Estudo sobre Romanos 9:1-3

Romanos 9:1-3

De início Paulo faz uma declaração, para a qual não economiza reforço nenhum. Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando (afirmativamente) comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência: tenho grande tristeza e incessante dor no coração. Quatro duplicações produzem uma ênfase máxima: Paulo – Cristo; dizer a verdade – não mentir; consciência – Espírito Santo; tristeza – dor. Assim fala uma pessoa que precisa combater uma distorção que se faz acerca do seu mais íntimo desejo e da sua personalidade.

Paulo não é nenhum inimigo de Israel! Porque eu mesmo desejaria (gostaria de pedir) ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos. Para ele, segundo Rm 10.1, a intercessão pela salvação de seu povo constitui intenção permanente do seu coração. Foi tomado da mentalidade do seu Senhor, que chorou sobre Jerusalém (Lc 19.41-44), orou pelos seus inimigos (Lc 23.34) e rendeu sua vida em favor deles (Mc 10.45). Assim como Moisés se empenhou por um povo infiel à aliança (Êx 32.32), assim Paulo está disposto a tornar-se ele próprio anátema. Com isso, ele entrega a sua condição a Deus, ou seja, de acordo com o contexto da afirmação, para o juízo. Em contrapartida à salvação de Israel ele oferece a perda posterior de sua própria posição na graça de Cristo, “por meus irmãos, separado de Cristo”. O significado de da palavra irmãos aqui é ampliado por: meus compatriotas, segundo a carne. Portanto, ele não alega fraternidade espiritual, mas sua participação natural como membro desse povo. Contudo, sente também os limites de suas possibilidades humanas (Sl 49.7).


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Romanos 9:1-3