes faltavam informações sobre Jesus? A breve nota em 2Co 11.4, de que Paulo suportou cinco vezes a terrível pena da sinagoga, as 39 chibatadas, já comprova seu empenho cheio de sacrifícios para manter o diálogo com seus compatriotas. Em todo caso, não era o desconhecimento que podia servir de atenuante para eles, como é exposto também nos v. 18-21. Sua falta de entendimento tinha motivos que desciam às profundezas de sua consciência. Estêvão arriscou o veredicto: “Vós sempre resistis ao Espírito Santo” (At 7.51; cf Mc 3.28,29).
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Romanos 10:1-2