Salmo 129 — Análise Bíblica

Salmo 129: O triunfo da justiça sobre a opressão


Salmo 129: Perseguido, porém não destruído o salmo 129 também faz parte dos cânticos de romagem (Sl 120-134). Reflete com seriedade não sobre o que Israel conquistou, mas sobre o que sofreu.

129:1-4 Perseguição passada
As palavras iniciais do salmo 129 seguem o mesmo padrão do salmo 124, no qual o locutor faz uma declaração, depois convida o povo a repeti-la (129:16; 124:16). Os dois salmos falam da oposição a Israel, mas, enquanto o salmo 124 focaliza o livramento concedido por Deus, o 129 se concentra na opressão que Israel sofreu. O salmista nem se dá ao trabalho de relacionar os opressores; refere-se a eles apenas na terceira pessoa do plural (129:1a). E bem provável que a lista incluísse os egípcios (Êx 3:7,9), os filisteus (Jz 10:7-8), os siros (1 Rs 20:26-27), bem como a Assíria, a Babilônia, a Pérsia, a Grécia e Roma. Com tantos inimigos, é impressionante que Israel ainda possa dizer: Não prevaleceram contra mim (129:2). Esse versículo e o anterior usam a primeira pessoa do singular, mas fica evidente que o salmista vê a nação como uma pessoa. Continua a usar essa personificação ao dizer que a nação é como alguém que os inimigos lançaram ao solo e depois passaram o arado sobre suas costas, deixando cicatrizes profundas (129:3; cf. tb. Is 51:23). A mesma imagem poderia ser usada para descrever o Servo Sofredor em Isaías (Is 50:5-6; 53:4-5) e as costas rasgadas de Cristo depois de sofrer o açoite dos soldados romanos (Jo 19:1). O povo de Deus sobreviveu a todos esses ataques porque o Senhor os protegeu e defendeu. Era como se a nação tivesse sido levada cativa por seus opressores, mas o Senhor [...] cortou as cordas dos ímpios (129:4).

129:5-8 Oração pelo futuro
Os últimos versículos do salmo 129 são uma súplica confiante pelo julgamento de Deus sobre todos os que aborrecem a Sião (129:56). Tendo em vista que Sião era o local do templo do Senhor, o salmista não está se referindo apenas a inimigos nacionais, mas também àqueles que se opunham a Deus. Os inimigos não haviam conseguido conquistar o povo de Deus (129:2), ainda que temporariamente os houvessem mantido cativos (129:4). Agora, porém, o salmista pede uma derrota definitiva, para que os adversários sejam envergonhados e repelidos (129:5a). Ele deseja que sejam como a erva dos telhados das casas (129:6). As sementes que caem no telhado às vezes germinam durante a estação das chuvas, mas os brotos murcham quando começa a estação seca, pois não possuem raízes em solo profundo. Essas sementes não produzem nada. O ceifeiro não tem o que colher num telhado (129:7). A erva seca contrasta com a vinha fértil e os rebentos fortes da oliveira com os quais Deus abençoa quem anda nos seus caminhos (128:1-3). A bênção final do salmo 128 começava com as palavras: “O Senhor te abençoe” (128:5). No salmo 129, por outro lado, o salmista termina sua oração com a esperança de que nenhuma bênção desse tipo seja proferida sobre aqueles que aborrecem Sião e seu Senhor (129:8).

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