Ordenança — Estudos Bíblicos
ORDENANÇA
1. Definições.
Essa palavra não tem um único uso, pelo que suas definições são diversas.
A raiz latina é ordo(inis), “ordem”, relativa a ordinare, “ordenar”. Dessas raízes é que emerge a palavra ordinans
(antis) “ordenança”. Seu sentido pode ser uma regra autoritária, um
decreto, uma lei, um rito religioso, uma disposição ou posição, um
desígnio.
2. Usos no Antigo
Testamento. As principais ordenanças desse documento são os Dez
Mandamentos (vide). As leis levíticas têm muitas ordenanças
subordinadas e litúrgicas. No livro da aliança (ver Êxo. 20:22—23:33), os
termos juízos e ordenanças falam acerca de leis civis e
religiosas. O vigésimo primeiro capítulo de Êxodo continua dando muitas
leis que governavam a vida dos israelitas, e, em algumas traduções, essas leis
são chamadas “ordenanças”. As leis de Israel tanto eram civis quanto
religiosas; mas, em uma teocracia, essa distinção não pode ser feita
claramente, porquanto tudo é expressão religiosa naquele sistema. Naturalmente,
o decálogo é o supremo exemplo das leis religiosas mais profundas. O
trecho de Núm. 15:15,16 mostra que as leis de Israel vigoravam tanto para
os cidadãos como para os estrangeiros residentes. Fica pressuposto
no Antigo Testamento que as ordenanças estavam alicerçadas sobre
instruções e mandatos divinos (Deu. 4:5,11; 5:31; 6:1,2,24,25),
com apoio na graciosa atividade de Deus (ver Deu. 4:32-40; 6:20; 7:6-8; 29:2-9).
Todas as leis estão sumariadas no maior dos mandamentos da lei: “Amarás,
pois, o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de
toda a tua força”. Desse modo, a lei atuava como reivindicação de Deus, no
sentido de que ele tinha o direito de senhorio sobre as vidas dos homens.
Nos sistemas voluntaristas antigos e modernos, a lei aparece como subordinada à
vontade de Deus. Ali, as coisas são certas porque Deus é que as determina.
Ver sobre o Voluntarismo. Porém, também devemos dizer que a lógica
espiritual requer, igualmente, a declaração que Deus ordena as coisas
porque elas são corretas em si mesmas.
3. Usos no Novo
Testamento. O cristianismo primitivo viu-se a braços com o problema do
legalismo. Ver os artigos chamados Legalismo e Partido da
Circuncisão. Ver também sobre Jesus e a Lei, no tocante a uma
discussão sobre como o Senhor Jesus relacionou-se com o Antigo Testamento.
Além disso, temos a controvérsia entre Paulo e Tiago, a confrontação entre Rom.
3-5 e Tia. 2. Essa questão é coberta no artigo intitulado Legalismo.
Ver especialmente o artigo detalhado, Lei no Novo Testamento.
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4. Ordenanças
e Sacramentos. Ver o artigo separado
sobre os Sacramentos. As igrejas que rejeitam o conceito de
sacramento (a transmissão da graça divina através de ritos religiosos,
como o único canal dessa graça) preferem usar o termo ordenanças
para apontar para os seus ritos. Nesse caso, não se entende que essas
cerimônias sejam canais da graça, mas apenas símbolos da variegada
graça divina recebida. Assim, as ordenanças aludem a alguma
realidade espiritual, mas não são veículos que produzam essa realidade.
As ordenanças comuns das igrejas evangélicas são o batismo (vide) e
a Ceia do Senhor, também chamada eucaristia (vide). A
primeira dessas ordenanças é realizada em obediência ao mandamento de
Cristo (ver Mat. 28:19,20), e simboliza a nossa união com Cristo, em
sua morte e ressurreição. Também há outros símbolos, discutidos
no artigo sobre esse assunto. A Ceia do Senhor é um memorial, e
não um sacramento. Faz-nos lembrar o sacrifício de Jesus, por um
lado, e sua segunda vinda, por outro lado, diariamente antecipada.
Alguns grupos evangélicos acrescentam a isso uma terceira ordenança:
o lava-pés (vide). Damos um detalhado artigo sobre esse assunto,
que inclui uma discussão da controvérsia que a circunda.