Estudo sobre Romanos 15:31-33

Estudo sobre Romanos 15:31-33

Estudo sobre Romanos 15:31-33



Romanos 15:31-33

Ao recordar Jerusalém, revolvem-no os mais graves temores. Paulo vê um duplo perigo. Primeiro: orem por mim, para que eu me veja livre dos rebeldes que vivem na Judeia, ou seja, dos judeus fora da comunidade, que não seguem ao evangelho. Ainda outro perigo era quase incompreensível e, não obstante, real: orem por mim, que este meu serviço em Jerusalém seja bem aceito pelos santos. O “sinal de comunhão” (v. 26) e, por meio dele, também um renovado reconhecimento de sua missão, livre da lei, entre os gentios, poderia ser negado pela comunidade primitiva, dependendo dos círculos que nela tivessem maior influência, se Tiago ou os judaístas. Nesse caso não resultaria a “concórdia de louvar a Deus unânimes e a uma só voz” (v. 5,6). Palavras de banimento obstruiriam as orações de gratidão – para o desespero de Paulo.

Assim como acontece nos salmos, também na oração de Paulo mesclam-se partes receosas com partes esperançosas. No presente versículo impõe-se a confiança: a fim de que, ao visitar-vos, pela vontade de Deus, chegue à vossa presença com alegria e possa recrear-me convosco. A referência à vontade de Deus mostra a atitude básica de orar conforme a Bíblia: O orador permanece sendo ser humano, e Deus continua Deus. É por isso que Paulo também subordina a Deus suas idéias há pouco expostas acerca do desenrolar da sua missão. De fato, tudo transcorreu de maneira bem diferente. O alegre “Estou chegando!”, repetido sete vezes em Rm, caiu no vazio. Em Jerusalém, Paulo foi imediatamente preso, desaparecendo por anos na cadeia (por volta dos anos 58-60, sobretudo em Cesareia). Apenas na primavera do ano 61, com cinco anos de atraso, Paulo chegou a Roma – num comboio de prisioneiros. Somente depois de outros dois anos de prisão ele é solto. Pelo menos é isso que At 28.30,31 parece pressupor. O NT não nos informa se a missão à Espanha sequer aconteceu mais tarde, enquanto notícias posteriores a esse respeito são controvertidas.

A carta ainda não termina com o voto seguinte, formulado como prece (cf Fp 4.9; 1Ts 2.11-13), mas de fato encerra-se o esforço do apóstolo de conquistar os romanos para seu objetivo prático principal. E o Deus da paz seja com todos vós. Amém! Depois de ter dado tudo de si, tão somente pode entregar na mão de Deus a decisão deles. No v. 5 ele o havia testemunhado como “Deus da paciência” e no v. 13 como o “Deus da esperança”. Agora ele encontra uma terceira designação: o Deus da paz. Pelo que se evidencia, esse voto de acompanhamento divino estava localizado na prática celebrativa do envio, quando os fiéis reunidos dispersavam-se novamente, já é encontrado com freqüência no final das cartas. Cada indivíduo segue agora seu caminho, no aconchego da presença da salvação de Deus, que o acompanha e que se chama paz.

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Romanos 15:31-33