Estudo sobre Romanos 10:3

Romanos 10:3

Eram obtusos de pensamento, desconhecendo a justiça de Deus. Não há como exagerar na insistência de chamar atenção à forma genitiva “de Deus”: Realmente trata-se de uma justiça alheia a nós, seres humanos, e que, expressamente, não é a nossa própria. Por meio do Cristo propiciador Deus demonstrou primeiramente que ele próprio é justo, mas em segundo lugar também que ele torna justo, ao declarar, puramente com base na fé, pessoas como receptoras dessa justiça alheia. Isso foi dito como fundamento em Rm 3.25,26 e recentemente ainda em Rm 9.30.

No entanto, a busca (“procurando”) deles tinha o pertinaz objetivo de, no juízo final, estabelecer diante do trono do juiz divino a sua própria (justiça), adquirida com o zelo pela lei, para que Deus a reconhecesse. Paulo havia pessoalmente vivido, como fariseu, nessa obsessão (Fp 3.9: “não tendo justiça própria, que procede de lei”). Por causa dela passou longe de Cristo, mas correu contra ele (Rm 9.32). Por causa dela, perseguiu a igreja de Deus (Gl 1.13). Desequilibrou-se, a ponto de raivosamente desejar matar (At 9.1). Aqui ele interpreta essa atitude como produto de uma profunda rebelião contra a divindade de Deus: não se sujeitaram à (justiça) que vem de Deus. A criatura, que anseia por ter razão, rebela-se contra o Deus que tem razão.


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Romanos 10:3