Interpretação de Hebreus 1
Interpretação de Hebreus 1
Hebreus 1
I. Prólogo.
1:1-4.
O escritor
contraria o padrão das cartas geralmente identificadas como cartas do N.T., não
fazendo nenhuma saudação nem sentenças introdutórias (veja Introd.). Ele avança
imediatamente para o assunto, que é a pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo em
relação ao sistema levítico e a velha aliança.
A. Cristo é
Superior aos Profetas. 1:1,2.
A pergunta
implícita que está sendo respondida é: Quem foi o último e o mais autorizado
porta-voz de Deus?
1. Muitas vezes
(polymeros),
ou passo a passo, fragmentariamente, e de muitas maneiras (polytropos),
de muitos e variados modos, Deus (Jeová) falou no tempo do V.T, através dos profetas,
muitos dos quais contaram em seus escritos por meio de qual método ele se
comunicou com eles, Prophetais é uma palavra de significado amplo que
inclui todos aqueles que Deus usou nos dias do V.T.
2. Nestes
últimos dias. No
fim destes dias é
a tradução literal de uma expressão hebraica comum encontrada em Nm. 24:14,
possuindo tonalidades messiânicas. Deus falou conosco através de Um que tem com
Ele o relacionamento de um filho e completa autoridade como porta-voz. Neste
relacionamento, Cristo é especial e assim está descrito aqui no sentido
clássico, sob compromisso divino porque é um Filho. Ele é ambos, herdeiro
e agente da criação. O universo. O grego aiones,
"eternidade", incluindo o mundo espacial. (cons. 11:3).
B. Cristo,
"Imagem" de Deus. 1:3, 4.
3. Resplendor
da glória ou
esplendor. O resplendor que o mundo recebe do próprio caráter de Deus em
Jesus Cristo. Ele é o ser essencial de Deus. Do mesmo modo expressão exata foi
usado tal como em Mt. 22:20, onde se refere à imagem que havia sobre o dinheiro
romano. Cristo é a estampa ou a impressão de Deus (karakter); a
essência de Deus. Toda a força das duas primeiras cláusulas deste versículo
destaca este único conceito.
Ele é também criador,
tanto a "Palavra criadora" (CGT, pág. 31) quanto o Sustentador –
Aquele que está sustentando todas as coisas. Criação e preservação são
realizadas por Deus em Jesus Cristo, e pela palavra do seu poder. A
palavra do Filho é o poder de preservar e sustentar, mas este poder criativo
canaliza-se para um ministério maior de redenção. Ao fazer a purificação dos
pecados, Cristo purificou a grande massa dos pecados acumulados do mundo e
todas suas impurezas, as quais Deus vê. Em Cristo a penalidade do pecado foi
completamente removida e a purificação foi fornecida. A idéia se encontra nas
palavras do hino de Cowper:
Achei a fonte Carmesim,
Que meu Jesus abriu;
Na cruz morrendo ali por
mim,
Minha alma redimiu.
Tendo este
poder e autoridade como Criador e como Aquele que assume o pecado, Cristo ocupa
o lugar de autoridade à direita de Deus. Na qualidade de ambos, sumo sacerdote
e substituto, Ele pode apresentar uma redenção consumada. Sua obra está
completa, e Ele pode, portanto, assentar-se. Como Filho do homem Ele ocupa este
lugar por ato de Deus Pai. Esse não é um lugar de repouso, mas de atividade
para o divino mediador, sumo sacerdote e intercessor. Em cumprimento do SI.
110:1, Ele é o Senhor de todos.
4. O primeiro
contraste que exibe a superioridade de Cristo foi assim introduzido. A idéia de
contraste no pensamento de tão superior (kreiton,
"superior", "tornando-se superior") foi usada treze vezes.
Os anjos eram importantes na transmissão da mensagem divina aos homens. Desde a
doação da Lei no Sinai até a assistência angélica concedida a Daniel e os
últimos profetas, estes mensageiros de Deus serviram a Deus, mas como seus
subordinados. Cristo é superior aos anjos em Sua pessoa, nome, função, poder e
dignidade. Quanto ao Seu nome, só Ele pode salvar os perdidos (Atos 4:12), e é
o nome acima de todo nome (Fp. 2:10). Através do Seu nome, Sua reputação ficou
estabelecida, pois é um nome poderoso.
