Lucas 1 — Comentário Devocional

Lucas 1

Lucas 1 apresenta os nascimentos milagrosos de João Batista e de Jesus Cristo. O anjo Gabriel anuncia o nascimento de João a Zacarias e Isabel. Gabriel então conta a Maria sobre o nascimento de Jesus. A aceitação de Maria e sua visita a Isabel destacam o papel especial desses dois bebês. O capítulo destaca o tempo divino, a fidelidade e o significado desses nascimentos no plano de Deus.

1. Tempo Divino e Fidelidade: Uma das lições centrais em Lucas 1 é o conceito de tempo e fidelidade divinos. O capítulo começa com a história do anúncio do nascimento de João Batista a Zacarias e Isabel, um casal estéril e de idade avançada. Apesar da idade e das circunstâncias, Deus cumpriu Sua promessa a eles no tempo determinado. Isto nos ensina que os planos de Deus muitas vezes não estão limitados pelas limitações humanas e que a Sua fidelidade às Suas promessas é inabalável.

2. O Poder da Oração: A história de Zacarias também destaca o poder da oração. Embora inicialmente ele duvidasse da mensagem do anjo, sua oração acabou sendo atendida e Isabel concebeu. Isto enfatiza a importância de persistir na oração e confiar na resposta de Deus, mesmo quando as coisas parecem impossíveis.

3. Humildade e Obediência: Quando o anjo Gabriel apareceu a Maria para anunciar que ela daria à luz Jesus, sua resposta foi marcada pela humildade e obediência. Ela se submeteu voluntariamente ao plano de Deus, dizendo: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”. A atitude de Maria nos ensina o valor da humildade e a nossa necessidade de alinhar as nossas vidas com os propósitos de Deus.

4. O favor especial de Deus: As interações em Lucas 1 ressaltam o favor e a graça especiais de Deus sobre indivíduos como Isabel, Zacarias e Maria. É um lembrete de que Deus escolhe trabalhar através de pessoas comuns para Seus propósitos extraordinários. Isto destaca a importância de permanecermos abertos ao chamado de Deus e reconhecermos que o Seu favor não se baseia no nosso mérito, mas na Sua graça.

5. O papel do Espírito Santo: O papel do Espírito Santo é proeminente em Lucas 1. O anjo Gabriel explica que João Batista será cheio do Espírito Santo antes mesmo do nascimento, e o Espírito Santo também é envolvido na concepção de Jesus por Maria. Isto destaca o papel vital do Espírito Santo no plano redentor de Deus e nos lembra da capacitação espiritual que vem da Sua presença.

6. Alegria e Ação de Graças: Maria e Isabel respondem com canções de alegria e ação de graças. O cântico de Maria, conhecido como Magnificat, engrandece o Senhor pela Sua bondade e misericórdia. O canto de alegria de Isabel celebra o cumprimento da promessa de Deus. Estas canções de gratidão encorajam-nos a cultivar um espírito de alegria e de ação de graças nas nossas próprias vidas, independentemente das nossas circunstâncias.

7. A Soberania de Deus: No geral, Lucas 1 mostra a soberania de Deus sobre os assuntos humanos e Seu envolvimento ativo no mundo. Ensina-nos que Deus está no controle e que Seus planos acabarão por se concretizar.

Estas são apenas algumas das muitas lições que podem ser aprendidas em Lucas 1. O capítulo fornece informações valiosas sobre a fé, a obediência, a humildade e o caráter de Deus, convidando os leitores a refletir sobre suas próprias vidas e relacionamento com Deus.

Devocional

1.1, 2 O Evangelho de Lucas conta a história de Jesus a partir da perspectiva inigualável do escritor, um médico gentio, o primeiro historiador da Igreja Primitiva. Embora não tenha sido uma testemunha ocular do ministério de Jesus, Lucas preocupou-se com que os depoimentos das testemunhas oculares fossem descritos com precisão, e os fundamentos da fé cristã fossem preservados, a fim de serem transmitidos ás próximas gerações. No Evangelho de Lucas, foram relatadas muitas das parábolas de Jesus. Além disso, mais do que qualquer outro Evangelho, o de Lucas dá exemplos específicos da preocupação de Jesus com as mulheres.

