Apocalipse 10 e 11 Comentado


Apocalipse 10 Comentado



COMENTADO, APOCALIPSE, LIVRO, 10 E 11
10.1-2 O anjo forte, semelhante em aparência ao “um semelhante ao Filho do Homem” (1.13-16), é obviamente seu enviado especial. Sua postura indica que ele tem uma mensagem para o mundo todo.

10.3 Sete trovões: A voz do Senhor (ver Jo 12.27-31; SI 29).

10.4 0 conselho todo de Deus não foi revelado (ver Dt 29.29; 1 Co 13.8-12).

10.5-7 Há muito que Deus quer que saibamos (ver Dt 29.29). Levantou a mão ao céu representa um juramento solene. Não haveria mais demora refere-se ao cumprimento do propósito de Deus. Segredo de Deus: Ver Rm 11.15-18; Rm 16.25-26; Ef 1.9-10; 3.1-11.

INTERPRETAÇÃO DISPENSACIONALISTA: Se cumprirá o segredo de Deus: 0 v. 7 se correlaciona com Dn 9.24, o término do propósito final de Deus relacionado à nação de Israel e à cidade de Jerusalém. Mesmo que seja prometida a libertação à nação de Israel, ela deve primeiro experimentar o sofrimento e o julgamento (ver Jr 15.10; 20.14-18). Ver também a nota em Dn 9.24,26.

10.8 O livrinho aberto não é o livro do qual somente o Cordeiro poderia tirar o selo (ver 5.1-14), uma vez que está aberto (ver v. 2). “O livrinho” é o evangelho que João e as duas testemunhas devem proclamar (10.11; 11.3,6-7). E possível, mas improvável, que a referência seja aos caps. 12—22.

10.9-11 Come-o: A mensagem deve impregnar a personalidade de quem a proclama. Amargo... doce: A mensagem traz a graça, amor e misericórdia de Deus; mas quando rejeitada traz o julgamento inevitável (ver Jr 15.16; Ez 2.8; 3.1-3).


Apocalipse 11 Comentado


11.1-14 Um segundo interlúdio apresenta outra perspectiva sobre a Igreja que testemunha, especialmente em meio à tribulação e perseguição.

11.1-2 A vara simboliza ou a preservação ou a destruição (ver Zc 2.1- 5.11; Ez 40.3—42.20); o contexto indica preservação. O templo de Deus refere-se ao povo de Deus, o corpo de Cristo (ver ICo 3.16; 2Co 6.16; Ef 2.19-22), e não ao templo de Herodes em Jerusalém, destruído em 70 d.C., nem a um outro a ser reconstruído no futuro. O altar é o altar de incenso, simbolizando as orações dos santos (ver 5.8). Os que nele adoram são todos os santos preservados. Átrio... dado às nações não deve ser medido por precaução. Quarenta e dois meses, ou três anos e meio, sugere um tempo limitado ao invés de tempo literal (ver v. 3; 12.14). A horrível tribulação sofrida pelos judeus sob Antíoco Epifânio, que durou de 168 a 165 a.C. (Dn 7.25; 8.9-26; 9.24-27; 11.1 -45; 12.7-12), tornou-se símbolo de toda a perseguição subsequente dos fiéis.

INTERPRETAÇÃO DISPENSACIONALISTA: Os vs. 1-2 retratam a adoração no templo judeu restaurada nos primeiros três anos e meio da grande tribulação, também conhecidos como a septuagésima semana de Daniel. Ver nota em Dn 9.24-27. Isso é seguido pela “abominação da desolação”, um momento em que a besta exigirá que parem os sacrifícios no templo e que sua imagem seja colocada no templo para ser louvada. Ver nota em Dn 9.26-27. Pisarão... por quarenta e dois meses: Isso começou por volta de 605 a.C. com o cativeiro de Judas sob Nabucodonosor e, provavelmente, não terminará até a segunda vinda (ver 19.20-21; Dn 2.34-35). Alguns intérpretes, entretanto, acreditam que isso terminou em 1967, quando Israel capturou a Antiga Jerusalém na Guerra dos Seis Dias (ver Lc 21.24).
Quarenta e dois meses como quadro de tempo mostra a perfeita harmonia entre Dn e Ap. Daniel faia de “70 semanas de anos” (9.24-27), revelando que toda a história profética desse século culminará em uma final semana septuagésima de anos. Durante esse período final de sete anos, cada profecia relacionada à nação de Israel e a Jerusalém serão literalmente cumpridas. Entretanto, ele falou sobre essa semana final de anos como sendo dividida em períodos distintos de três anos e meio (Dn 9.27), sendo a última metade a grande tribulação. Esse é o significado dos 42 meses (11.2), 1.260 dias (11.3; 12.6) e “tempos, e metade de um tempo” (12.14) do Apocalipse. Ver nota em Dn 9.24-26.

