Lucas 18 — Estudo Devocional

Lucas 18

Lucas 18 apresenta um capítulo que investiga temas de fé persistente, humildade e o contraste entre justiça própria e entrega genuína. Através das parábolas da viúva persistente, do fariseu e do cobrador de impostos, bem como das interações de Jesus com as crianças e com um governante rico, somos convidados a refletir sobre a nossa abordagem a Deus, as nossas atitudes para com os outros e a verdadeira natureza do discipulado. .

A parábola da viúva persistente sublinha a importância da fé inabalável e da persistência na oração. A determinação da viúva em buscar justiça de um juiz injusto serve como um exemplo poderoso de como devemos nos aproximar de Deus. Esta parábola nos encoraja a continuar trazendo nossos pedidos a Deus com fé, confiando em Seu tempo e em Seu plano perfeito.

O contraste entre o fariseu e o cobrador de impostos na parábola destaca o significado da humildade na aproximação a Deus. A justiça própria do fariseu cega-o à sua necessidade de graça, enquanto o humilde pedido de misericórdia do publicano reflecte um coração aberto ao perdão de Deus. Esta parábola desafia-nos a examinar as nossas atitudes para com os outros e o nosso próprio estado espiritual, lembrando-nos que a verdadeira justiça se encontra no reconhecimento da nossa dependência da misericórdia de Deus.

As interações de Jesus com as crianças revelam Seu amor pelos vulneráveis e a importância da fé infantil. Sua declaração de que o reino de Deus pertence a tais pessoas enfatiza as qualidades de humildade, confiança e inocência que caracterizam o discipulado genuíno. As crianças servem de modelo de como devemos aproximar-nos de Deus – com uma fé simples e um coração aberto.

O relato do governante rico mostra o desafio de abandonar os apegos terrenos para seguir Jesus. A luta do governante para se desfazer da sua riqueza expõe as suas prioridades e a sua hesitação em render-se totalmente a Cristo. Esta história nos leva a refletir sobre as coisas que podem nos impedir de nos comprometermos totalmente com Cristo e nos desafia a priorizá-Lo acima de tudo.

Lucas 18 nos convida a examinar nossa fé, humildade e disposição para nos rendermos à vontade de Deus. Estamos buscando a Deus persistentemente em oração, confiando em Sua soberania e bondade? Estamos nos aproximando de Deus com humildade, reconhecendo nossa necessidade de Sua misericórdia e graça? Estamos abraçando as qualidades da fé infantil – confiança, inocência e humildade? E estamos dispostos a abandonar qualquer coisa que nos impeça de seguir Jesus de todo o coração?

Ao meditarmos em Lucas 18, possamos ser inspirados a cultivar uma fé persistente, uma humildade genuína e uma abertura infantil a Deus. Que possamos entregar nossos desejos e apegos aos Seus pés, abraçando Seu reino com devoção intransigente. E que possamos reconhecer que o verdadeiro discipulado envolve reconhecer a nossa dependência da misericórdia e da graça de Deus, esforçando-nos por segui-Lo com corações humildes, persistentes e totalmente rendidos.

Devocional

18.1-8 será que vai encontrar fé na terra? Essa afirmação de Jesus nos explica que a parábola do juiz desonesto e da viúva foi contada para nossa situação de espera pela volta de Cristo. Ele ainda está ensinando sobre quem vai entrar no Reino de Deus e como vai ser o tempo do fim. Nunca devemos desistir de pedir a ajuda de Deus (v. 7) pois ele nos atenderá, mas devemos estar especialmente atentos para não perder a fé em Jesus, no meio da demora de sua vinda e de um mundo cada vez mais injusto, especialmente contra seguidores dele (provavelmente por não servirem ao dinheiro). A justiça se faz para com aqueles que são perseverantes e humildes, os que reconhecem sua condição de dependentes da graça de Deus.