1.1-4 Havia muito interesse em Jesus; muitas pessoas que o conheceram haviam escrito sobre Ele. Lucas deve ter usado estas informações e todos os demais recursos disponíveis como material para compor um relato preciso e completo sobre a vida, os ensinamentos e o ministério de Jesus. Pelo fato de a verdade ser importante para Lucas, ele confiou fortemente nos depoimentos de testemunhas oculares. O cristianismo não prega “feche os olhos e creia”, e sim “verifique você mesmo”. A Bíblia nos encoraja a investigar totalmente as verdades nela apregoadas (Jo 1.46; 21.24; At 17.11.12), porque a conclusão sobre Jesus é uma questão de vida ou morte.

O livro de Atos, também escrito por Lucas, é igualmente endereçado a Teófilo. O prefácio pode ser dirigido a todos os lei tores cristãos, visto que o nome “Teófilo” significa “aquele que ama a Deus” Teófilo deve ter sido um patrocinador de Lucas, que o ajudou a financiar o livro. Mais provavelmente. Teófilo foi um conhecido romano de Lucas, alguém que demonstrava um forte interesse pela nova religião cristã.

1.3, 4 Como médico, Lucas sabia da importância de ter informações completas. Ele usou suas habilidades em observação e análise para investigar completamente as histórias sobre Jesus. Seu diagnóstico foi: as Boas Novas de Jesus Cristo são verdadeiras! Você pode ler o relato de Lucas sobre a vida de Jesus com a confiança de que foi escrito por uma pessoa de raciocínio claro e espirito sério e investigativo. Uma vez que o Evangelho é baseado em fatos históricos, nosso crescimento espiritual deve envolver uma investigação cuidadosa, disciplinada e completa da Palavra de Deus, de forma que possamos entender como Deus agiu na História. Se este tipo de estudo não faz parte de sua rotina, encontre um pastor, professor ou um livro que o ajude a enveredar-se no estudo das Escrituras. tão importante para o crescimento cristão.

1.5 Este era Herodes, o Grande, confirmado pelo senado romano como rei dos judeus. Sendo apenas em parte judeu e estando ansioso por agradar seus superiores romanos, Herodes expandiu e embelezou o Templo de Jerusalém, mas colocou uma águia romana acima da entrada. Quando ajudava os judeus, fazia por motivações políticas, e não porque se importava com o Deus deles. Herodes mais tarde ordenou um massacre de crianças em uma tentativa inútil de matar Jesus, a quem alguns estavam chamando de o novo “Rei dos judeus” (ver Mt 2.16-18).

Um sacerdote judeu era um ministro de Deus que trabalhava no Templo, cuidando da administração do prédio, do ensino das Escrituras e da adoração. Nesta época existiam cerca de vinte mil sacerdotes por todo o país, gente demais para ministrar no Templo de uma só vez. Por isso, os sacerdotes eram dividi dos em 24 grupos, cada um com de cerca de mil, de acordo com as orientações deixadas por Davi (1 Cr 24.3-19). Zacarias era do grupo de Abias, que estava de serviço no Templo nessa semana. Toda manhã um sacerdote deveria entrar no Lugar Santo e queimar incenso. Eram lançadas sortes para decidir quem entraria no santuário; um dia a sorte caiu sobre Zacarias. Mas não foi por acaso que ele estava a serviço e foi escolhido naquele dia para entrar no Lugar Santo; foi uma ocasião especial. Deus estava guiando os acontecimentos, preparando o caminho para a vinda de Jesus à terra.

1.6 Zacarias e Isabel não fingiam seguir as leis de Deus; a submissão exterior era fundamentada na obediência interior. Diferentemente dos líderes religiosos a quem Jesus chamou de hipócritas, Zacarias e Isabel não se detiveram apenas na letra da lei. A obediência deles era de coração; por esta razão foram chamados “justos perante Deus”.

1.9 O incenso era queimado no Templo duas vezes por dia. Quando o povo via a fumaça, orava. Ela, ascendendo ao céu, simbolizava as orações de Israel subindo ao trono de Deus.

