Estudo sobre Romanos 9:27-29

Romanos 9:27-29

A Escritura também ilumina o caminho dos judeus. Mas, relativamente a Israel, dele clama (grita) Isaías. Somente no presente local Paulo cita uma passagem do AT com a expressão “gritar”29. A declaração seguinte foi emitida num contexto histórico determinado, mas novamente Paulo o transcende, de modo que ele também vale em outras conjunturas. Ele acompanha Israel, Is 10.22,23: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. Falar do remanescente é algo que continuará a merecer atenção em Rm 11.3-5. Apesar da promessa a Abraão, de que sua descendência se multiplicaria como a areia do mar (cf Gn 13.16), Israel não tinha como se alegrar, sem mais, da sua condição de povo. Sua confiança demasiado humana no fato de ser povo eleito colidia sempre de novo com a realidade de juízos gravíssimos na forma de perdas terríveis. No entanto, restava um remanescente e, com ele, a promessa: ainda há futuro, concretizado em um espantoso reviver. Paulo usa a palavra no presente contexto (v. 24) como palavra de salvação. Porque o Senhor cumprirá a sua palavra sobre a terra, cabalmente e em breve (abreviando-a). Deus a colocará em prática, e o fará diante da plenária do mundo. Ele comprovará a sua divindade em dimensões universais. A expressão “abreviar” fala da rapidez da ação, mas dificilmente pensando numa aceleração no tempo, mas antes na execução decidida e irrevogável. Deus age por um “rito sumário”.

Uma segunda palavra de Isaías responde, com profunda humildade, à recém-proferida promessa de livramento (Is 1.9). E assim já predisse Isaías (Is 1.9): Se o Senhor dos Exércitos não nos – Isaías pessoalmente e também Paulo se incluem – tivesse deixado descendência, ter-nos-íamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra. Em nada Jerusalém se distingue daquelas cidades condenadas. Contudo Deus se detém na execução e deixa a graça imerecida governar.

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Romanos 9:27-29