Eclesiastes 4 — Análise Bíblica
Análise Bíblica de Eclesiastes 4
Eclesiastes 4
A injustiça mencionada antes é mais severamente descrita em 4:1-3. A frustração da labuta “debaixo do sol” é, então, mais elaborada no restante do capítulo. A motivação do trabalho é a inveja. Conquanto a preguiça do tolo que cruza os braços não seja recomendada, o Pregador reconhece que um punhado de descanso é melhor que o muito obtido com ambas as mãos cheias de trabalho (4:5-6). A não ser que o fruto de nosso trabalho seja para nosso próprio benefício ou de outros, esse trabalho é em vão, e provaremos a verdade do provérbio tigrínio da Eritréia: Habti, nlebam megelgeli’u n‘asha meseyteni’u [“A riqueza é serva do sábio, mas corrompe os tolos”]. Embora o trabalho possa ser sem sentido, a preguiça é inaceitável para o Pregador, assim como o é para qualquer cultura. O povo da região Eweland de Gana enfatiza a recompensa negativa da preguiça, quando diz: “A fazenda de um preguiçoso é um criadouro de cobras”. O trabalho também não tem sentido para a pessoa que vive sozinha (4:7-8). Dois é melhor que um em todos os aspectos (4:9-11). Três é ainda melhor, pois o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade (4:12). Esses versículos contrastam a segurança e as bênçãos da companhia com os riscos e a dor da solidão. A cosmovisão africana baseia-se na vida comunitária. Isso se reflete nas várias versões do adágio: “Eu sou, porque nós somos; e, uma vez que nós somos, então eu sou”. Por exemplo, o povo Akan de Gana sublinha a necessidade de cooperação, dizendo: “Uma pessoa sozinha não pode construir uma cidade”. Uma ilustração adicional do que seja “vaidade” e “correr atrás do vento” é o caso do jovem sábio que sucedeu a um rei tolo, mas a cuja sucessão se opuseram os que vieram depois (4:13-16).
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