1.11, 12 Os anjos são seres espirituais que vivem na presença de Deus e fazem a vontade dEle. Somente dois anjos têm seus nomes mencionados nas Escrituras: Miguel e Gabriel. Mas há muitos outros anjos; eles são mensageiros de Deus. Em Lucas 1.19, somos informados de que Gabriel entregou uma mensagem especial a Zacarias. Isto não foi um sonho ou uma visão. O anjo apareceu em forma visível e falou de forma audível ao sacerdote.

1.13 Enquanto queimava incenso no altar, Zacarias também orava, talvez pedindo um filho ou a vinda do Messias. Em ambos os casos, sua oração foi respondida. Zacarias logo teria um filho, que prepararia o caminho para o Messias. Deus responde à oração a seu modo e tempo. Ele operou em uma situ ação “impossível” (a esposa de Zacarias era esteril), para que se desse o cumprimento de todas as profecias relativas ao Messias. Se quisermos ter as nossas orações respondidas, devemos estar abertos ao que Deus pode fazer em situações impossíveis. E devemos esperar que Deus trabalhe a seu modo e a seu tempo.

O nome “João'' significa “o Senhor é gracioso”; o nome “Jesus”, “o Senhor salva'. Ambos foram prescritos por Deus, e não escolhidos por pais humanos. Nos quatro Evangelhos, e possível perceber que Deus age de forma graciosa e salva o seu povo. Ele não negará a salvação a qualquer pessoa que vá a Ele com sinceridade.

1.15 João Batista foi separado para realizar uma obra especial para Deus. Ele deve ter sido proibido de beber vinho por causa do nazireado, um antigo voto de consagração a Deus (Nm 6.1 -8), observado por Sansão (Jz 13) e Samuel (1 Sm 1.11).

Essa foi a primeira vez que Lucas mencionou o Espirito Santo em seu Evangelho. Este escritor se referiu à terceira pessoa da Trindade mais do que qualquer outro evangelista. Pelo fato de Lucas também ter escrito o livro de Atos. sabemos que ele estava completamente informado sobre a obra do Espírito Santo. Lucas reconheceu e enfatizou a obra dEle na propagação do cristianismo e na consolidação da Igreja Primitiva. A presença do Espírito foi o dom dado por Deus a toda a Igreja no Pentecostes. Antes disto, foi concedido aos fiéis, para a realização de tarefas especiais. Precisamos da ajuda do Espirito Santo para fazermos a obra de Deus eficazmente.

1.17 O papel de João Batista deveria ser semelhante ao dos profetas do AT; encorajar o povo a converter-se de seus peca dos e seguir a Deus. João frequentemente foi comparado ao grande profeta Elias, conhecido por confrontar governantes ímpios (M 4.5; Mt 11.14; 17.10-13). Veja o perfil de Elias em I Reis.

Ao preparar as pessoas para a chegada do Messias. João procuraria fazer com que corações endurecidos se tornassem flexíveis, confiantes e abertos á mudança (ver Fz 11.19. 20; 36.25- 29). Você é tão sensível a Deus quanto deveria ou precisa de uma mudança de coração?

1.18 Quando lhe foi dito que teria um filho. Zacarias duvidou da palavra do anjo. Sob a perspectiva humana, as dúvidas do sacerdote eram compreensíveis, mas com Deus, tudo é possível. Embora Zacarias e Isabel tivessem passado da idade de ter filhos. Deus lhes concedeu um. É fácil duvidar ou entender mal o que o Criador quer fazer em nossa vida. Mesmo o povo de Deus às vezes comete o erro de confiar em seu intelecto ou em sua experiência, em vez de confiar no Altíssimo. Quando você for tentado a pensar que alguma das promessas de Deus é impossível de ser cumprida, lembre-se da obra dEle ao longo da História. O poder de Deus não é limitado por uma perspectiva estreita nem atado pelas limitações humanas. Confie completamente no Senhor.

