Estudo sobre Romanos 6:12
Romanos 6:12
Primeiramente cumpre dominar a mudança nas condições legais e de poder. Não reine, portanto, o pecado. “Não seja” possui aqui o significado de: não pode mais. Onde Cristo é Senhor, o poder do pecado tornou-se ilegal (Rm 6.7). Deus lhe deu o “cartão vermelho”. O pecado, porém, retorna sorrateiramente ao “campo”. Em 7.8-11, Paulo descreverá a sua insídia. É em vosso corpo mortal que ele quer se exercitar. O conceito “corpo” será abordado exaustivamente no texto sobre Rm 12.1b. Sem dúvida fazem parte dele nossas necessidades físicas como comer e beber, impulso sexual, proteção diante de frio ou calor, exigência de descanso ou movimentação etc. Tudo isso, porém, não pode ser dissociado de nossa atividade espiritual, intelectual, familiar, social, cultural e política. É esse corpo que Paulo caracteriza como mortal. Como todas as coisas criadas, ele é transitório, o que no entanto não o declara de antemão como pecaminoso. Ef 5.29 pressupõe que cristãos “alimentam e cuidam” de seu corpo, i. é, respeitam suas necessidades, não desejam que se afastem como algo maligno (“odiar”). O pecado se opõe ao corpo como algo visivelmente diferente dele. Mas ele visa apoderar-se do corpo, tentar intensificar seu impulso natural de vida, concedido por Deus, para torná-lo uma obsessão e algo independente. O pecado visa posicionar as carências que em si são normais e necessárias numa ordem diferente, de maneira que sua realização não sirva mais ao ser humano, mas o domine como senhor e o escravize: de maneira que obedeçais às suas paixões.
O termo “obedecer” deriva-se no grego [como no alemão e nas línguas latinas] de “ouvir”. Disso pode formar-se a ideia de ouvir atentamente: Ou seja, obedecer é não subtrair-se ao que se ouviu, mas permanecer debaixo de seu som, enfim, confiando e seguindo a palavra. Na verdade o uso que fazemos da palavra também pode ser inexpressivo: um equipamento “obedece” ao toque de uma tecla, um animal “obedece” a seu instinto. Nesses casos, aquele que “obedece”, porém, não tem nada a ouvir, a acreditar e a querer, mas reage só a impulsos. Entretanto, o que no aparelho e no animal fica desligado, no cristão está ligado. Cristãos, p. ex., não fazem o que é correto por orientação do instinto. Não é verdade que eles não são capazes de pensar e fazer nada além do bem. São capazes de agir de maneira diferente, sim. De fato, cabe-lhes, precisamente a eles, que tenham um propósito. É justamente para cristãos que entra em campo a responsabilidade humana.
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