Estudo sobre Romanos 16:18
Estudo sobre Romanos 16:18
Romanos 16:18
Paulo carateriza a posição contrária dessas pessoas, que evidentemente alegavam que também serviam a Cristo. Por não citar nomes, ele treina ainda mais o olhar para que se identifique o tipo. Porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre. Visto que “ventre” também ocorre na passagem comparável de Fp 3.19, trata-se nesse caso não de um insulto momentâneo e incontido, mas de um resultado muito bem refletido numa verificação mais demorada. Os últimos dois anos de experiência nas comunidades do Leste ensinaram Paulo a ver, entre os sedutores, não obstante todas as suas diferenças, em última análise um movimento homogêneo (qi, 1b-e). Contudo, como devemos entender a acusação básica de que servem somente ao ventre? Será que Paulo desmascara suas entrega às pulsões (como pensa a maioria dos exegetas) ou aos seus interesses materiais (Stuhlmacher, pág 223) ou à sua necessidade de impor-se (W. de Boor, pág 359)? Porém, será que com uma palavra tão forte Paulo tinha o objetivo de dizer algo tão genérico? Será que com “ventre” ele não quis dizer realmente “ventre”, e não de modo geral natureza carnal? Vindos do v. 17, podemos esperar uma afirmação sobre a doutrina desses cismáticos e sedutores. Eles persistiam irredutivelmente em duas questões: preceitos de alimentação e mandamento da circuncisão. Com isso, portanto, eles sempre de novo chegam ao ventre. É isso que Paulo traz à consciência das comunidades. Sem dúvida, nosso corpo está sob o juízo do Criador de Gn 1.31: “Veja, muito bom!” Mas mesmo os melhores elementos da criação são “fracos e pobres” (Gl 4.9) em comparação com o Criador e Recriador. Quem procede do Senhor Ressuscitado, não deveria mais se deixar importunar por essas propagandas insistentes de supostas salvações por meio de cerimoniais do corpo.
Entretanto, os mestres estranhos apresentavam-se com uma extraordinária eficácia de marketing. Com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos. “As pessoas sentem-se praticamente como pessoas más quando se voltam contra indivíduos tão amenos, que desejam nada mais que o bem e a bênção” (de Boor, pág 360). Por isso havia que temer que nas comunidades domiciliares muitos sucumbiriam diante da irradiação desses “personagens da luz”b e diante da apresentação de seu mundo ilusório. Acaso as reuniões da primeira igreja transcorriam muito enfadonhas, motivo pelo qual os seus membros eram vulneráveis a essas ofertas? Isso é pouco provável. Conforme Rm 14.17 Paulo podia presumir nas congregações dos cristãos de modo geral “paz e alegria no Espírito Santo”. Contudo, havia uma diferença: o evangelho apostólico não desvinculava do cotidiano, não distribuía meramente drogas dominicais para as almas, não fazia a complexa existência parecer redonda, não aplainava a profundeza do pecado, não se furtava ao AT, e acima de tudo professava o senhorio irrestrito de Jesus. Tudo isso a natureza humana gostaria de ter de forma mais simples e cômoda.
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Romanos 16:18