Estudo sobre Apocalipse 9:3-4

Estudo sobre Apocalipse 9:3-4

Estudo sobre Apocalipse 9:3-4

Apocalipse 9:3-4

Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra. É inútil conjeturar se a fumaça se transformou em gafanhotos ou se ela até então ainda os manteve encobertos. – Seria uma explicação psicológica dizer que, ao se olhar com mais atenção, ela se revelava como um enxame de gafanhotos. A metáfora de juízo muda da fumaça para os gafanhotos sem dificuldades. Somos lembrados rapidamente da oitava praga no Egito (Êx 10.1-19). No presente texto, porém, surgem indícios, versículo por versículo, de que não se trata de gafanhotos de verdade. Isso acontece de maneira especialmente palpável no v. 4, em contraste com Êx 10.15. Em contrapartida, os pontos de contato com Jl 1,2 são muito mais fortes. No primeiro capítulo Joel ainda descreve uma praga real de gafanhotos, mas em seguida ele torna evidente que ela apenas lhe serve como modelo para a vingança de Deus no “dia do Senhor”. Essa forma de exposição, portanto, também se encontra no presente texto, com a única diferença de que aqui a praga permanece limitada a “cinco meses” (v. 5,10) e ainda não significa o fim derradeiro.

De imediato surge a primeira confirmação de que João não estava vendo gafanhotos reais. E foi-lhes dado poder como o que têm os escorpiões da terra.374 Na posição de ataque, os escorpiões torcem a cauda, provida de duas glândulas de veneno, por sobre todo o dorso, para a ferroada. Talvez por isso eram considerados especialmente maldosos e astutos (Ez 2.6; Lc 11.12). Os textos de Dt 8.15 e Lc 10.19 os enumeram ao lado de serpentes, o que os deixa próximos do satânico. Segundo o Sirácida 39.30, eles foram “criados para a vingança”.

Esses “gafanhotos”, portanto, não devoram, mas distribuem ferroadas. Nessa incumbência, no entanto, movem-se num espaço limitado, objetiva (v. 4) e cronologicamente. E foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma. Nessa formulação tudo desliza em direção das metáforas. Lembramo-nos dos flagelos no Egito, dos quais foi dito várias vezes que Deus queria fazer uma diferença entre Israel e seus opressores (Êx 8.19; 9.4; 11.8). Também aqui desencadeou-se uma grande aflição, mas agora o selamento de Ap 7.2,3 é expressamente aprovado. Todos os homens que não têm o selo de Deus sobre a fronte são vitimados, enquanto que os selados são preservados do veneno, i. é, sua fé permanece preservada pelo poder de Deus em meio à enxurrada demoníaca (cf. o exposto sobre Ap 7.2). Eles são aprovados na grande “provação” (Ap 3.10) do fim dos tempos.

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Apocalipse 9:3-4