11.3-6 As duas testemunhas, identificadas como as duas oliveiras e os dois castiçais são símbolos da Igreja militante que testemunha (ver Zc 4.1-4,6,10,14), proclamando o evangelho com sinais e maravilhas. Elas não são identificadas propositalmente como indivíduos, embora sejam remanescentes de Zorobabel e Josué (ver Zc 3.1—4.14), bem como de Elias (ver 1 Rs 17.1; 2Rs 1.10) e Moisés (ver Êx 7—12). Pano de saco: Como as advertências da trombeta, a Palavra de Deus é um chamamento para o arrependimento (ver Jr 5.14).

11.7 A besta que sobe do abismo é retratada como funcionando, na realidade, antes da descrição de sua origem, que é prova adicional de que as visões não estão em ordem cronológica (ver 13.1-10; 17.6-18). Fará guerra é uma descrição adequada da perseguição do militante da Igreja, e não apenas de dois profetas.

11.8 O seu corpo morto: Literalmente “seu cadáver”, no singular, simboliza o corpo de Cristo que agora parece ter sido vencido (v. 7). A grande cidade não é literalmente a cidade física de Jerusalém mas, espiritualmente, a palavra de rebelião contra Deus. Sodoma simboliza a imoralidade e Egito simboliza a opressão política contra o povo de Deus nesse mundo, onde o seu Senhor também foi crucificado. 11.9-10 0 seu corpo morto é, literalmente, “seu cadáver”, no singular. Três dias e meio descreve um período bastante breve, em contraste ao período da ascensão (ver 20.7-10). A segunda ocorrência de seu corpo morto é, na verdade, plural, indicando os membros individuais do corpo de Cristo. A humilhação final seria não enterrá-los. Os que habitam na terra: Ver nota em 3.10.

11.11-12 Subi cá: A Igreja que testemunha, simbolizada pelas duas testemunhas, é ressuscitada. Em tempos e locais históricos, a Igreja histórica pareceu ter sido destruída somente para ser ressuscitada e revivida por Deus (ver Ez 37.1 -14). Com relação à ressurreição final da Igreja, esse acontecimento é proléptico e não sequencial (ver 1Ts 4.13-17).

11.13 O julgamento de Deus recai sobre o mundo devido à perseguição de seu povo (18.1 —19.10). Sete mil é um número simbólico, e não literal, representando o que foi completado, e não limitado. Os demais ainda têm a oportunidade de se arrepender mas, aparentemente, eles não o fazem. Eles responderam com temor e deram glória a Deus apenas devido às tremendas manifestações do poder dele.

11.14 O terceiro ai é somente para “os que destroem a terra” (v. 18).

INTERPRETAÇÃO DISPENSACIONALISTA: Os dispensacionalistas interpretam os vs. 3-14 conforme a seguir: Acredita-se que minhas duas testemunhas sejam Moisés e Enoque ou Moisés e Elias. Enoque e Elias escaparam da morte física pela transladação; Moisés foi soberanamente tirado do sepulcro e glorificado (ver Gn 5.24; 2Rs 2.11; Mt 17.3; Jd 9). Há alguns autores dispensacionalistas que acreditam que essa visão não é coerente com o contexto, pois as duas testemunhas são mortas e depois ressuscitadas. E improvável que eles pensem assim com relação ao homem glorificado.

Sejam ou não Moisés e Enoque ou Moisés e Elias, esses dois homens certamente manifestarão um poder igual ao dos profetas do AT. Isso se confirma nos vários simbolismos: fogo sairá da sua boca, irão fechar o céu, para que não chova nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e eles realizam vários outros sinais e maravilhas. A besta (que é líder de uma aliança, que será denominada "0s Estados Unidos da Europa") finalmente os mata, mas não antes de acabarem o seu testemunho.

11.15-18 A sétima trombeta apresenta a consumação do Reino de Deus (10.6-7).

INTERPRETAÇÃO DISPENSACIONALISTA: Apesar do fato de que deverá vir muito sofrimento e julgamentos pesados, os vs. 15- 19 antecipam a glória da chegada do Reino de Cristo na Terra.

11.15 Os reinos: Literalmente “reino”, no singular, representa todos os que “habitam na terra”. Ver nota em 3.10.

11.19 João relembra seus leitores de que eles estão continuamente na presença do trono, no céu, o templo de Deus. O trono é a arca do seu concerto, especificamente o santuário (ver Êx 25.8-9,10-22; Hb 9.23- 26), um lembrete da fidelidade ao relembrar de seu povo.