Estudo sobre Romanos 15:17-19

Estudo sobre Romanos 15:17-19

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Romanos 15:17-19

É inegável que Paulo agora está reagindo a perguntas relativas à sua autoconsciência apostólica: que estás fazendo de ti mesmo? (cf Jo 8.53). Tenho, pois, motivo de gloriar-me em Cristo Jesus nas coisas concernentes a Deus. Primeiramente Paulo assegura que ele de forma alguma passou dos seus limites: Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência. O que lhe dava toda a coragem de correr o risco, mencionado no v. 15, era resultado do fato de que ele se precavia absolutamente de um segundo risco, diferente. Esse consistiria de infidelidade diante do Exaltado, que em Damasco o havia incumbido da missão aos gentios. Desde então pesa sobre ele um ai: “Ai de mim se não pregar o evangelho” (1Co 9.16) e se o praticasse desconectado do agir do próprio evangelho! Agora, porém, em termos positivos: Paulo pode apontar para os sinais de legitimação da parte de seu Senhor. Cristo agiu através dele de modo abrangente, por palavra e por obras (“em palavra e ação” [nvi]). Ao lado da palavra poderosa colocavam-se, no caso dele, “sinais de um apóstolo” (2Co 12.12), também feitos por força de sinais e prodígios. Ambos os efeitos de força, a palavra e a ação, penetravam pelo poder do Espírito Santo, como conquistadores no espaço dos poderes adversários (Rm 8.38). “Destruir fortalezas, anulando nós sofismas” (2Co 10.4,5), romperam estruturas dominantes, das quais os ouvintes estavam cativos, e eram eficazes “em direção da obediência dos gentios” (aqui, no v. 18, já com explicação mais detalhada sobre Rm 1.5). Em muitos lugares surgiram e mantiveram-se comunidades cristãs, como verdadeiro milagre da força da ressurreição (Rm 8.11), as quais glorificavam a Deus (v. 9-12). Paulo era capaz de designar todo o seu serviço como “serviço do Espírito” (2Co 3.6,8).

Em seguida, Paulo desenrola diante dos olhos de seus leitores o quadro de sua “campanha” (2Co 10.4): de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo. Também na memorável reunião de At 15 o seu procedimento de expor aos demais sua obra missionária teve um papel importante (At 15.12; Gl 2.8,9). Nela se exteriorizava um juízo de Deus: Paulo obteve a graça do apostolado! As comunidades gentílico-cristãs constituíam sua “carta de recomendação”, “selo do (seu) apostolado” (2Co 3.2,3; 1Co 9.2). Ponto de partida dessa atuação era Jerusalém. É verdade que lá jamais evangelizou, mas na mencionada reunião naquela cidade ele conquistou, para sua própria consciência e para o juízo dos co-apóstolos e da primeira cristandade, seu perfil de missionário dos gentios. Sem aquela decisão de Jerusalém, qualquer data posterior ficaria para ele suspensa no ar (Gl 1.18; 2.2). Seguindo a rota do sol, seu caminho o conduziu do Leste para Oeste, até a costa do mar Adriático. A Ilíria correspondia aproximadamente à região da atual Albânia. De lá teria sido possível atravessar de navio 200 km pelo mar, chegando já à altura de Roma. Aqui encontramos a única comprovação de que Paulo atuou na Ilíria. Segundo 2Tm 4.10 seu colaborador Tito trabalhava na Dalmácia, que estava unificada com a Ilíria. Paulo, portanto, praticou, nesse grande arco, o evangelho do Cristo. A expressão pressupõe o cumprimento de algo que foi ordenado, executado e concluído de acordo com a incumbência. Paulo se reportará a esse aspecto no v. 23.

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