Apocalipse 12 Comentado


Apocalipse 12 Comentado



12.1-17 Nesta série de visões, acontecimentos especiais são retratados simbolicamente. Portanto, podemos ver a realidade espiritual e significado dos acontecimentos em nossa experiência histórica, como o nascimento do Messias, junto com as tentativas contínuas de Satanás para destrui-lo antes de ele completar sua obra de redenção, e sua exaltação, seguida pela consequente perseguição de sua Igreja. Saber que eles compartilham dessa vitória fará com que seu povo aguente pacientemente quaisquer aflições futuras.

12.1-4 Um grande sinal aponta para uma verdadeira realidade. A mulher simboliza o povo de Deus, o restante fiel da Israel do AT (ver Gn 37.9; Is 7.14; 26.17-18; 49.1-13; 66.7-8), através de quem o Messias surgiu (12.4-5).

O dragão vermelho do v. 3 é identificado no v. 9 como o diabo (ver Is 27.1). Sete cabeças representam autoridade completa, inteligência e habilidade, mas não sabedoria (ver Pv 1.7). Dez representa plenitude terrena, que é, portanto, limitada. Chifres são um símbolo de força física ou política. Sete diademas representam autoridade política.

A terça parte das estrelas do céu (v. 4) é uma representação simbólica de seres angelicais (ver 2Pe 2.4; Jd 6; Ez 28.1-19). Desde o início (ver Gn 3.15), a obsessão do dragão foi frustrar o propósito de Deus que se realizaria através da mulher, da comunidade messiânica e através do Messias, seu filho.

INTERPRETAÇÃO DISPENSACIONALISTA. Uma mulher é a nação de Israel. As doze estrelas simbolizam as 12 tribos. Ela é retratada como uma mulher casada com dores do parto e com ânsias de dar à luz a um restante fiel dos judeus. Com dores indica a agonia do remanescente por toda a história judaica.

O dragão vermelho é Satanás. Sete diademas o identificam com o último dos governantes gentios que serão representados pela besta (ver 13.1-10; Dn 7.8). Alguns estudiosos acham que a terça parte das estrelas do céu simboliza os anjos que lançaram sua sorte com Satanás em sua rebelião contra Deus. Eles são os “principados e potestades” contra quem todos os crentes “lutam” (ver Ef 6.12).

12.5 O filho foi enviado para reger (literalmente, para “pastorear”) com vara de ferro, um símbolo de firmeza, mas não de tirania (ver SI 2.7-9; Dn 7.13-14; At 1.9). Todo o acontecimento da revelação de Jesus Cristo é sintetizado aqui entre seu nascimento e entronização.

INTERPRETAÇÃO DISPENSACIONALISTA: Do remanescente judeu (v. 2), Cristo, o filho varão, nasceu para reger todas as nações. O remanescente será intimamente identificado com o trono de Cristo no Reino milenar.

12.6 A mulher não representa mais a comunidade messiânica que trouxe o Messias, mas agora é a Igreja que o Messias trouxe. A razão para a fuga é dada no v. 13. O lugar preparado por Deus é onde ele protege e zela com carinho de seu povo. Mil duzentos e sessenta dias é o símbolo corrente para a aflição e perseguição de toda a Igreja que testemunha. Ver notas em 11.3; 12.14.

INTERPRETAÇÃO DISPENSACIONALISTA: A nação de Israel deve, evidentemente, ser protegida durante a grande tribulação por algum tipo de fuga. Aqui, 0 deserto poderia ser Petra, em Edom (ver Dn 11.41; Mt 24.16).

12.7-12 O mesmo conflito espiritual, contemporâneo aos vs. 1-6, agora é descrito no domínio celeste. Miguel, na tradição do Judaísmo, é um dos sete arcanjos e o guardião vencedor de Israel (ver Dn 10.13,21; 12.1; Jd 9). O dragão e os seus anjos foram derrotados pela obra total de Jesus Cristo (ver Mt 12.28; 28.18; Lc 10.17-19; Jo 12.31-32; Cl 2.15).

INTERPRETAÇÃO DISPENSACIONALISTA: Miguel tem um lugar único no destino da nação de Israel (ver Dn 12.1). Aqui, Miguel está envolvido na expulsão de Satanás dos céus... na terra em meio à grande tribulação (ver Dn 10.10-14).

12.10 Agora refere-se à primeira vinda (v. 5). Esse é seu Reino que “não é desse mundo”; não se deve compreender em termos de um reino político terreno. O acusador: Ver notas em Jó 1.6—2.7 e 1.6.

12.11 Ver a seção 7 de Verdade em Ação, no final de Apocalipse.

12.11 Eles o venceram pela apropriação da vitória da obra completa de Cristo e através da confissão pública de sua fé e resistência paciente (ver nota em 1.9), mesmo face ao martírio (ver 13.10). A postura constante da Igreja sob a autoridade da vitória da cruz pelo sangue do Cordeiro e firmeza em relação à promessa e autoridade da Palavra de Deus — a palavra de seu testemunho — é a chave da conquista deles.

12.12 A derrota do diabo causa regozijo entre o povo de Deus, mas desgraça (ai) entre o povo do mundo. Observe a intensificação das obras malignas do diabo à medida que o século progride e 0 adversário sabe que tem pouco tempo.

12.13-17 0 dragão (v. 13), já tendo sido derrotado (Cl 2.14-15), está implacável em esforços de retaliação, lutando para manter o direito sobre o planeta que perdeu. Portanto, perseguiu a mulher, a Igreja que testemunha (vs. 4-6; Jo 15.18-21). Duas asas de grande águia (v. 14): A idéia era Deus protegendo e alimentando seu povo na libertação do cativeiro do Egito (ver Êx 19.4). Nos vs. 15-16, a serpente utiliza todos os recursos para destruir a mulher. 0 rio simboliza o povo do mundo (ver 17.15; Is 17.12). A terra: A criação de Deus é um de seus recursos para preservar seu povo (ver Êx 15.12). Frustrado em sua tentativa de destruir o Messias e sua comunidade, o dragão fez guerra com os membros da Igreja que testemunha (v. 17).

INTERPRETAÇÃO DISPENSACIONALISTA: De acordo com essa visão dos vs. 13-17, quando o dragão é lançado na terra, ele começa a perseguir Israel imediatamente; entretanto, como observado anteriormente, Israel recebeu libertação divina em seu lugar, preparado para a proteção. Quando percebe que não pode tocar Israel, ele vai em busca do resto da sua semente, os quais estão ministrando aberta e ativamente como testemunhas de Jesus Cristo (ver 7.3-8; Mt 24.15-20).