Salmo 124 — Análise Bíblica

Salmo 124: Livramento e louvor 

Este salmo, como os salmos 120 a 134, é um cântico de romagem. O salmo anterior terminou com uma súplica por misericórdia e livramento (123:4). Agora, ouvimos a voz do líder lembrar ao povo que a nação já experimentou esse livramento (124:1). Os ouvintes respondem e repetem as palavras, reconhecendo que, sem a ajuda de Deus, nem mesmo Jerusalém, o destino final das peregrinações, estaria de pé (124:2a). O salmista não diz quem estava atacando Jerusalém; fala apenas de homens (124:26), supostamente das nações estrangeiras que odiavam Israel e desejavam engoli-lo (124:3). Moçambique e várias outras regiões da África conhecem os efeitos devastadores de enchentes que arrastam tudo em seu caminho (124:4-5).

O ataque dos inimigos de Israel teria sido igualmente destrutivo, mas o Senhor exerce domínio sobre as águas. Usou-as no passado para livrar seu povo ao aniquilar o exército de Faraó no mar Vermelho (Êx 14:29-31). As forças que poderiam tê-los destruído estavam sob o controle do Senhor. Em seguida, o salmista muda de metáfora e fala dos dentes de um animal selvagem como um leão ou leopardo. Apesar dos pecados e falhas de Israel, Deus os livrou desse predador (124:6a). O Senhor também exerce domínio sobre as feras, como Daniel viu claramente (Dn 6:17-23). A última imagem é a de um pássaro sendo solto do laço dos passarinheiros (124:7). Os pássaros são fracos e facilmente atraídos para armadilhas. Deus, contudo, pode romper todos os laços e nos libertar. Ele nos considera mais valiosos que muitos pardais (Mt 10:29-31).

Somos frágeis e não temos nenhuma força para resistir ao poder de enchentes, à ferocidade de animais selvagens ou à astúcia de homens, mas o Senhor é mais forte que todos esses adversários. Diante disso, o salmista convida o povo para louvar a Deus (124:66) O salmo termina com outro eco de Salmos 121:2. Aqui também o salmista percebe que, não obstante as dificuldades e oposições, nosso socorro vem do Senhor. Deus não é um ídolo insignificante, mas o criador do céu e da terra (124:8). É nossa esperança para o futuro e fonte de segurança no presente.


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