Números 9
I. Primeira Páscoa Comemorativa e
Primeira Páscoa
Suplementar. 9:1-14.
A Páscoa original foi comemorada quando
Israel saiu do Egito, no primeiro mês, no mês quando a cevada ('eibib)
acabava de amadurecer. Agora o povo celebrava a primeira Páscoa (pesah)
em comemoração a este acontecimento, começando com o décimo quarto dia do
primeiro mês do segundo ano. O propósito desta seção não é falar da Páscoa, mas
falar de uma provisão feita por aqueles que não foram capazes de comemorar a
Páscoa. Por isso esta seção foi inserida aqui, pois a guarda desta Páscoa
suplementar começou no décimo quarto dia do segundo mês, um mês e meio depois
da data inicial do livro. Israelitas fiéis que tinha se isolado devido à
contaminação por causa de um morto ou que estivessem de viagem durante a
comemoração regular da Páscoa, pediram a Moisés que tivessem permissão de fazer
esta oferta ao Senhor.
Moisés foi instruído pelo Senhor a que
desse essa permissão com a condição de que todos os que fossem comemorar a
Páscoa com atraso de um mês, tivessem motivos legítimos. Deus ainda advertiu
severamente que qualquer uru que negligenciasse a guarda da Páscoa no devido
tempo seria eliminado do meio do povo. No segundo dia desta segunda Páscoa a
nuvem começou a levantar-se de cima do Tabernáculo e o povo começou a se
preparar para a viagem (10:11).
1. No mês primeiro (Êx. 12:2; 13:4; Dt. 16:1). Este mês, o
tempo em que a cevada ('eibib) acabava de amadurecer, era na primavera,
tempo em que a Páscoa sempre foi comemorada. Depois do Exílio (587 A.C.) os
israelitas gradualmente adotaram o calendário da Babilônia e o tem usado desde
então Ro'sh Hasheina (o atual “Ano Novo” dos judeus) comemora-se no
outono, segundo a contagem babilônica. Embora este fato histórico não seja
conclusivo ajuda a refutar a teoria de que a maior parte do livro de Números
foi escrito por sacerdotes pós-exílicos.
Os livros pós-exílicos da Bíblia, tais
como Esdras, Neemias e Ester, mostram conhecimento do calendário babilônico.
Antes desse período, os hebreus numeravam seus meses, e não lhes davam nomes, e
também usavam termos relacionados com a agricultura como 'eibib, mas não
terminologia cultual (cons. Gezer Calendar, BASOR 92; veja também comentário
sobre Nm. 32).
2. A seu tempo. Esta é a mesma palavra que foi usada em
relação ao Tabernáculo quando foi chamada de “tenda da congregação”,
significando o lugar onde o povo se congregava segundo as instruções de Deus no
devido tempo. Era à volta desta lei ritual do Tabernáculo que o povo de Israel
vivia a sua vida religiosa. Quebrar estas leis dos tempos e lugares
determinados era negar o Senhor e desacatar Sua mensagem revelada.
3. Ao crepúsculo. Literalmente, entre as duas tardes.
Assim como o termo “dual” da palavra “esplendor” (seihar) se refere ao
ponto alto do sol que nós chamamos de meio-dia, o termo dual da palavra “tarde”
('ereb) se refere àquela meia luz que chamamos de crepúsculo. Provérbios
7:9 equipara este período com o crepúsculo em contraste com o meio da noite.
6. O cadáver de um homem. Uma interessantíssima expressão hebraica,
porque a palavra geralmente traduzida para “alma” pela E.R.A., tem desta vez o
significado de “cadáver”. A palavra nepesh é mais frequentemente usado
em conjunto com as funções animais do corpo, as paixões e os apetites, mais do
que em referência à existência imaterial. Em Gênesis, os animais (2:19), tal
como os homens (2:7), são chamados de nepesh haya, “criaturas viventes
(seres, vidas)”. E em Dt. 12:23, 24 nepesh é o principio da vida que
está no sangue (cons. também Pv. 12:10, Êx. 21:23). A palavra geralmente
representa o “ego” ou a “pessoa” e geralmente está associada com o corpo. Isto
é verdade quanto ao SI. 16:10, onde a ressurreição – não a imortalidade
espiritual – é o que está se considerando (cons. Atos 2: 27-31). À luz disto
não é difícil compreender como nepesh 'eideim, “o ser humano”, veio a
significar “cadáver”.
12. Não quebrarão osso algum. Entre as leis da Páscoa inclui-se este
detalhe mais ou menos pequeno, que também foi ordenado em Êx. 14:46. A
insignificância desta regra, que não está mencionada em nenhuma outra passagem
do V.T., reforça o seu cumprimento como prova de que o Cristo do Calvário era
verdadeiramente o Cordeiro Pascal de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo.
19:36).
13. Tal homem levará sobre si o seu
pecado. Se ele trouxesse a
oferta ao Senhor, aquele cordeiro levaria o seu pecado; mas se ele
negligenciasse esta oferta, ele mesmo levaria o seu pecado. O que se tem em
vista aqui é a expiação substitutiva, pois o substituto indicado por Deus devia
levar o pecado do homem, se este homem quisesse permanecer como objeto do favor
divino.
14. Se um estrangeiro . . . celebrar a
páscoa. Sempre se faria
provisão pelos convertidos (prosélitos), mas todos eles tinham primeiro de se
tornarem israelitas por meio da ordenança da circuncisão (Êx. 12:48, 49).
1. A Nuvem sobre o Tabernáculo. 9:15-23.
A presença da nuvem não era experiência nova
para os israelitas (Êx. 13:21, 22). Agora que o Tabernáculo estava de pé, a
nuvem tomou sua posição em cima dele. Através dos movimentos da nuvem o povo se
lembrava de que devia partir novamente (Nm. 10:11, 12). (Os tradutores da LXX
tropeçaram aqui na redundância e deixaram de fora algumas frases. O estilo
repetitivo não é mero maneirismo literário, mas um meio de se enfatizar a
importância da orientação divina. Para os israelitas o movimento da nuvem era o
mandamento do Senhor. Por ela deviam viajar e por ela deviam acampar. Quer ela
repousasse apenas uma noite, ou dois dias, um mês ou muito tempo, eles só
deviam repousar ou caminhar com ela, em indiscutível obediência a Deus. Dentro
de uru tempo muito curto, falharam nisso miseravelmente.
16. Assim era de continuo: a nuvem o
cobria. Isto é o começo de uma
narrativa de acontecimentos passados ou instrução (v. 17) sobre como os
israelitas deviam agir no futuro? Considerando que em hebraico o tempo dos
versos é geralmente obscuro, basta dizer que os verbos nesta passagem descrevem
uma situação contínua.
20. Às vezes a nuvem ficava poucos dias
sobre o tabernáculo. Segundo a interpretação acima, podemos traduzir este versículo assim: “E
às vezes a nuvem ficava apenas alguns dias sobre o Tabernáculo; de acordo com a
palavra do Senhor eles acampavam e então de acordo com a palavra do Senhor eles
viajavam”.
22. Ou um ano. A E.R.C. geralmente
traduz a palavra hebraica “dias” por “um ano”. Gênesis 24:55 mostra que esta
palavra significa um certo número de dias, possivelmente dez; mas geralmente
significa mais de um mês.
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