18.9-14 fariseu... cobrador de impostos. Esta parábola possivelmente seja o melhor resumo do principal ensinamento do evangelho de Lucas: não entram no Reino de Deus os que acham que têm esse direito, mas sim os que sabem que não o têm. Recebe-se o Reino de Deus por pura misericórdia (v. 14), por graça de Deus, assim como uma criança que recebe um presente (v. 1 7).

18.11 eu te agradeço. Repare que o fariseu é teologicamente correto, ao reconhecer como “obra de Deus em sua vida” as suas qualidades. Sempre que acharmos que já não somos mais tão pecadores assim, estaremos nos desviando da verdade. 

18.14 quem se humilha será engrandecido. Várias vezes a Bíblia ensina que Deus resiste aos orgulhosos, mas dá graça aos humildes (Tg 4.6; 1 Pe 5.6). Isso não acontece por maldade, mas por bondade dele para conosco: a humilhação ainda é uma oportunidade de voltarmos para a verdade, de que somos servos comuns, nada especiais, mas amados por Deus e alcançados por sua misericórdia. 

18.15-17 das pessoas que são como estas crianças. O Reino de Deus não é recebido pela racionalidade filosófica, mas por uma entrega desprendida na busca do colo do Pai acolhedor e abençoador.

18.17 nunca entrará nele. Quem pretende ir para o céu como pagamento por serviços prestados ou como recompensa por bom comportamento nunca o conseguirá. A criança não tem como “trabalhar para seu sustento”, e não tem nenhuma vergonha em receber um presente, totalmente gratuito. 

18.18-30 Como é difícil os ricos entrarem no Reino de Deus! Várias vezes Jesus nos avisa que a riqueza é um grande inimigo de nossa entrada no Reino. Nunca se esqueça de que felizes são os pobres, e ai dos ricos (Lc 6.20,24)! 

18.20 Você conhece os mandamentos. Jesus também afirma que o que nos leva ao Reino não é o conhecimento intelectual, nem a prática religiosa ou a obediência aos mandamentos. Por mais bem que isso faça, o coração humano continua preso pelo pecado — e Jesus mostra isso tocando no “ponto fraco”. E interessante comparar este homem rico com Zaqueu (19.2). Nós provavelmente escolheríamos este “bom moço”, cumpridor da Lei, para ir para o céu; mas foi o cobrador desonesto quem foi salvo (19.9), porque se reconheceu como perdido e creu em Jesus. Veja o quadro "Os pecados e a salvação em jesus" (jo 3).

18.27 é impossível para os seres humanos. Essa é a verdade definitiva. Só Deus pode nos salvar, por isso nunca devemos nos enganar e sair da “posição de cobrador de impostos” e passar para a “posição de fariseu” (vs. 10-14), porque a salvação em Cristo existe somente para os que sabem que estão perdidos (19.10). 

18.28-34 nós deixamos a nossa família e seguimos o senhor. Jesus responde à pergunta de Pedro: se alguém por causa dele abandonar sua casa e família, será recebido em muitas outras casas e se relacionará com muitos outros irmãos e irmãs, e no futuro receberá a vida eterna. Mas a ocasião pedia um ensinamento particular aos discípulos: antes de receber, era preciso perder; ele seria rejeitado e morto, até a ressurreição — e os discípulos ainda não conseguiam entender isso. Perceba como nossas convicções e expectativas podem nos cegar para o que Deus está realmente dizendo e fazendo. 

18.35-42 o que você quer que eu faça? A pergunta de Jesus parece ilógica e óbvia demais para ser feita a um cego que o buscou. Mas esta é a questão central no processo de ajuda: saber exatamente o que aquele que procura ajuda quer, e não o ajudador pressupor no que a pessoa precisa ser ajudada. Expressar nossa necessidade em palavras é o início do caminho de cura (veja Mc 10.46-52, notas).

18.38 Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim! Esse pedido é exatamente o que nos cabe fazer. “Filho de Davi” era o título reservado para o Messias, que reinará eternamente; pedir para que ele tenha pena é pedir compaixão, apelar para a misericórdia divina, que é o único modo de sermos salvos.

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