Estudo sobre Romanos 15:4-6

Estudo sobre Romanos 15:4-6

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Romanos 15:4-6

Uma única linha do AT fez reluzir o Cristo da Paixão. Assim, Paulo enaltece a utilidade e o benefício da Escritura como tal. Pois tudo quanto, outrora, foi escrito, possui esta qualidade: para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança. As palavras “paciência” e “esperança” já estiveram lado a lado em Rm 5.2-5; 8.24,25 e 12.12. O primeiro conceito será usado de imediato aqui no v. 5, o segundo no v. 13.

Em vista da situação sem saída em Roma, surge nos lábios do apóstolo um pedido de oração. Para tanto, opta por uma designação surpreendente de Deus. Ele enobrece a palavra “paciência”, aplicando-a ao próprio Deus: Deus é um Deus da paciência. De acordo com a compreensão comum Deus não carece de paciência, porque ele sabe e tem tudo. Mas o AT afirma algo diferente. Sua sentença axial de fé diz: “Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo (paciente) e grande em misericórdia e fidelidade”d. “Paciência” constitui aqui a emanação de sua graça. Registra-se uma admirável ausência de execução da condenação pelo seu furor, cuja causa na verdade não é indecisão ou indiferença diante do mal, mas é a expectativa de intervenções vindouras de Deus. Sua paciência se explica pelo seu senhorio sobre o futuro (Lm 3.22).

Cabe aqui um retrospecto a Rm 4. Sob o ângulo psicológico ele constitui um documento da mais delicada empatia. Contudo, será que Paulo não exagerou na consideração (sobretudo no v. 21)? Mesmo depois das cartas aos coríntios causa espécie seu modo notoriamente indulgente. Ele se mostrava pouco conseqüente e pouco capaz de se impor. Não fez uso nem de seus direitos nem de sua liberdade e tampouco fez valer plenamente sua autoridade. Será que não a possuía? Afinal, no passado ele remava na direção oposta. Ele próprio lembra seu “zelo” violento pela purificação da comunidade étnica judaica (Gl 1.13,14; Fp 3.6). Contudo, em Cristo teve um encontro com o “Deus da paciência”e. Compreendera que não é a violência, e sim a paciência que traz a promessa (Pv 16.32). É por isso que em matéria espiritual não acossava mais ninguém. Quem for impaciente para resolver as questões, exclui-se dos desenvolvimentos frutíferos da igreja.

A exortação e intercessão do apóstolo tinham o seguinte objetivo em relação aos que se assentavam em mesas separadas: conceder o mesmo sentir de uns para com os outros (cf o exposto sobre Rm 12.16), segundo Cristo Jesus. Esse “segundo Cristo Jesus” toma agora o lugar de “segundo o amor”, de Rm 14.15a. Naquele texto a continuação já evidenciou que Paulo trazia à memória especificamente o amor crucificado. Também no presente texto já está diante de nós, desde o v. 3, o Cristo da Paixão. No seu campo de força a concórdia é viável. Paulo espera: para que concordemente e a uma voz glorifiqueis ao Deus. A “concórdia” é palavra predileta de At, designando ali um acontecimento não apenas na alma, mas também social. As partes da igreja que se encontram em tensão reúnem-se em proximidade geográfica. Ela também possibilita uma ação válida: em voz alta e em conjunto o louvor a Deus ressoa em todas as mesas. Dessa maneira a igreja cumpre a sua vocação suprema. Como comissão de frente ela já realiza hoje o que no final todas as criaturas farão (Fp 2.11; Ap 5.13). Ela glorifica ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

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Romanos 15:4-6