Estudo sobre Romanos 6:15
Romanos 6:15
E daí? Há pouco ouviu-se novamente o louvor da graça (v. 14). Que significa isso para nosso agir prático? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? O pressuposto dessa pergunta talvez seja também uma preocupação sincera: Afinal, é viável isso, viver unicamente com a graça? Há um anseio pela lei devido ao medo diante da possibilidade de pecar. Contudo, para Paulo, é inconcebível qualquer retorno debaixo da lei (Gl 5.3,4). De modo nenhum! Ele passa a dar uma lição sobre o poder da graça.
Não sabeis. Os leitores conhecem o antigo sistema do escravismo. Que daquele a quem (cada vez) vos ofereceis como servos (escravos) para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos (escravos). O adendo “a quem obedeceis” confirma mais uma vez o que naquele tempo estava claro para todos: submissão faz parte da estrutura da instituição da escravidão. Todo o resto é teoria. Um escravo, sonhando acordado, podia esquecer por um momento esse elemento de sua constituição existencial, porém logo que abrisse os olhos, a realidade se impunha pesadamente. Também uma troca de proprietário, da qual o escravo talvez tenha esperado uma melhora de suas condições, jamais acabava com a sujeição de escravo.
Paulo passa da metáfora para o concreto. Pensa no ato de tornar-se cristão. Nele também acontece uma troca de senhores, mas também nesse caso persiste um “serviço de escravo”, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça. A alternativa, portanto, não é: servir ou não servir ao pecado, mas tão somente servir ao pecado ou servir ao novo Senhor. Não existe uma terceira opção, a saber: não pecar e tampouco servir a Cristo. Sem ingressar na constituição existencial da justiça, erigida por Cristo, e se colocar à disposição dela, pecar seria uma atividade contínua, por maior que fosse o volume de leis. Porém, quando uma pessoa pertence à justiça, a justiça também possui um poder compromissivo. “Fui conquistado por Cristo Jesus” (Fp 3.12).
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