Estudo sobre Romanos 16:25-26

Estudo sobre Romanos 16:25-26

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Romanos 16:25-26

O impulso para essa glorificação foi desencadeado pela preocupação com continuidade da comunidade. Pressionado pela aflição, o olhar do orador procura por aquele que é poderoso para vos confirmar. Como eram frágeis esses pequenos grupinhos de cristãos, que se reuniam num lugar qualquer do gigantesco mar de casas de Roma! Faltava-lhe todo status de reconhecimento social. No entanto, faltava-lhes também, como evidenciam sobretudo Rm 14,15, a clareza doutrinária nas próprias fileiras, de modo que a igreja corria perigo de se dividir. Acima de tudo acontecia em Roma, como nas comunidades de todos os lugares e tempos, que forças intelectuais tentavam apagar novamente a fé (O v. 20 apontou para o poder de Satanás). Em decorrência, a preocupação de firmar na fé determina essa carta, como ocorre em muitos escritos do NT. Porém contra a morte da igreja existe o poder da ressurreição de Deus. Onde, como e por quais meios ela age? O evangelho, ligado à sua pregação, é esse incrível poder de vida (Rm 1.17). Paulo pode chamá-lo de “seu evangelho” (ainda em Rm 2.7), não porque ele fosse o inventor e proprietário dele, pois estes são Deus (Rm 1.1) e Cristo (Rm 1.9), mas porque é seu servo muito especial, a saber, no tocante à universalidade do evangelho para judeus e gentios (Rm 1.5,16).

Uma segunda linha caracteriza o conteúdo do poder vital “evangelho”. Ele produz revelação (Rm 1.16; 3.21). Há uma diversidade de revelações. P. ex., de acordo com Rm 1.20, desvenda-se, desde a criação, para cada razão observadora humana, o poder infinito de Deus. Aquela revelação, porém, não tem efeito de salvar, mas apenas de acusar. No versículo em apreciação Deus manifesta seu íntimo, sua essência de bem, sua verdadeira natureza divina para todas as criaturas, ou seja, sua justiça (Rm 3.26b). Isso, porém, acontece em mistério, a saber, diferente de Rm 1.20, na forma de uma limitação de poder, i. é, na impotência do Injuriado na cruz (Rm 5.8; 15.3). É esse o conteúdo central da pregação missionária apostólica. Ela é “palavra da cruz” (1Co 2.2,7,8). Por anunciar escrupulosamente esse mistério (1Co 4.1), ela é revelação. Por meio dela, e unicamente por meio dela, vive e sobrevive a igreja cristã.

O mistério é qualificado, no final do v. 25 e início do v. 26, com três expressões: guardado em silêncio, manifesto, dado a conhecer. Em épocas passadas ele estava oculto. Numa admirável reticência, Deus silenciou acerca do problema da culpa (Rm 3.26). Agora, porém, é tempo de virada. Aquele mistério de Deus penetra na história e se manifesta (Rm 3.21,26; 11.30,31). De agora em diante ele é anunciado conforme a incumbência. Cumpre a obediência por fé sensatamente, não cegamente, a esse Deus manifesto (Rm 1.5). Como elemento indispensável Paulo insere a menção do testemunho das Escrituras proféticas de Israel. Elas confirmam o evangelho, assim como elas próprias são retroativamente confirmadas pelo evangelho. Isso é importante para Rm em toda a sua extensão (como mostra fundamentalmente Rm 1.2,3; 3.21).

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Romanos 16:25-26