Estudo sobre Romanos 15:25-27
Estudo sobre Romanos 15:25-27
Romanos 15:25-27
No entanto, surpreendentemente o auspicioso “agora até vocês!” do v. 23 é postergado mais uma vez por outro “agora”: Mas, agora, estou de partida para Jerusalém, a serviço dos santos, ou seja, à comunidade de lá (cf Rm 1.7). Na prática tratava-se, como logo ficará evidente, de um transporte de dinheiro. Mas por que Paulo tinha de participar tão definitivamente dele, adiando por causa dele mais uma vez sua viagem a Roma? Cabia explicar aos leitores a peculiaridade desse “serviço”. Porque aprouve à Macedônia e à Acaia levantar uma coleta em benefício dos (por um certo sinal de comunhão com) pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém. Tratava-se de uma ação caritativa em prol da parte empobrecida da comunidade de Jerusalém, uma ação, porém, que ao mesmo tempo visava ser um sinal para a comunidade toda. A expressão “um certo sinal” parece indicar que Paulo não estava querendo entrar nos detalhes. Ele não menciona, p. ex., como a campanha foi desencadeada, nem sua própria atividade na campanha, nem a colaboração também das comunidades da Ásia Menor, nem a entrega por uma grande delegação, conforme At 20.4; 1Co 16.3. Para ele, é mais importante que seus leitores reconheçam o sentido intrínseco dessa coleta de dinheiro. Isto lhes pareceu bem, e mesmo lhes são devedores, embora não legalmente, mas moralmente. Porque, se os gentios têm sido participantes dos valores espirituais dos judeus, devem também servi-los com bens materiais. Paulo sustentou com persistência o mérito histórico da comunidade primitiva: Foi ela que entregou o evangelho ao mundo dos gentios. “Desde Jerusalém” (v. 19) a corrente da transmissão teve o seu início, e cumpre-nos permanecer fiéis aos iniciadores. Acontece que Paulo insistia em que acontecesse um dar e receber recíproco, a saber, a comunhão das comunidades de origem judaica e gentílica. Por mais diferentes que fossem os respectivos bens ofertados e recebidos, cada qual dava do que tinha e recebia o que lhe faltava. Assim, todos vivem reciprocamente em dívida e “obrigados” (Josef Hainz [sugerindo o sentido de “tomados de gratidão”]). Era assim que um sinal concreto devia dar forma à verdade de Gl 3.28: “Não há judeu nem grego… pois todos são um em Cristo Jesus” (nvi).
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Romanos 15:25-27