Interpretação de Números 33

Números 33

Números 33 é um capítulo resumido que fornece um relato retrospectivo da jornada dos israelitas da terra do Egito às planícies de Moabe, no lado leste do rio Jordão. Este capítulo serve como um registro histórico, delineando os vários estágios e locais dos israelitas durante sua peregrinação pelo deserto. Aqui está uma interpretação de Números 33:

1. Uma Jornada de Redenção: Números 33 começa reconhecendo que os israelitas partiram do Egito “pelos seus exércitos” ou como uma assembleia organizada. Esta viagem reflete a sua libertação da escravatura no Egito, iniciada pelos atos poderosos de Deus, incluindo as dez pragas e a abertura do Mar Vermelho. O Êxodo do Egito é um evento central na história de Israel, simbolizando a libertação da escravidão e a fidelidade de Deus no cumprimento das Suas promessas.

2. Registrando as etapas: O capítulo prossegue listando os vários acampamentos e paradas que os israelitas fizeram durante sua jornada no deserto. Cada local é anotado, juntamente com alguns eventos históricos que ocorreram lá. O registro detalhado reforça a precisão histórica das andanças dos israelitas e serve como testemunho da orientação de Deus ao longo de sua jornada.

3. Simbolismo do Deserto: O deserto foi uma parte significativa da jornada dos israelitas, tanto física como simbolicamente. Era um lugar de teste, refinamento e dependência de Deus. A experiência no deserto serviu de metáfora para a jornada espiritual de fé, onde o povo de Deus deve confiar Nele em tempos de incerteza e dificuldades.

4. Desobediência e Consequências: Ao longo do capítulo, há referências a casos de desobediência e rebelião entre os israelitas, como o incidente do bezerro de ouro (Êxodo 32) e a rebelião de Corá (Números 16). Esses episódios destacam as consequências de se desviar do caminho de Deus e servem como contos de advertência.

5. Orientação e Proteção de Deus: Apesar dos desafios e rebeliões, o capítulo destaca a contínua orientação e proteção de Deus aos israelitas durante sua jornada. Sua presença é simbolizada pela nuvem que os conduzia durante o dia e pelo fogo que iluminava à noite. A fidelidade de Deus em liderar e prover ao Seu povo é um tema recorrente.

6. Chegada a Moabe: O capítulo termina com a chegada dos israelitas às planícies de Moabe, a leste do rio Jordão, enquanto se preparavam para entrar na Terra Prometida. Isto marca o fim dos seus quarenta anos de peregrinação no deserto e o cumprimento da promessa de Deus de trazê-los para a terra de Canaã.

7. Registro Histórico e Lembrete: Números 33 serve como um registro histórico da jornada dos israelitas, garantindo que as gerações futuras se lembrem de suas experiências, provações e triunfos. Também enfatiza a importância de permanecer fiel à orientação e às promessas de Deus.

Números 33 fornece um relato retrospectivo da jornada dos israelitas do Egito até as planícies de Moabe. Serve como um registro histórico, enfatizando os temas da orientação, fidelidade e proteção de Deus durante suas peregrinações no deserto. O capítulo também destaca o significado espiritual do deserto como um lugar de provação e dependência de Deus.

Interpretação

A Rota do Egito até o Jordão 33:1-49.
Números 33 dá o itinerário das viagens de Israel desde o dia em que saiu do Egito até a sua chegada às margens do Jordão, quarenta anos depois. No versículo 2 o escritor afirma que Moisés escreveu estes fatos de acordo com a ordem do Senhor. Aqueles que declaram que o capítulo é um composto de diversos documentos carecem de provas, pois não há evidências de que uma autoria fraudulenta tenha desempenhado algum papel nos escritos hebraicos pré-helenistas.