1.20 Zacarias considerou incrível que ele e sua esposa, na velhice, concebessem uma criança. Mas Deus cumpre o que promete, e age na hora certa! Você pode confiar completamente que Deus manterá as suas promessas. O cumprimento delas pode não ser no dia seguinte, mas será no tempo certo. Se você estiver esperando que Deus responda a algum pedido ou que satisfaça alguma necessidade, continue sendo paciente. Não importa quão impossíveis as promessas de Deus possam parecer, o que Ele disse em sua Palavra se tornará realidade no tempo certo.

1.21 O povo estava do lado de fora, esperando a saída de Zacarias, que pronunciaria a bênção habitual sobre eles, conforme vemos no texto em Números 6.24-26.

1.25 Zacarias e Isabel eram pessoas religiosas, contudo, estavam sofrendo. Alguns judeus naquela época não criam na ressurreição corpórea, sua esperança de imortalidade era depositada nos filhos. Além disso, estes cuidavam dos pais na velhice, eram a garantia de segurança financeira e manutenção da posição social da família. Os filhos eram considerados uma bênção; a falta deles, urna maldição. Zacarias e Isabel ficaram sem filhos por muitos anos, e naquele momento eram muito idosos, não esperavam qualquer mudança em sua situação. Sentiam-se humilhados e desesperançados. Mas Deus esperava o tempo certo para encorajá-los e remover a desonra.

1.26 Gabriel não apareceu apenas a Zacarias e a Maria, também havia aparecido ao profeta Daniel mais de quinhentos anos antes (Dn 8.15-17; 9.21). Cada vez que Gabriel apareceu, levou mensagens importantes da parte de Deus.

Nazaré, a cidade natal de José e Maria, ficava distante de Jerusalém, o centro comercial, cultural e religioso judaico. Loca lizada em uma importante rota comercial. Nazaré era frequentemente visitada por comerciantes gentios e soldados romanos. Era conhecida por sua atitude de independência e indiferença. Jesus nasceu em Belém, mas cresceu em Nazaré. No entanto, o povo desta cidade o rejeitaria como o Messias (4.22-30).

1.27, 28 Maria era jovem, pobre e mulher, todas as características que fariam com que ela parecesse inapta, aos olhos das pessoas da época, para executar qualquer tarefa importante para Deus. Mas Ele a escolheu para uma das mais importantes missões, que exigia uma obediência jamais solicitada. Talvez você pense que sua habilidade, experiência ou educação fazem de você um candidato improvável para a obra de Deus. Não limite as escolhas de Deus. Se você confiar no Senhor, Ele poderá usá-lo.

1.30, 31 O favor de Deus não traz o sucesso ou a fama imediatos. A bênção divina sobre Maria, a honra de ser a mãe do Messias, traria muita dor a esta mulher; seus amigos, conhecidos e parentes a ridicularizariam; seu noivo tentaria deixá-la; seu filho seria rejeitado e assassinado, mas por intermédio dEle viria a única esperança de remissão do mundo. Por isso, Maria tem sido elogiada por incontáveis gerações; sua submissão era par te do plano de Deus, para promover a nossa salvação. Assim, se a dor o oprimir e obscurecer a sua esperança, pense no exemplo de Maria, e espere pacientemente que Deus termine de realizar o seu plano.

1.31-33 “Jesus”, uma forma grega do nome hebraico “Josué” significa “o Senhor salva”. Da mesma maneira que Josué conduziu Israel à Terra Prometida (ver Js 1.1,2). Jesus conduz seu povo ã vida eterna. O simbolismo do nome “Jesus” teve grande influência sobre o povo judeu da época, que levava os nomes a sério e os via corno uma insígnia de poder. Em nome de Jesus, pessoas foram curadas, demônios expulsos e pecados perdoados.

1.32, 33 Séculos antes, Deus havia prometido a Davi que o seu reino duraria para sempre (2 Sm 7.16). Esta promessa foi cumprida com a vinda de Jesus, um descendente direto de Davi, cujo reinado continuará por toda a eternidade.

