Estudo sobre Romanos 10:10-13

Romanos 10:10-13

Por causa da importância do que falou, Paulo formula uma sentença doutrinária formal. Agora, os processos são apresentados em sua sequência dogmática. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação (redenção). Três tipos de unidades são marteladas nessa frase. Primeiro, os bens da salvação formam uma unidade: justiça e redenção. Uma liberta da acusação de culpa, a outra da morte como penalidade. Se tudo funciona corretamente, também coração e boca estão unidas. Finalmente, também não há divisão entre crer e confessar. A confissão pelo falar faz parte, segundo 2Co 4.13, do “espírito da fé”. Nem a fé se oculta, nem a confissão é encenada, independentemente da condição do coração.

A repetição da citação do AT de Rm 9.33b sublinha que a redenção se comprova até o juízo final: Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido. Estabelecendo conexão com o v. 4, Paulo dá ênfase máxima à afirmação de que cada qual pode ter esperança. Pois (sob esse aspecto) não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, (mostrando-se) rico para com todos os que o invocam. O que Paulo está reunindo nesse resultado desdobra Ef 2.14-18: a lei tinha de causar um efeito divisor como “cerca” e “inimizade” entre Israel e as nações. Quando, porém, o Crucificado cumpriu a lei e se tornou Senhor de todos, caiu por terra também aquela diferença entre judeus e gregos (cf Rm 3.22,29). Todos têm acesso “num só Espírito” ao Pai, no presente texto: em “um mesmo Senhor”. É impossível imaginar que sua riqueza, que Paulo gosta tanto de glorificar, alguma vez deixará de mãos vazias os que o invocarem.

A ideia específica é a riqueza da misericórdia no juízo. Para tanto, Paulo volta a citar a Escritura (Jl 2.32): Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Diferente do v. 12, o verbo “invocar” não se encontra mais numa forma de ação contínua, mas designa o ato isolado. Portanto, nesse momento Paulo tem em vista menos o “ser” cristão e mais o “tornar-se” cristão, que começa com a primeira vez que se invoca a Deus. Na invocação o confessar dos v. 9,10 concretiza-se de forma bem prática.

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Romanos 10:10-13