Nada se sabe da parte da viagem descrita nos versículos 18-30. Esta passagem descreve a rota durante os silenciosos trinta e sete anos após a derrota em Hormá (14:15). O capítulo não menciona Cades quando os espias foram despachados (v. 18). O motivo pode ser o fato de Cades designar uma área como também uma cidade no Deserto de Parã-Sim e de Ritmá ter sido um oásis menor na região de Cades. O acampamento cobria uma região extensa que poderia ter incluído ambas as cidades (cons. v. 49). Wadi Abu Retemat (cons. Ritmá) fica perto de ‘Ain Qadeis, a qual os modernos arqueólogos estão convencidos de que ficava perto de Cades-Barneia (KD, Vol. III, pág. 243).

33:8. Deserto de Etã. Chamada Sur em Êx. 15;22, Era uma rota antiga usada pelos patriarcas (Gn. 16:7; 20:1; 24:62; 25:18 ; 26:22).

33:13. Dofca... Alus. Atualmente Dofca foi identificada como Serabit el-Kadim, um centro mineiro egípcio (G.E. Wright, Biblical Archaeology, pág, 64). Todos os lugares mencionados nos versículos 5.12 se encontram na narrativa do Êxodo, exceto Dofca e Nus.

33:15. Refidim. Identificada pelos arqueólogos como Wadi Refaid, perto do Monte Sinai.

33:31. Moserote. Este é o lugar onde Arão morreu, de acordo com Dt. 10:6, 7. Ficava perto ou sobre o Monte Hor. Em Dt. 10:6, 7 estas cidades estão em ordem diferente, o que dá a ideia deste versículo (31) estar falando de viagens anteriores nesta região, enquanto que os versíciúos 37-39 coincidem com Dt. 10:6, 7; Nm. 20:22-29.

33:36. Eziom-Geber (Elate). Este é Tel el-Keleifé no litoral norte do Golfo de Ácaba, onde se descobriram as refinarias de cobre de Salomão.

33:42. Punom. Finam, ao norte de Edom, mencionada em fontes bizantinas, também era um centro mineiro de cobre (veja G.E. Wright, Biblical Archaeology,, Figura 35).

33:43. Obote. Identificada como ‘Ain-el-Weiba, a oeste de Arabá, cerca de 48 kms ao sul do Mar Salgado.

33:46. Dibom-Gade. Dibam, alguns quilômetros ao norte de Amom. A tribo de Gade herdou-as dos amorreus, que a tomaram dos moabitas (21:27-30). Mais tarde veio a ser a capital de Moabe, de acordo com a inscrição de Mesha (835 A-C.).

33:49. Desde Bete-Jesimote até Abel-Sitim. A extensão do acampamento de Israel, conforme se deduz do versículo, encaixa-se bem dentro dos grandes Números apresentados pelas listas do recenseamento.

Orientação para o Estabelecimento em Canaã. 33:50–35:34.
Expulsão dos Habitantes, Estabelecimento das Fronteiras, Divisão da Terra. 33:50 - 34:29.


 A seção abre com uma fórmula introdutória (33:50), que se repete em 35:1: “Disse mais o Senhor a Moisés nas campina de Moabe, junto ao Jordão na altura de Jericó”. Moisés instruiu Israel a que se destruísse todos os ídolos de pedra, imagens fundidas e os lugares altos do culto pagão encontrados em Canaã. Deviam expulsar os habitantes pagãos, pois se o deixassem de fazer, essa gente se transformaria em espinhos na carne e acabaria destruindo o próprio Israel.

O capítulo 34 é uma descrição das fronteiras ideais da futuro terra natal. Israel não alcançou essas fronteiras até os reinados de Davi e Salomão. Mesmo então obtiveram parte delas por meio de traição e não pela conquista. Finalmente ia-se dividir a terra segundo a herança, disse Deus, sob a supervisão de Josué e Eleazar, o sacerdote, coma ajuda de um príncipe de cada tribo.

33:52 Desapossareis de diante de vós todos os moradores. Destruireis todas as suas pedras com figura. (Veja W.F. Albright, The Archaeology of Palestine, Figura, 27, sobre as placas de Astarte nos fins da Idade do Bronze).

33:54. Herdareis a terra por sortes, segundo as vossas famílias. O tamanho da herança era determinada pelo tamanho da tribo, mas a posição era determinada pela sorte.

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