Interpretação de Hebreus 13

Hebreus 13

Hebreus 13 contém várias exortações e incentivos para a vida cristã. Fornece orientação prática sobre como os crentes devem comportar-se à luz da sua fé em Cristo. Aqui está uma interpretação dos pontos-chave em Hebreus 13:

1. Amor fraterno: O capítulo começa com uma exortação para continuar no amor fraternal, mostrando hospitalidade aos estranhos. Esta ênfase no amor e na hospitalidade reflete a virtude cristã de cuidar dos outros e de estender a bondade tanto aos irmãos crentes como aos de fora (Hebreus 13:1-2).

2. Lembrar aqueles que estão na prisão e na aflição: O autor apela aos crentes para que se lembrem daqueles que estão na prisão e sofrem maus tratos, identificando-se com os seus irmãos crentes que enfrentam perseguição. Isto sublinha a importância da solidariedade e da empatia dentro da comunidade cristã (Hebreus 13:3).

3. Casamento e Contentamento: O capítulo contém instruções sobre o casamento, enfatizando a santidade do relacionamento conjugal e a importância de manter a pureza sexual. Os crentes são encorajados a estarem contentes com o que têm, reconhecendo que Deus nunca os abandonará ou abandonará (Hebreus 13:4-6).

4. Seguindo o Exemplo dos Líderes: Os crentes são incentivados a lembrar e imitar os seus líderes espirituais que lhes falaram a palavra de Deus. Eles são encorajados a considerar o resultado da fé dos seus líderes e a confiar em Jesus, que é o mesmo ontem, hoje e para sempre (Hebreus 13:7-8).

5. Rejeição de falsos ensinos: O capítulo adverte contra ser desencaminhado por vários ensinamentos que não se alinham com o evangelho da graça. Os crentes são lembrados de que seus corações são fortalecidos pela graça, e não pela adesão a regulamentos ou rituais cerimoniais (Hebreus 13:9-10).

6. Sacrifício de louvor e de fazer o bem: O autor encoraja os crentes a oferecerem continuamente um sacrifício de louvor a Deus, reconhecendo que as nossas ofertas a Deus não devem ser apenas de natureza física, mas também de natureza espiritual. Além disso, os crentes são incentivados a fazer o bem e a compartilhar com os outros, pois são sacrifícios que agradam a Deus (Hebreus 13:15-16).

7. Submissão aos Líderes: Os crentes são instruídos a obedecer e submeter-se aos seus líderes espirituais, reconhecendo o seu papel em zelar pelas suas almas. Os líderes espirituais são responsáveis pelo cuidado e supervisão das suas congregações (Hebreus 13:17).

8. Orações ao Autor e Bênção: O autor solicita orações para si, expressando o desejo de ser restituído aos leitores em breve. O capítulo termina com uma bênção, invocando a paz e a graça de Deus sobre os crentes (Hebreus 13:18-25).

Em Hebreus 13, o autor fornece orientações práticas para a vida cristã, enfatizando a importância do amor, da hospitalidade, da empatia e do contentamento. Os crentes são encorajados a seguir o exemplo dos seus líderes espirituais e a rejeitar os falsos ensinamentos que se desviam do evangelho da graça. O capítulo sublinha a importância dos sacrifícios espirituais e da obediência e submissão dos crentes aos seus líderes. Também destaca a importância da oração e conclui com uma bênção da paz e da graça de Deus. No geral, Hebreus 13 serve como um guia para os crentes sobre como viver a sua fé de maneira prática.

Interpretação

13:1-6 Em primeiro lugar foram mencionadas as situações normais. Como na epístola de I João, o amor fraternal, ou seu afeto fraternal (CGT) deve permanecer. Uma das constantes evidências de uma vida cristã sadia é a maneira pela qual os irmãos cristãos se dão uns com os outros. Por causa da falta de lugares públicos de hospedagem, a hospitalidade também é recomendada, particularmente com referência aos estranhos que conhecem Cristo. Mateus 25:35-40 oferece o mais íntimo paralelo de sem o saber acolheram anjos (elathon, "inconscientemente").

Estas obrigações sociais ou relacionamento humano passa a ser mais expandido para incluir pessoas na cadeia – encarcerados. A expressão como se presos com eles inclui o pensamento duplo de simpatia e identificação. Os crentes devem partilhar o que têm com os presos como se eles mesmos estivessem presos. O uso moderno de "identificar-se" abrange a ideia. Uma vez que os crentes estão confinados ao corpo terreno, é possível que cada um sofra adversidade ou prisão. Por isso, devem simpatizar.

Então, é claro que o mais íntimo relacionamento humano deveria exibir todas as graças da vida cristã. Se estes hebreus se encontrassem em Roma ou em alguma outra das mais conhecidas cidades do Leste do Mediterrâneo, estariam vivendo no meio de uma sociedade na qual a castidade e a honra no casamento eram geralmente desprezadas. Por outro lado, alguns grupos ou seitas religiosas ensinavam o celibato e o ascetismo. O celibato não é uma proteção contra a imoralidade; mas antes o casamento honrado é que constitui o tipo de vida mais sadio. A castidade dentro dos laços matrimoniais constitui um forte testemunho cristão. Pessoas devassas e libertinas terão de um dia enfrentar seus pecados e práticas diante de Deus.