II. Os
Argumentos Principais São Apresentados e Explicados.
1:5 - 10:18.
A. Cristo
"Maior que"; O Argumento da Superioridade. 1:5 - 7:28.
O pensamento
introduzido em 1:4 estende-se agora através de uma sede de sete citações do
V.T. Destas, cinco provam a superioridade de Cristo.
1) Superior aos
Anjos. 1:5-14.
5. O pensamento
apresentado é um argumento que provém do silêncio e o ele (oculto) é
Deus. Nunca Deus chamou algum anjo de Seu filho, mas somente a Cristo e com
referência a Cristo, que Ele disse aquilo (veja Sl. 2:7; II Sm. 7:14). Em ambas
as passagens o significado imediato recebeu um significado nobre e mais
elevado, que transmite a estas passagens (e outras a seguir) um sentido
tipológico. No Sl. 2:7 a celebração de um aniversário de nascimento (Hb. 1:5 e
segs.) é aplicada a Cristo. E as palavras pronunciadas por Salomão em lI Sm.
7:14 são aplicadas a Jesus, o Filho, como sendo ainda mais verdadeiras quando
se Lhe referem. Neste sentido a tipologia é correta; pois Cristo é o antítipo,
um fato que é verdadeiro através de Hebreus, na interpretação tipológica do
escritor.
6. Ambas as
passagens, Dt. 32:43 (LXX) e Sl. 97:7 falam de anjos adorando Cristo, o Filho.
E o salmista também fala de uma demonstração de glória (97:6), que corresponde
ao resplendor de Hb. 1:3. 7. Dois conceitos são apresentados: 1) que os anjos
são seres inferiores ou seres criados – Aquele que . . . faz; e 2) que
os anjos são servos, tal como os ventos e o fogo. A ideia está
assim re-enfatizada que os anjos adoram o Filho porque lhe são subordinados.
Salmo 104:4 está assim apresentado como prova da subordinação angélica.
8,9. Cristo é
chamado de Deus e rei, ou soberano. Conforme prometido no pacto davídico, aqui
está o grande Filho de Davi reinando, e o Seu governo é eterno. As qualidades
de Sua realeza são justiça, equidade e ódio à iniquidade – qualidades que só
podem caracterizar, uru reino justo. Nesta posição Cristo está em posição
superior a todos, e particularmente aos anjos. Para esta posição exaltada e
honrada Cristo foi mais ungido do que comissionado, e esta unção é a unção do Christus
Victor – o vitorioso que reina eternamente.
10-12.
Do
Sl. 102:25-27. Fala de Cristo Filho, que na qualidade de Criador fez o mundo e
que é Aquele que não muda no meio das coisas que vão mudar. Isto também retrata
um agudo contraste entre Cristo e os anjos. Eles são matéria criada, e servem
no mundo como mensageiros de Deus. Cristo é eterno, acima do mundo, sendo antes
dele e depois dele. Este argumento foi extraído de um salmo da tradução da LXX
não considerado messiânico pelos intérpretes rabínicos. Usado desta maneira
pelo autor, ilustra melhor a superioridade de Cristo. E os teus anos jamais
terão fim. Não terão fim nem serão interrompidos.
13. Em contraste
com os anjos, que jamais receberam permissão de se assentarem à direita de
Deus, Cristo está assentado lá agora e governa como rei, o Deus-homem, o
Messias imutável e eterno. Vai ficar assim assentado até o Seu triunfo final,
quando Seus inimigos serão transformados em estrado dos seus pés.
Este conceito retrocede a Josué, que colocou o seu pé sobre o pescoço dos reis
subjugados como sinal final de vitória. Assim a passagem transmite a esperança
a todos os crentes de todos os tempos de que Cristo triunfará sobre a
injustiça.
14. Os anjos
servem, conforme está indicado pelo todos de sentido amplo; mas seu
serviço é sagrado ou "litúrgico" (leitourgika), e fazem um
serviço aos homens (diakonian). Os anjos são portanto espíritos
ministradores que servem àqueles que hão de herdar a salvação, ou as
pessoas piedosas. Este ministério dos anjos, está implícito que ainda continua.
A palavra salvação (soterian) está reservada pelo autor para um desenvolvimento
posterior.
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