Interpretação de Hebreus 8

Hebreus 8

Hebreus 8 continua a desenvolver o tema de Jesus como o sumo sacerdote e enfatiza a superioridade da Nova Aliança sobre a Antiga Aliança. O capítulo também enfatiza a natureza celestial do ministério de Jesus. Aqui está uma interpretação dos pontos-chave em Hebreus 8:

1. O Ministério Superior de Jesus: O capítulo começa afirmando que Jesus tem um ministério superior como sumo sacerdote, servindo no tabernáculo celestial. O autor destaca que este santuário celestial é o verdadeiro tabernáculo, e não uma mera cópia do terrestre. Jesus ministra diante de Deus no verdadeiro tabernáculo, representando uma ordem superior de sacerdócio e adoração (Hebreus 8:1-2).

2. A Nova Aliança: O autor introduz o conceito da Nova Aliança, citando a profecia de Jeremias 31:31-34. A Nova Aliança representa um afastamento significativo da Antiga Aliança dada através de Moisés. Envolve as leis de Deus sendo escritas nos corações e mentes dos crentes, resultando em um conhecimento íntimo de Deus. A Nova Aliança promete o perdão dos pecados e um relacionamento próximo com Deus, tornando-a muito superior à Antiga Aliança (Hebreus 8:6-13).

3. A Imperfeição da Antiga Aliança: O capítulo enfatiza as limitações e imperfeições da Antiga Aliança. Menciona que Deus criticou o povo da Antiga Aliança porque eles não permaneceram fiéis. Os rituais e sacrifícios da Antiga Aliança eram temporários e não podiam proporcionar limpeza e redenção definitivas. Portanto, era necessária uma nova e melhor aliança (Hebreus 8:7-8).

4. O Mediador da Nova Aliança: O autor destaca que Jesus é o mediador da Nova Aliança. O seu ministério como sumo sacerdote no tabernáculo celestial inaugurou esta Nova Aliança. O papel de Jesus como mediador garante a eficácia e a permanência desta aliança, em oposição à Antiga Aliança, que era mediada por sacerdotes e rituais terrenos (Hebreus 8:6).

5. A Obsolescência da Antiga Aliança: O capítulo conclui afirmando que a Antiga Aliança está se tornando obsoleta e acabará por desaparecer. O autor enfatiza que a Nova Aliança estabelecida através de Jesus é a aliança final e eterna, tornando a Antiga Aliança obsoleta e inadequada para a salvação e comunhão com Deus (Hebreus 8:13).

Em Hebreus 8, o autor sublinha a superioridade do ministério de Jesus como sumo sacerdote no tabernáculo celestial e na Nova Aliança sobre a Antiga Aliança. A Nova Aliança é caracterizada por sua natureza transformadora, perdão dos pecados e conhecimento íntimo de Deus. É uma aliança mediada por Jesus, tornando-a permanente e eficaz. O capítulo reforça a ideia de que a Antiga Aliança serviu como um precursor temporário da Nova Aliança definitiva e superior estabelecida por meio de Jesus Cristo.

Interpretação

8:1-9 Jeremias mencionou a nova aliança séculos antes desta discussão sobre sua importância (Jr. 31:31 e segs.). Em Hb. 8:8, ambos, Israel e Judá são chamados de recipientes de bênção e divino auxílio na prometida nova aliança. A nova aliança contrasta claramente com a velha aliança (vs. 8,9). Comprova-se ser inclusiva, como também é uma superior aliança porque está garantida por superiores promessas (v. 6).

8:1-5 A nova aliança foi estabelecida por Cristo, que é seu ministro (leitourgos). Ele ministra no santuário e no verdadeiro tabernáculo que foi edificado pelo Senhor (kyrios, evidentemente o Pai, Alf). Aqui Cristo ministra como sumo sacerdote, tendo plena autoridade (vs. 1, 2). Sua posição no santuário celestial está em perfeita ordem. Ele ofereceu ao Pai sacrifícios e serviço. Ele ofereceu-se a Si mesmo como o sacrifício aceitável (uma ideia desenvolvida melhor nos caps. 9, 10), e o Seu serviço é o do sumo sacerdote diante de Deus, servindo no santuário.

No versículo 4 há uma possível indicação de que esta epístola foi escrita antes da queda de Jerusalém em 70 A.D., devido ao pensamento que os sacerdotes anda servem e oferecem dons segundo a lei. Estes servem apenas como figura e sombra dados a Moisés, que viu o verdadeiro ou mal (celestial) santuário no Monte Sinai (Êx. 25:40).

8:6-9 O contraste toma-se mais agudo (v. 6). Um serviço melhor, ou um ministério tanto mais excelente... uma superior aliança; e tudo baseado em superiores promessas. Se a velha aliança fosse satisfatória, Deus não teria encontrado defeito nela nem teria falado em substituí-la como falou por intermédio de Jeremias, o profeta (Jr. 31:31 e segs.). O profeta falou da concessão da velha aliança, do fracasso de Israel em cumpri-la, e da decisão de substituí-la em algum tempo futuro para Jeremias.

8:10-13 O escritor se apropria da profecia de Jeremias para explicar a natureza e as provisões da nova aliança. Sob a nova aliança: 1) Deus coloca novas leis nos corações e mentes do povo (o que foi realizado por Cristo através do novo nascimento, estabelecendo assim a nova aliança como uma aliança de relacionamento). 2) Ele estabelece um novo relacionamento com eles – E eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 3) O povo tem uma nova função – ensinará... cada um ao seu próximo.... Conhece ao Senhor (v. 11). 4) E a verdade de Deus tem um novo alcance – todos me conhecerão. 5) Uma nova purificação é providenciada, com o perdão dos pecados e iniquidades por meio de Cristo, o sacrifício e a garantia da nova aliança (v. 12). O velho é substituído pelo novo, e o velho está no ponto de desaparecer completamente (v. 13).

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