1.34 O fato de Jesus ter nascido de uma virgem é um milagre que muitas pessoas consideram difícil de acreditar. Mas três fatos ajudam a fundamentar nossa fé. (1) Lucas era médico, sabia perfeitamente como os bebês são gerados. Assim como nós, ele deve ter lido a mesma dificuldade de crer em um nascimento virginal, contudo, relatou-o como fato. (2) Como um cuidadoso investigador. Lucas baseou o seu Evangelho em depoimentos de testemunhas oculares. A tradição sustenta que ele conversou com Maria sobre o que registrou nos dois primeiros capítulos. A história de Mana não é uma invenção. (3) Cristãos e judeus, que adoram a Deus como o Criador do universo, não de vem ter dúvida de que Deus tem o poder para gerar uma criança no útero de uma virgem.

1.35 Jesus nasceu sem pecado, que entrou no mundo por intermédio de Adão. Nasceu santo, da mesma maneira que Adão foi criado, porém diferentemente deste, que desobedeceu a Deus, Jesus foi obediente em tudo; deste modo, foi capaz de enfrentar as consequências do pecado em nosso lugar e tornar-nos aceitáveis a Deus (Rm 5.14-19).

1.38 Se uma jovem solteira engravidasse, corria o risco de sofrer consequências desastrosas. A menos que o pai da criança concordasse em casar-se com ela, provavelmente permaneceria solteira por toda a vida. Se o pai da jovem a rejeitasse, ela poderia ser forçada a recorrer à mendicância ou à prostituição, a fim de sustentar-se. Maria, por declarar ter engravidado pelo Espírito Santo, também corria o risco de ser considerada louca. Apesar dos possíveis riscos, tranquila, Maria disse a Deus: “Cumpra-se em mim segundo a tua palavra”. Ao proferir estas palavras, certamente ela não tinha noção da grandiosa oportunidade que teria. Sabia apenas que Deus lhe pediu que o servisse. e ela de boa vontade obedeceria. Não espere saber o que irá acontecer depois de oferecer sua vida a Deus. Ofereça a si mesmo de boa vontade, mesmo que os resultados imediatos pareçam desastrosos.

As Escrituras registram que o anúncio de Deus sobre o nascimento de uma criança especial sempre causou reações variadas. Sara, esposa de Abraão, riu (Gn 18.9-15). Zacarias duvidou (1.18). Em contraste. Mana se sujeitou graciosamente. Ela creu nas palavras do anjo e concordou em ter a herança, mesmo sob circunstâncias humanamente impossíveis. Deus pode fazer o impossível. Nossa resposta às suas exigências não devo ser o riso ou a dúvida, mas uma aceitação voluntária.

1.41-43 Aparentemente, o Espírito Santo disse a Isabel que o filho de Maria era o Messias, porque Isabel chamou sua jovem parente de “a mãe do meu Senhor”, ao saudá-la Quando Maria correu para visitar sua prima, talvez cogitasse se os últimos acontecimentos seriam reais. A saudação de Isabel a Maria deve ter-lhe fortalecido a fé. A gravidez de Maria podia parecer impossível, mas a sábia Isabel creu na fidelidade do Senhor e regozijou-se pela condição abençoada de Maria.

Embora esperasse uma criança aguardada há muito tempo, Isabel poderia ter invejado Maria, cujo filho seria muito mais importante que o dela. Em vez disto, encheu-se de alegria pelo fato de a mãe de seu Senhor visitá-la. Você já invejou pessoas a quem Deus aparentemente escolheu para uma bênção especial? Uma cura para o ciúme é regozijar-se com estas pessoas. ao perceber que Deus usa o seu povo da melhor maneira para cumprir seus propósitos.

1.46-55 Esse cântico é frequentemente chamado de Magnificate, a primeira palavra usada na tradução latina desta passagem. O cântico do Maria era frequentemente usado como base para música e hinos de coral. Como Ana, a mãe de Samuel (1 Sm 2.1 -10), Maria glorificou a Deus com um cântico por aquilo que Ele faria ao mundo por intermédio dela. Note que, em ambos os cânticos, Deus é retratado como o Salvador dos pobres, dos oprimidos e dos desprezados.