Quanto ao dinheiro, o escritor adverte: Seja a vossa vida sem avareza (Libertai-vos do amor ao dinheiro). Aphilargyros significa "sem amor ao dinheiro" e não sem avareza. O modo de vida (vossos costumes) ou disposição a ser cultivada é a satisfação com aquilo que se tem, ou as coisas que tendes. Se as torrentes de maus tratos que eram lançadas contra estes cristãos judeus por outros mais prósperos incluíam referências a sua falta de prosperidade, isto acontecia por conta de um muito prático e inteiramente neotestamentário aviso. E ainda continua tendo efeito. Em lugar de procurar o conforto dos bens materiais, os cristãos devem buscar o seu conforto na presença e provisão do próprio Deus, pois Ele não os abandona nem falha. Assim, afirmemos confiantemente:... não temerei; que me poderá fazer o homem? A última cláusula é realmente uma pergunta. Josué 23:14 e Salmo 118:6 testificam da fidelidade de Deus.

13:7-9 Na Igreja, especialmente, todas as graças cristãs deveriam ser encontradas. Lembrem-se do exemplo, diz o autor, daqueles que foram os primeiros a lhes ensinar a verdade cristã. Eles eram notados pela apresentação de uma mensagem verdadeira e um exemplo piedoso. Eles falavam a palavra de Deus e viviam vidas santas até o fim de suas vidas na terra. Imitai a fé que tiveram.

O exemplo seu e deles, ele continua, é a pessoa imutável do Senhor Jesus Cristo. Ele é o mesmo; seus propósitos são os mesmos; seus alvos são imutáveis. Jesus Cristo ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre, sustentando e apoiando assim as declarações do versículo 7. Devoção a Cristo, que é imutável, deverá insultar em clareza de doutrina. Então ninguém será levado em redor, ou desviado por estranhos ensinamentos ou práticas estranhas em nome do Evangelho. As contradições dos mestres humanos, o externalismo e a prática embrionária da justificação pelas obras que incluía a abstinência de certos alimentos deveriam ser evitadas.

13:10-17 Não temos nenhum sacrifício a fazer; em Cristo já foi feito um sacrifício por nós; por isso possuímos um altar. As ordenanças do V.T, conforme aqui descritas já não têm mais valor. Quando Cristo sofreu a morte fora do arraial sobre a cruz, uma das coisas realizadas foi o descartar-se dos costumes levíticos. Agora eles são supérfluos. A identificação do crente é com Cristo fora do arraial. Isto significa rejeição do Judaísmo de um lado e rejeição pelos judeus do outro. Para esses cristãos hebreus, esse era o vitupério que tinham de levar.

Tendo Cristo morrido como oferta pelos pecados, os crentes deviam demonstrar, por meio de Jesus, uma conduta adequada aos redimidos (vs. 14-17). 1) Deviam fixar sua esperança não nas ordenanças do V.T., mas na cidade celestial e na perspectiva celestial; 2) deviam louvar e agradecer a Deus, uma vez que o fruto dos lábios devia ser o transbordamento de um coração cheio; 3) deviam mostrar benevolência de todo o tipo, pois Deus não se esquece disto; e 4) deviam ser obedientes e submissos. Agradar a Deus poderia finalmente ser reduzido a três práticas ou atitudes fundamentais, todas mencionadas nesta passagem – louvor, obediência e submissão. Isto, pouco comentário exige à luz da verdade neotestamentária. A benevolência é o que se segue naturalmente. No versículo 17 a submissão se relaciona praticamente à atitude dos crentes para com os seus próprios líderes. Com estas palavras de responsabilidade colocada sobre ambos, discípulos e líderes, o escritor encerra a composição prática e exortatória que começou com 10:19. O restante é pessoal.

13:18,19 Orai por nós. Um pedido pessoal. O escritor pede que seja lembrado quanto 1) à sua vida, testemunho e serviço pessoais; e 2) seu desejo de logo se encontrar entre eles. Este é um pedido de oração específico.

13:20, 21 Ele promete que, em troca, vai orar por eles, especialmente no que se refere à obediência à vontade de Deus. Esta subscrição em forma de oração deveria constituir uma bênção particular àqueles que ouviriam ou leriam a carta.

Fala de:

1) Conforto para enfrentar, durante e sob as perseguições; para que tivessem acesso e comunhão com o Deus da paz.

2) Esperança no Cristo ressurreto; literalmente, o que Deus tornou a trazer dentre os mortos.

3) Cuidado pessoal e pastoral a Jesus nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas.

4) Doutrina e teologia. Todo o conforto, esperança e cuidado pastoral está selado e garantido pelo sangue da eterna aliança.

Seguem-se certos pedidos e desejos pessoais:

1) Que vos aperfeiçoe em todo bem (v. 21), ou mais corretamente, que Deus realize em vocês o que ainda está faltando. Este pedido transmite o desejo do autor de que os crentes pudessem se encaixar adequadamente em suas tarefas, sem fraqueza, faltas ou falhas. Os crentes precisam ser aperfeiçoados (katartizo).

2) Conhecer e fazer toda a vontade de Deus. Já que Deus opera em nós, nós desejamos trabalhar para Ele em submissão e obediência devotadas.

3) Agradar a Deus através de Jesus Cristo. Só o Filho que habita em nós e opera em nós através do Espírito Santo e da Palavra de Deus pode nos levar a agradar a Deus. Que este pedido seja o clamor dos nossos corações.

13:22-25 Talvez aqui tenhamos o versículo-chave da epístola (veja Introdução, A Argumentação da Epístola) quando o escritor implora a seus leitores que aceitem esta exortação. Ele expressa a esperança de que ele e Timóteo logo estariam aptos a visitá-los. Envia uma saudação cristã generalizada a todos, e acrescenta o indefinido os da Itália vos saúdam, ou aqueles que são os da Itália vos saúdam, uma declaração generalizada indicando que os amigos da Itália revelaram ao escritor que queriam ser incluídos na saudação cristã. As palavras finais são uma bênção em forma de breve oração, a graça seja com todos vós.

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