Salmo 125 — Análise Bíblica

Salmo 125: Fonte de segurança 

Este salmo, como os salmos 120 a salmos 134, é um cântico de romagem. Os peregrinos chegaram a Jerusalém em segurança e olham ao redor do alto do monte Sião ou cantam enquanto caminham em procissão ao redor dos muros da cidade. No salmo 124, eles refletiram sobre como Deus os havia protegido no passado e agora expressam confiança na proteção divina no futuro.

125:1-2 Confiança na proteção de Deus 
Quando vemos montes como o Quênia, o Kilimanjaro ou o Camarões, eles nos parecem imutáveis e inabaláveis. Apesar de o monte Sião ser bem menor que essas montanhas, parecia igualmente sólido e permanente para o povo de Jerusalém e os peregrinos. Não havia meio de abalá-lo, e ele permaneceria para sempre. O salmista resolve usá-lo, portanto, como ilustração. Os que confiam no Senhor são tão firmes e inabaláveis quanto o monte Sião (125:1; cf. tb. 16:8). A confiança dos judeus na estabilidade do monte Sião era ainda maior porque eles sabiam que Deus não apenas havia criado o monte, mas também o escolhido como local onde seu templo seria edificado. Havia colocado sua bênção sobre aquele lugar e o faria permanecer. Os cristãos de hoje podem ter certeza semelhante de que Deus os escolheu para abençoá-los e de que também permanecerão para sempre. Em seguida, o salmista olha para os outros montes ao redor de Jerusalém, como o Scopus, o monte das Oliveiras e as colinas da Judeia. Para sua próxima ilustração, lembra aos ouvintes que Como em redor de Jerusalém estão os montes, assim o Senhor, em derredor do seu povo, desde agora e para sempre (125:2). Uma imagem e tanto da segurança de Israel! A proteção do Senhor é tão permanente quanto os montes.

125:3 Confiança na promessa de Deus 
A história de Israel não foi tranquila. Em diversos períodos, a nação sofreu opressão tão severa quanto a dos africanos durante a escravidão. Os israelitas foram escravos no Egito e voltaram a sofrer no tempo dos juízes, quando o Senhor os entregou nas mãos de seus inimigos até se arrependerem e voltarem para ele. Ainda hoje, há quem negue o direito de Israel existir. Este salmo nos lembra, porém, que, enquanto Israel confiar no Senhor, Deus cumprirá suas promessas, e o cetro dos ímpios não permanecerá sobre a sorte dos justos (125:3a). Aqui, o “cetro” representa o governo dos “ímpios”, provavelmente povos gentios que atacaram Israel, uma nação chamada para ser o povo justo de Deus. Essas nações talvez dominem Israel por algum tempo, mas, ao contrário do monte Sião, não permanecerão. Os justos não precisam preocupar-se (37:5-7; 112:6-8). Deus não permitirá que os ímpios fiquem no poder indefinidamente, pois do contrá­rio até os justos podem corromper-se e começar a seguir o exemplo de seus opressores (125:36). Tiranos como Tombalbaye no Chade, Idi Amim em Uganda e Abacha na Nigéria, que governaram por meio da violência e matanças e destruíram a economia de suas nações, foram removidos do poder. A preocupação de Deus nos lembra a promessa de que nosso Senhor fiel pode permitir que passemos por tribulações intensas, mas jamais deixará que sejamos tentados além das nossas forças (ICo 10:13).

125:4-5 Confiança na oração 
Quando o salmista pede ao Senhor: Faze o bem, Senhor, aos bons e aos retos de coração (125:4), fala daqueles que têm uma atitude correta em relação aos outros e a Deus. São os mesmos indivíduos chamados de “justos” em 125:3. Temem ao Senhor e desejam andar em seus caminhos (119:1-3). Deus os tratará com misericórdia e bondade. Os perversos, por outro lado, são aqueles que se recusam a andar pelos caminhos retos definidos por Deus (125:5a). O salmista adverte que, no final, eles serão julgados e banidos da presença de Deus juntamente com todos os outros malfeitores. Esses também não permanecerão. Depois de contrastar o destino dos justos e dos perversos, o salmo termina com uma súplica por paz sobre Israel! (125:56). Sem paz, nenhuma nação ou povo pode desenvolver-se adequadamente e prosperar, e, a fim de fazer o bem a Israel, o Senhor também precisa conceder-lhe paz. Os escritores do NT sabiam muito bem disso, daí incluírem a paz em suas bênçãos às jovens igrejas (Rm 1:7; Gl 6:16; 2Pe 1:2) e instarem os cristãos a viver em paz (Mt 5:9; Rm 12:18; ICo 7:15; Hb 12:14; Tg 3:18).

Índice: Salmo 120 Salmo 121 Salmo 122 Salmo 123 Salmo 124 Salmo 125 Salmo 126 Salmo 127 Salmo 128 Salmo 129 Salmo 130