1.48 Quando Maria disse “Pois eis que, desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada’, estava sendo orgulhosa? Não, estava reconhecendo e aceitando a dádiva que Deus lhe havia concedido. Se Maria tivesse negado sua incrível missão, seria recusado a bênção do Senhor. O orgulho consiste em não aceitar as dádivas de Deus ou tomar para si o crédito daquilo que Deus fez; humildade é aceitar as bênçãos e usá-las para louvar e servir a Deus. Não negue, deprecie ou ignore as dádivas. Agradeça a Deus por elas e use-as para a glória dEle.

1.54, 55 Deus manteve a promessa que tinha feito a Abraão de ser misericordioso para com o seu povo para sempre (Gn 22.16-18). O nascimento de Cristo foi o cumprimento desta promessa, e Maria entendeu isto. Ela não ficou surpresa quando seu filho especial anunciou que era o Messias. Ela sabia da missão de Jesus antes do nascimento dEle. Algumas das promessas de Deus para Israel são encontradas em 2 Samuel 22.50,5': Salmos 89.2-4; 103.17.18; Miqueias 7.18-20.

1.56 Pelo fato de, naquela época, não ser fácil viajar, as visitas eram habitualmente longas. Maria deve ter dado uma grande ajuda para Isabel, que experimentava os desconfortos de uma primeira gravidez na velhice.

1.59 A cerimônia da circuncisão era um evento importante para a família de um menino judeu. Deus ordenou a circuncisão quando começou a formar sua nação santa (Gn 17.4-14), e a reafirmou por intermédio de Moisés (Lv 12.1-3). Era um momento de alegria, quando amigos e membros da família celebravam o momento em que aquele bebê se tornava parte do povo aliançado com Deus.

A linhagem e os nomes de família eram importantes para os judeus. As pessoas naturalmente pensaram que a criança receberia o nome de Zacarias ou de algum outro familiar. Por isso, ficaram surpresas pelo fato de Isabel e Zacarias colocarem o nome “João” no menino, que havia sido ordenado pelo anjo (ver 1.13).

1.62 Os parentes de Zacarias se comunicavam com ele por meio de gestos, porque este aparentemente estava surdo e mudo; e talvez não tivesse ouvido o que a esposa dissera.

1.67-79 Após meses de silêncio. Zacarias louvou a Deus com suas primeiras palavras. Em uma canção frequentemente chamada de Benedictus, a primeira palavra usada na tradução latina desta passagem. Zacarias profetizou a vinda de um Salvador que redimiria o seu povo e predisse que seu filho, João, prepararia o caminho para o Messias. Todas as profecias do AT estavam se cumprindo, não é de admirar que Zacarias tenha louvado a Deus! O Messias viria durante a vida de Zacarias, e o filho deste sacerdote fora escolhido para preparar o caminho dEle.

1.71 Os judeus aguardavam avidamente o Messias, mas pensavam que Ele viria para salvá-los do poderoso Império Roma no. Estavam prontos para um líder militar, mas não para um Salvador pacífico, que venceria o pecado. 1.72.73 Essa foi a promessa que Deus fez a Abraão: abençoar todos os povos através dele (ver Gn 12.3). Esta promessa se cumpriria por intermédio do Messias, que era descendente de Abraão.

1.76 Zacarias acabara do recordar centenas de anos da obra soberana de Deus na história de Israel, que começou com Abraão e se estenderia à eternidade. Então, personalizou o relato ao dizer que seu filho fora o escolhido para desempenhar uma função importantíssima para estabelecimento do Reino na terra. Embora Deus tenha poder ilimitado. Ele escolhe trabalhar por intermédio de homens frágeis, que um dia foram bebês impotentes e indefesos. Não minimize o que Deus pode fazer por intermédio daqueles que lhe são fiéis.

1.80 Por que João viveu no deserto? Os profetas usavam o isolamento do deserto para crescer espiritualmente e centrar suas mensagens em Deus. Lá, João permaneceu separado do poder econômico e político de forma que poderia criticá-los. Também se afastou dos líderes religiosos hipócritas de sua época. A mensagem de João Batista era diferente: sua vida foi a prova disto.

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